José Cácio Júnior
Atualizado às 18h15
O vereador Elias Vaz (PSol) pode responder processo no Conselho de Ética na executiva nacional do partido. A representação foi enviada por cerca de 30 militantes da legenda em Goiânia. O grupo também pede o afastamento provisório de Elias do comando do diretório metropolitano até explicar seu suposto envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Fernando Leite, um dos integrantes do grupo que se autodenomina da esquerda do PSol, explica que a história do partido não pode ficar manchada pela suposta relação do vereador com o Cachoeira. Preso pela operação Monte Carlo da Polícia Federal (PF) desde o dia 29 de fevereiro, o empresário é acusado de comandar quadrilha de exploração de jogos de azar em Goiás. Elias não foi encontrado para comentar o fato.
"O PSol é um partido que luta contra todo tipo de corrupção. Para manter nossa coerência política e respeito ao partido, pedimos o esclarecimento destes fatos", cobra Fernando, dizendo que o pedido para abertura de processo no Conselho de Ética deve ser discutido pela executiva nacional na legenda nesta sexta-feira (27/4).
Fernando acredita que a divulgação de gravações telefônicas com o suposto envolvimento de Elias com Cachoeira pode prejudicar a pré-candidatura do vereador à prefeitura de Goiânia. "Uma questão eleitoral não pode sacrificar a moral do partido", alerta.
Elias já admitiu à imprensa que já conversou pessoalmente e pelo telefone com Cachoeira. A primeira gravação noticiada foi de uma conversa sobre uma reunião entre Elias, três vereadores da oposição na Câmara de Goiânia, o empresário e o ex-presidente da Câmara de Goiânia Wladmir Garcêz, para discutir as denúncias sobre a reforma do Parque Mutirama. A conversa foi solicitada pelo ex-chefe de gabinete do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, Cairo de Freitas.
Nota
No final da tarde, o presidente do PSol em Goiás, Martiniano Cavalcante, divulgou nota em defesa de Elias. Segundo Martiniano, o pedido de abertura de processo no Conselho de Ética é uma "insidiosa tentativa" de denegrir a imagem do vereador.
"Este grupo, há muitos anos, faz oposição interna sistemática ao vereador, assim como aqueles ligados ao prefeito e ao governador do Estado que agem irresponsavelmente tentando denegrir a imagem do brilhante mandato do nosso parlamentar, não existe nenhum ato ilícito presumivelmente praticado por Elias", rebate a nota.
De acordo com a resposta, Martiniano afirma que o presidente nacional do PSol, deputado federal Ivan Valente (SP), e o secretário-geral Edilson Silva, mantêm a confiança em Elias. Ainda segundo o documento, Elias saberá responder às "calúnias" e "manobras" contra sua pré-candidatura.