Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Destaque

Pioneiro no cooperativismo goiano completa 94 anos

Delveaux Prudente é advogado e segue atuando | 22.10.19 - 15:38 Pioneiro no cooperativismo goiano completa 94 anos Dr. Delveaux, em seu escritório (Foto: divulgação)
Jales Naves
Especial para o jornal A Redação

Goiânia - Graduado em 1953 pela Faculdade de Direito de Goiás e desde então militando na área, que conciliou com outras funções, como Delegado de Polícia e primeiro Secretário de Justiça e Segurança Pública (SJSP) do Estado do Tocantins, Delveaux Vieira Prudente comemora 94 anos de idade na próxima sexta-feira, dia 25, e 66 anos de formatura. É provavelmente o profissional do Direito mais velho e mais antigo em atividade em Goiás, foi pioneiro no Cooperativismo goiano, na área escolar, e um dos primeiros a integrar a Cooperativa de Crédito dos Advogados (Sicoob Credijur). A sua ficha de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Goiás, é a de nº 547, e na Sicoob Credijur é a de nº 159.


Dr. Delveaux, na formatura, em 1953 (Foto: álbum de família)
 
Com movimentação financeira na Sicoob Credijur, vai à Agência da Rua 101, no Setor Sul – que considera a sua segunda casa –, dirigindo ele mesmo o seu carro, duas ou três vezes por semana. Comparece para tomar o chá e conversar com os atendentes, sempre muito atenciosos, explicando as tendências de mercado, e também para encontrar amigos e colegas de profissão, trocar ideias e experiências.
 
Correntista, levou os seus familiares mais próximos, que também atuam na área do Direito, a manterem conta corrente na Sicoob Credijur: a mulher, advogada Maria Mont Serrat Ribeiro Prudente, goiana de Caiapônia, e os cinco filhos – Maria Lucila Ribeiro Prudente de Carvalho, que trabalha na Advocacia Geral da União (AGU), Ângela Maria Ribeiro Prudente, desembargadora do Tribunal de Justiça do Tocantins, Maria Bernardete Ribeiro Prudente, procuradora do Município de Goiânia, Maria Tereza Ribeiro Prudente, advogada, e Delveaux Vieira Prudente Júnior, promotor de Justiça em Palmas, TO.
 
Trajetória em Goiás
Natural de Monte Alegre de Minas, onde nasceu no dia 25 de outubro de 1925 e fez o curso primário, Delveaux é um dos pioneiros na construção de Goiânia, ao se mudar em 1941 para a Capital em obras. Residiu primeiro no bairro de Campinas, na chácara dos tios Izaura Vieira dos Santos e Aurélio Vilela, que não tiveram filhos e onde hoje é a Vila Izaura. Depois morou na Av. Rio Grande do Sul, próximo do Colégio Santa Clara e da Igreja matriz. Fez o Curso Anexo, preparatório para o difícil exame de admissão ao ginásio, com o professor Paulo Setúbal, que já lecionava no então Liceu de Goiânia, na época o único colégio público da cidade – era uma pessoa que se vestia bem, sempre de terno branco, de linho. Passou no admissão e fez o curso ginasial no Liceu. Em 1945 mudou-se pra Uberlândia, MG, para estudar no Colégio Estadual da cidade, e retornou a Goiânia no ano seguinte, para fazer o Curso Científico, pois pretendia estudar Medicina.
 
Em 1947, presidente do Grêmio Literário ‘Félix de Bulhões’, do Liceu de Goiânia, fundou uma Cooperativa de Estudantes, para fornecer material escolar (livros, cadernos e uniformes) a custo bem reduzido. Lembra que, na época, existia apenas uma Cooperativa em Goiás, da área de Consumo, ligada a servidores do Governo do Estado. Outra de suas iniciativas foi o jornal “O Liceu”, semanário, que tinha como diretores Haroldo de Brito e Sebastião de Abreu, que mais tarde seguiriam a carreira jornalística. O terceiro diretor do jornal, Declieux Crispim, casou-se com Colombina Baiocchi, loira e muito bonita, que na época tinha sido eleita ‘Rainha dos Estudantes” do colégio. Jesus Meireles era vice-presidente do grêmio e no período prevalecia, na entidade, a tendência esquerdista.
 

