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Conselheiro do CAU/GO

"Tecnologia ajuda arquiteto na criação e venda de projetos", diz Paulo Alves

Profissional falou sobre tendências da área | 25.11.19 - 12:42 "Tecnologia ajuda arquiteto na criação e venda de projetos", diz Paulo Alves Paulo Renato Alves (Foto: Esther Telles)
Yuri Lopes

Goiânia
- A influência da tecnologia na criação e divulgação de projetos arquitetônicos foi um dos tópicos de um seminário realizado pelo CAU/GO no Sebrae em Goiânia, na última semana. Em entrevista ao jornal A Redação, o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, membro do Conselho, falou sobre essas e outras tendências que envolvem a arquitetura, e de como as mudanças de comportamento alteram a forma como como os edifícios são construídos e vendidos.

Em entrevista ao jornal A Redação, Paulo falou sobre outras tendências que envolvem a arquiotetura, tecnologia e como as mudanças de comportamento altera a forma como empresas estão construindo edifícios e como corretores vendem estes locais.

"Não basta ao arquiteto fazer uma planta baixa, ele tem que apresentar isso das formas mais variadas possíveis usando a tecnologia disponível, como óculos de realidade aumentada e projeção em 3D", conta Paulo Alves. 

Segundo Paulo, que também atua no mercado imobiliário, o trabalho do arquiteto passa a ser um facilitador para a venda dos imóveis. "A forma como produzimos os projetos atualmente permite ao corretor de imóveis usar um tablet para simular um passeio virtual pelos apartamentos. Os drones são outros recursos que melhoram a noção de como será, realmente, a vista a partir de cada andar do empreendimento", cita alguns exemplos. 
 
Paulo destaca que atualmente já é possível oferecer uma série de recursos de visualização do projeto através de um QR code impresso no cartão de visitas, por exemplo, para o cliente acessar pelo celular e conhecer o empreendimento inteiro, e tudo isso começa pelo trabalho do arquiteto. 
 
O conselheiro do CAU/GO explica que a demanda por recursos tecnológicos também parte dos clientes. “As pessoas já chegam comentando que um amigo viu um vídeo, uma realidade aumentada, uma projeção e outros elementos tecnológicos para conhecer o apartamento, então é uma tendência sem volta”, comenta ele. 
 
Visão 360º
Paulo cita os óculos de realidade aumentada como ferramenta eficiente para dar uma noção muito próxima da realidade de como será a obra depois de finalizada. “Fizemos o projeto da Arena do Goiás, e quando fomos vender a ideia para o presidente do time, Hailé Pinheiro, e ele usou os óculos de realidade aumentada e viu, como se tivesse no centro do gramado, vendo toda a parte interna do projeto. Ele aprovou o projeto na hora após ver o estádio 'pronto', o que influenciou muito na apresentação da proposta”, comenta.
 
A ampliação das atividades desempenhadas pelo profissional de arquitetura faz com que a tecnologia mude um pouco o papel do arquiteto como desenhista apenas. "Ele também é um técnico, que precisa entender de vendas, marketing e comportamento", avalia Paulo.
 
Paulo considera que o mercado imobiliário em Goiânia está na vanguarda do mercado e perde apenas para São Paulo em todos os quesitos, inclusive os tecnológicos. Ele comenta que hoje já é possível fazer simulações de como vai ser a iluminação durante o dia, a orientação solar; uma série de detalhes que fazem diferença na hora de decidir comprar um imóvel.
 
Normas de desempenho
A tecnologia também ajuda no cumprimento das normas técnicas exigidas para entregar um imóvel residencial. É possível, por exemplo, descobrir a temperatura média do apartamento, detalhes de conforto térmico e acústico. 
 
A norma de desempenho 15575, da ABNT, lista várias obrigações a serem seguidas para que o produto seja vendido. Nos oito volumes reunidos que estão todas as diretrizes que o projeto tem que assumir, tanto na parte de arquitetura quanto estrutural, de durabilidade, manutenção, entre outros. 

"Sem tecnologia não é possível atender estes requisitos. Já existe escritório de arquitetura especializado em desenvolver ensaios para conferir o atendimento nestas normas", declara o conselhiero do CAU/GO.
 
E o futuro?
O uso de algoritmos na criação de projetos de arquitetura, a partir do tamanho do terreno, é uma das tendências já disponível nos Estados Unidos e que deve chegar ao Brasil. No entanto, Paulo ressalta a importância da presença do arquiteto na criação destes projetos pela necessidade do fator humano. “A arquitetura não é só técnica, mas, também, comportamento. Acredito que no futuro teremos muitos recursos de algoritmo para ajudar na criação dos projetos, mas continua sendo do arquiteto o poder de dar vida. O comportamento das pessoas estão mudando e software nenhum vai entender como isso funciona", conclui. 
 
Mudanças de comportamento
Hábitos alimentares e de convivência são alguns dos fatores que mudaram bastante nos últimos anos e acabaram por influenciar as decisões das construtoras na formatação dos empreendimentos. “Sair de casa para comer em restaurante está virando um hábito mais raro, já que as famílias estão pedindo mais comida por delivery", exemplifica Paulo.
 
Ele considera que por muito tempo as pessoas ficaram muito isoladas, no quarto, sem muito contato com outras pessoas, o que acabou, segundo ele, gerando um anseio pela volta da convivência social, com co-living, co-working, co-creation. "Já é realidade a opção de chegar em casa, pegar um vinho e descer para alguma área comum do prédio, com ambientes integrados. As pessoas estão saindo de seus casulos novamente", disse. 
 
Convivência em alta
Iniciativas que estimulam a convivência  são tendências de hoje em projetos imobiliários. "Estamos em uma civilização que pegou um veio de compartilhamento muito grande. Estudos feitos por sociólogos apontaram que as pessoas começaram a se deprimir por conta da tecnologia. O conceito de co-living está em expansão em todo mundo por causa da necessidade de interagir socialmente", declarou Paulo.
 
Outro dado apontado pelo arquiteto sobre o mercado imobiliário é o reflexo do tamanho das famílias na área total dos apartamentos. “Antes as famílias tinham, em média, dois filhos, hoje a maioria já tem somente um, então isso reflete diretamente no tamanho dos projetos entregues pelas construtoras. Com apartamentos menores, o foco é entregar vários serviços como lavanderia, academia, entre outros".


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