Catherine Moraes
Integrantes da Rebelião no Cepaigo, comandada por Leonardo Pareja, em 3 de abril de 1996, foram condenados a uma média de 13 anos de prisão por crime de extorsão mediante sequestro qualificado. Na ocasião, várias autoridades foram feitas reféns enquanto visitavam o complexo prisional. Entre elas, o então presidente do Tribunal de Goiás (TJGO), Homero Sabino de Freitas, além de diversos juízes, autoridades, promotores e advogados. A sentença foi dada pelo juiz Silvio José Rabuske, da 1ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia.
O juiz alegou que a participação dos acusados ficou devidamente comprovada tanto no crime de extorsão mediante sequestro quanto em crime de dano qualificado, já que destruíram o que não lhes pertencia. Apesar disso, o crime de dano qualificado prescreveu devido ao tempo que se passou desde então. Segundo o magistrado, uns agiram como coautores, outros como participantes, mas trabalhavam em conjunto, divido, inclusive, as tarefas.
Célio Antônio de Souza, Afonso Batista de Souza, Amilton Pereira Gonçalves e Olegário Alves da Costa morreram no decorrer da fuga. Oney Severino da Silva, Leonardo Rodrigues Pareja, Grimar Rodrigues de Souza, Veriano Manoel de Oliveira Filho foram mortos no interior do antigo Cepaigo, depois de serem recapturados, e Amauri Gomes de Oliveira, foi encontrado morto, nas imediações do estádio Serra Dourada.
Condenados e absolvidos
Os condenados foram Wagner Macedo Gomes, Epaminondas Ferreira de Melo, Divino Gonçalves Soares, Claudionei Gonçalves Machado, Edimilson Sertório do Nascimento, Nilson Pereira Sodré, Reginaldo Sousa Rodrigues, Helio Ferreira, Nilton Dias Pio, Cláudio Santana de Oliveira, Edivan Leite Silva, Valdionésio Barbosa Lisboa.
Já José Luiz Alves de Souza, Washington Arcanjo Ribeiro, Paulo Alves de Aguiar, Wilson Nascimento Ribeiro, José Amâncio Costa Neto, Eduardo Valadares Cavalcante, Johnson Narciso de Oliveira e Newiton Luiz de Araújo foram absolvidos.
Entenda o caso
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ-GO), o detento Amauri Gomes de Oliveira soube, de forma antecipada, que a comitiva estaria no presídio no dia no dia 28 de março de 1996 para verificar a situação dos reeducandos. Além disso, eles iriam observar as instalações e fazer a doação de uma máquina agrícola. A informação foi repassada para os demais reeducando que organizaram a rebelião. No dia da visita, os agentes não conseguiram recolher os presos às suas celas e, tampouco, avisaram ao grupo que os presos estavam no pátio.
Com estiletes, pedaços de pau e ferro, os presidiários se aproveitaram da pouca segurança que cercava a comitiva e começaram o plano de fuga. Os reféns foram distribuídos em grupos e colocados em celas. Foi nesse momento que os suspeitos destruíram o presídio derrubando muros e colocaram fogo na parte administrativa do presídio e em um caminhão da Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) que fazia uma obra no interior da prisão.
Também foram depredadas as oficinas da indústria e arrombados cofres, de onde foram retiradas drogas, que passaram a ser consumidas livremente. Como exigência, eles solicitaram oito veículos para a fuga, 20 coletes a prova de bala, revólveres, munição e R$ 100 mil em dinheiro, além da garantia de que não seriam perseguidos.
Os sequestradores deixaram o Cepaigo acompanhados de Gilberto Marques Filho, Cel. Antônio Lorenzo Filho, Dr. Fábio Cristóvão Campos Faria, Cel. Juarez Francisco de Albuquerque, Aldo Guilherme Saad Sabino e Desembargador Homero Sabino Freitas.
Com informações do Tribunal de Justiça