Delveaux e Maria Mont Serrat, no casamento, em 1955 (Foto: álbum de família)
 
Como queria ser médico, em 1948 mudou-se para o Rio de Janeiro, matriculou-se no Colégio Juruema, preparatório para a Faculdade da Praia Vermelha, ficou três meses, mas um problema de saúde na família fez com que desistisse desse plano. Como era o mais velho dos 11 irmãos, voltou para Goiânia e decidiu fazer o Curso de Direito, que começou em 1949 e concluiu em 1953; a turma era constituída por 16 alunos. Nesse tempo, trouxe a família para morar em Goiânia, inclusive os pais, e matriculou cinco irmãos na Escola Técnica Federal de Goiás. Casou-se em 1955 com Maria Mont Serrat Ribeiro, que se formou em Direito em 1956, e fixaram residência na Rua 26, em frente à casa do então senador Pedro Ludovico Teixeira.
 
Montou escritório de advocacia no edifício Vila Boa, na Av. Goiás esquina com a Rua 2, no Centro, militando por 10 anos. A intenção era lutar por uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, mas o primeiro concurso que surgiu foi para Delegado de Polícia e depois para Juiz de Direito da Comarca de Goianira, GO, passando em ambos. Era o Governo Mauro Borges, muitas as promessas, de que os delegados seriam valorizados, e por isso desistiu da magistratura para assumir uma Delegacia em Goiânia, onde ficou seis meses, foi transferido para Formosa, perto de Brasília, e ali ficou um ano.
 
Nesse tempo, começou a trabalhar com o deputado federal Lisandro Vieira da Paixão, do PTB, que tinha o “Jornal do Dia” e a Rádio Clube, veículos que foram fechados, devido à proximidade do parlamentar com Mauro Borges, pelos militares que assumiram o poder em Goiás em 1964.
 
Em seguida, foi Diretor da Polícia Técnica, da Secretaria de Segurança Pública do Estado, e do Departamento de Polícia Judiciária, e ministrou aulas na Academia de Polícia de Goiás, das disciplinas ‘Direito Civil’ e ‘Direito Processual Civil’. Posteriormente, juntando os 10 anos de militância na advocacia e o tempo servido à área de segurança pública, quando completou 60 anos conseguiu sua aposentadoria, no primeiro governo de Iris Rezende Machado. Continuou na carreira advocatícia, período em que foi convidado pelo governador eleito do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, para montar a SJSP, em 1989. Concluída essa tarefa, retornou a Goiás e ao escritório, visitando periodicamente a Fazenda Monte Alegre, que comprou na região, em 1960, formou e onde criou gado.
 
Continua atuando, mesmo aos 94 anos
Residindo próximo à OAB-GO e com bom relacionamento com o então presidente Felicíssimo Sena, em quem sempre confiou, considerando-o “pessoa competente, muito dinâmica, atuante e muito íntegra”, foi convidado a participar da Cooperativa de Crédito dos Advogados, aceitou e gostou da opção. Sua filha, Maria Lucila, advogada na AGU, foi secretária adjunta da OAB-GO em gestões de Miguel Cançado e Henrique Tibúrcio. Ele elogia os dirigentes da Cooperativa, “um grupo muito bom, excelente”, e os atendentes, sempre atenciosos, dedicados e competentes, num trabalho personalizado, quando explicam o mercado de capitais e orientam sobre as melhores aplicações financeiras naquele momento.
 
Delveaux, que foi conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, do Ministério da Justiça, continua atuando como advogado, nas áreas do Direito Tributário e Agrário, com causas em Goiás, Tocantins e no Distrito Federal, em especial na Justiça Federal, onde fez sustentações orais, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal. Integra, há 50 anos, o Rotary Clube de Goiânia.
 

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351