A Redação
Goiânia - A gestão ambiental de Anápolis foi reconhecida durante o Prêmio de Destaque em Gestão Ambiental Municipal, da Anamma - Associação Municipal de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, realizado recentemente em Campinas-SP. Dos 5.571 municípios brasileiros, apenas 2,5% receberam o reconhecimento da Associação no evento, que é o segundo maior desde a Eco 92 - conferência de chefes de Estado realizada pelas Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento.
(Foto: Divulgação)
Desde 2017, Anápolis tem se redesenhado quando o assunto é meio ambiente. Já são mais de 250 mil árvores nativas plantadas, com isso, já foram recuperadas 123 nascentes e 98 bacias. Tudo isso no âmbito do Pró-Água, um projeto inovador focado em segurança hídrica para uma cidade acostumada a conviver com extremos – seca no inverno e degradação do solo causado pelas chuvas intensas do verão (erosão).
Anápolis foi a única cidade do País a ser convidada pelo Banco Mundial a participar de um dos congressos mais relevantes sobre biodiversidade e sustentabilidade do mundo - o Global Platform for Sustainable Cities, realizado em maio deste ano, em Washington, nos Estados Unidos. Lá, Anápolis foi aplaudida por líderes mundiais ao apresentar seu projeto, considerado o que há de mais moderno na área.
Para o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, "Este talvez seja o momento mais grave que o Brasil enfrenta, do ponto de vista do desmonte ambiental, na esfera federal".
Foi o que defendeu o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, durante a entrega do Prêmio de Destaque em Gestão Ambiental Municipal, da Anamma - Associação Municipal de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, realizado recentemente em Campinas-SP.
Pensar global, agir local
A preocupação com a situação no Brasil não é só de ONGs, como a SOS Mata Atlântica. Recentemente, oito ex-ministros da pasta assinaram documento conjunto acusando o governo federal de colocar em prática “uma política sistemática, constante e deliberada de desconstrução e destruição das políticas meio ambientais”, desmantelando organismos de proteção e fiscalização.
Para superar o cenário, os municípios tornam-se protagonistas. “Pois são neles que, de fato, estão os recursos hídricos, a questão dos resíduos e as propriedades. Estamos buscando fortalecer a base, pois é nela que tudo acontece”, pontuou Mário Mantovani. Daí a importância do Prêmio, o reconhecimento fortalece a atuação das cidades, celebrando os melhores projetos e servindo de modelo para o restante do Brasil.
“É preciso pensar macro e agir micro”, afirmou o diretor de meio ambiente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano de Anápolis, Antônio Zayek, idealizador do Pró-Água. Ele explica que, com soluções baseadas na natureza, a partir de um olhar macro para Anápolis, a cidade vem se transformando.
As espécies nativas plantadas estão sincronizadas com o período hídrico, dormem na seca e bombeiam água na chuva. De acordo com Zayek, a meta é atingir a marca de 1 milhão de novas árvores, recuperando áreas degradadas, nascentes e consolidando verdadeiros pomares do Cerrado, espalhados pela cidade, que têm um papel essencial na mudança cultural em prol da valorização e proteção do bioma Cerrado.
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