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Violência

Em Goiás, 43% das armas apreendidas com criminosos têm origem legal

71% são de fabricação nacional | 07.03.19 - 19:59 Em Goiás, 43% das armas apreendidas com criminosos têm origem legal (Foto: divulgação)
A Redação

Goiânia -
De cano curto (74%), calibre permitido (75%) e fabricada no Brasil (71%): este é o perfil das armas apreendidas no crime em Goiás, mesmo perfil encontrado pelo Instituto Sou da Paz em análises de apreensões em outras regiões do Brasil, como Nordeste e Sudeste.
 
O relatório “De onde vêm as armas e munições apreendidas no estado de Goiás?” também identificou que, no estado, 43% das armas rastreadas tinham proprietário legal. Tanto a vinculação com o mercado legal quanto a origem nacional contrariam o senso comum de que a as armas do crime sejam oriundas de tráfico internacional.
 
Além disso, o estudo indicou que 73% das armas haviam sido fabricadas antes da aprovação da Lei 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento, o que mostra que o descontrole de armas da década de 1990 produz impactos na violência do Brasil hoje.
 
O novo estudo do Instituto Sou da Paz analisou 8.912 armas e 21.441 munições apreendidas no estado gerando dados comparáveis com outras regiões do país.
 
Das 8.912 armas apreendidas em Goiás entre junho de 2016 e dezembro de 2017, 84% eram de fabricação industrial, enquanto simulacros e armas de pressão somaram 9% e armas de fabricação artesanal 7%.
 
Entre as armas de fabricação industrial, os revólveres representaram mais da metade (53%), as pistolas somaram 17% e as espingardas 16%. As armas de maior poder de fogo, como fuzis e submetralhadoras, foram apenas 2% do total. Em grandes categorias, foram usadas majoritariamente armas de cano curto (70%), de calibre permitido (75%) e de fabricação nacional (71%). Apenas o conglomerado empresarial brasileiro que controla as marcas Taurus, Rossi e CBC somou 67% do total, contrariando o senso comum de que a maioria das armas apreendidas seriam oriundas de grandes rotas de tráfico internacional.

Foram analisados o ano de fabricação de 1.492 armas das marcas Taurus e Rossi com numeração preservada. O resultado indicou que 73% delas haviam sido fabricadas antes da aprovação da Lei 10.826/2003, conhecida como “Estatuto do Desarmamento”, quando a compra era facilitada, o que faz aumentar a preocupação do impacto do Decreto 9.685/2019 que acaba de retroceder nesta política ao flexibilizar critérios importantes de compra e estender a duração dos registros.

O relatório apresenta resultados de um rastreamento das armas com numeração preservada no Sistema Nacional de Armas (SINARM) onde estão cadastradas apenas as armas de pessoas físicas que detêm registro para defesa pessoal, as armas de forças de segurança civis e de empresas de segurança privada.
 
No estado de Goiás, 64% das armas industriais apreendidas tinham numeração preservada, um porcentual representativo que fora de 50% na capital de São Paulo e de 78% no Ceará. Das armas rastreadas em Goiás, 2.073 (ou 43%) tinham um registro prévio no SINARM, o maior porcentual em comparação com a capital de São Paulo e o Ceará que obtiveram retorno, respectivamente, em 38% e 33% das armas consultadas.


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