A Redação
Goiânia - Quatro consórcios e duas empresas de engenharia foram habilitados no processo licitatório da prefeitura de Goiânia para a construção do complexo viário no cruzamento da avenida Jamel Cecílio com a Marginal Botafogo, no Jardim Goiás, na capital.
Avaliada em R$ 30,3 milhões, a obra será erguida com recursos próprios, oriundos de financiamento junto à Caixa, já autorizado pela Câmara Municipal de Goiânia, e terá duração de 15 meses. Concomitante, será executado o prolongamento da Marginal Botafogo até avenida 2ª Radial, no setor Pedro Ludovico. O monumento a ser erguido no local fará homenagem à música goiana.
Para a obra, foram habilitados, no dia 17 de junho, Consórcios SG, Planex-Ingá-Jamel, Traçado-Sogel e Marginal Botafogo, empresas Jofege Pavimentação e Construção Ltda e Loctec Engenharia Ltda. A próxima etapa é a abertura dos envelopes com a melhor proposta. Vencidos os prazos legais impostos a uma concorrência pública, a Seinfra vai assinar a ordem de serviços, que dará início aos trabalhos, o que deve ocorrer na segunda quinzena de agosto.
O complexo viário é uma das maiores intervenções da atual gestão municipal e vai atingir três artérias de intenso fluxo diário de veículos. Trata-se das avenidas Jamel Cecílio, Leopoldo de Bulhões e Marginal Botafogo, que dão destino à saída Sul da capital.
“Convergimos muitos esforços para alavancar, agora que as chuvas cessaram, um pacote de obras orçado acima de R$ 635 milhões, o que significa, se Deus quiser, que estamos nos tornando aptos a investir na cidade, até o final de 2020, mais de R$ 1 bilhão”, afirma o prefeito Iris Rezende.
Estrutura
O complexo viário inclui três elementos diferentes de engenharia, nos mesmos moldes do que ocorreu no cruzamento das avenidas 85 e T-63: o elevado, o viaduto em nível e a trincheira, e cada um deles atenderá a uma das vias atingidas.
A avenida Jamel Cecílio vai passar pelo elevado sobre toda a obra. No nível da Alameda Leopoldo de Bulhões será construída a rotatória, na rua já existente. A Marginal Botafogo passará em trincheira por baixo de tudo. Sobre o viaduto será erguido um monumento, representando simbolicamente o traçado da obra, sendo o elevado o braço e a rotatória, a boca de um violão.
Com essa intervenção, a Prefeitura de Goiânia busca dar maior fluidez ao tráfego de veículos para a Jamel Cecílio e para a Marginal Botafogo e maior acesso a essas duas vias a quem está na Leopoldo de Bulhões, com eliminação do semáforo de três tempos no cruzamento e destravando o trânsito.
“O elevado na Jamel Cecílio dará fluxo direto para as pessoas que querem atingir a GO ou os bairros e condomínios da região. A Marginal Botafogo vai realmente funcionar como uma via expressa, sem nenhuma interferência semafórica”, explica o diretor de Políticas e Programação de Obras Públicas da Seinfra, Carlo Henrique de Oliveira.
Segundo ele, quem desce a Alameda Leopoldo de Bulhões terá acesso à direita, na Jamel Cecílio, ou à esquerda, para o setor Sul. Basta fazer o contorno da rotatória e seguir ou retornar à própria Alameda. “O trânsito vai fluir para todos os lados, sem interferência de sinaleiro”, garante.
Comércio não será interrompido
Durante execução das obras, o cruzamento no local das obras do complexo viário será fechado e o tráfego de veículos desviado para a ponte da rua 1018. Os consumidores poderão acessar as lojas instaladas na Jamel Cecílio, que continuará aberta, pela Marginal Botafogo, através da rua PI3, e pela avenida Botafogo, no setor Pedro Ludovico. O comércio, portanto, não será interrompido.
Preocupação comum entre lojistas, principalmente aqueles que estão situados entre a rua 115 e a alameda Leopoldo de Bulhões, é a retirada da faixa de estacionamento na Jamel Cecílio. O diretor Carlo Henrique assegura que “somente um trecho de 50 metros da avenida será atingido para a projeção do elevado, porque as pessoas precisam sair na lateral para a Leopoldo de Bulhões”.
Para minimizar os transtornos que a construção de uma obra de grande porte como a do complexo viário causa, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Matos, informa que todas as secretarias afins foram envolvidas no projeto e será feito um trabalho prévio junto à população diretamente atingida (lojistas, moradores e motoristas) sobre os serviços a serem realizados, como forma de prevenir desconfortos e até mesmo de preparação para os 15 meses de duração dos trabalhos.
“Sempre estaremos em contato com a população em geral, lojistas e moradores daquela região, a fim de minimizar desconfortos, mas o complexo é uma obra extremamente necessária”, diz Dolzonan. “Inclusive, adiantamos a construção da trincheira da rua 90 com a avenida 136 para melhorar a trafegabilidade da região, senão, iríamos apenas transferir o problema de lugar, e o objetivo é justamente o contrário, dar fluidez ao trânsito”, ressalta.
Prolongamento da Marginal Botafogo deve começar em julho
Menos sofisticado do que o complexo viário, o prolongamento da Marginal Botafogo deve começar no mês de julho. Com o processo licitatório já em fase adiantada, aguarda-se a definição da empresa vencedora para a emissão da ordem de serviço e início dos trabalhos.
Segundo Flávio Máximo de Oliveira, coordenador executivo da Unidade Executora de Projetos do Programa Urbano Ambiental Macambira-Anicuns (UEP/Puama), responsável pela obra, a marginal será prolongada em cerca de 1,5km, da Jamel Cecílio até a 2ª Radial, no setor Pedro Ludovico.
No projeto de prolongamento está prevista a construção de uma ponte na rua 1.018 e outras duas na 2ª Radial, além de todo o trabalho de micro e macro drenagem, sinalização semafórica e obras de canalização ao longo desse trecho do Córrego Botafogo.
A obra será executada com recursos do tesouro municipal, no valor de R$ 14 milhões, e tem prazo de sete meses para ser concluída.
Monumento a ser erguido sobre viaduto fará homenagem à música goiana
O monumento a ser erguido sobre o viaduto da avenida Jamel Cecílio leva a assinatura do arquiteto Sandro Carvalho, que também assinou os das praças do Ratinho (Latif Sebba) e do Chafariz (João Alves de Queiroz). Segundo o autor, a estrutura foi pensada para valorizar a música goiana, lembrando que a avenida dará acesso a dois importantes pontos culturais, o Oscar Niemeyer e a Casa de Vidro (em construção).
"O monumento dá a entender que o elevado é como se fosse o braço de um violão e lá tem a mão, dedilhando as cordas. A ideia central partiu da Casa de Vidro, em construção, porque a avenida dá acesso a ela e também ao Oscar Niemeyer", explica o arquiteto.