Théo Mariano
Goiânia - Mesmo diante de uma pandemia que já infectou mais de 1 mil pessoas e matou 30 em Goiânia - dados divulgados nesta segunda-feira (18/5) pela prefeitura -, alguns moradores da capital goiana insistem promover reuniões e festas com aglomerações em casas e apartamentos. Somente no último final de semana, 311 denúncias de perturbação do sossego público chegaram à Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) de Goiânia.
A informação é do gerente de fiscalização da Amma, Diego Moura. “As regiões mais periféricas de Goiânia são as que mais acumulam denúncias. O Setor Central registra menos ocorrências”, diz. Como explica o gerente, nem todas as denúncias são de festas com aglomerações. “Às vezes, pode ser apenas uma pessoa escutando uma música muito alta e perturbando os vizinhos. Não conseguimos distinguir todas essas situações", explica.
Segundo Moura, as fiscalizações são priorizadas com base na quantidade de denúncias direcionadas a uma mesma residência. E, mesmo sem a confirmação por parte da Amma em relação às festas, muitos goianienses garantem que as aglomerações têm sido constantes, inclusive com publicações em redes sociais.
A realização de tais reuniões não está permitida e viola o que decretou a prefeitura de Goiânia. No artigo 12, do decreto 736/2020, está definido que “fica vedada a realização de quaisquer eventos em que ocorra a aglomeração de pessoas, sem que seja possível manter a distância mínima necessária para evitar a contaminação pelo Coronavírus, conforme orientação do Ministério da Saúde.”
Em outra determinação, esta no artigo 4 do decreto 751/2020, a gestão municipal define que “ficam autorizadas abordagens de orientação e aplicação de penalidades, dos órgãos de fiscalização pública municipal, nos eventos de que trata o art. 12 do Decreto n.° 736/2020, bem como em festas, shows, circos, parques de diversões, exposições, boates, casas noturnas, bares, restaurantes, teatros, cinemas e academias.”
Distanciamento social
O chefe da Central de Fiscalização instituída pela prefeitura, Dagoberto Costa, avalia que muitas pessoas estão relaxando o distanciamento social devido à abertura dos comércios. “As pessoas estão confundindo a flexibilização com estar 'tudo bem'. Ainda estamos no momento de curva ascendente da pandemia em Goiânia”, alerta.
“Mantenham o máximo de distanciamento social possível. Não é hora para festinhas, nem mesmo entre familiares. A transmissão pelo assintomático é muito grave, porque quem foi contaminado só descobre depois de alguns dias e pode, também, contaminar outras pessoas. Isso só vai refletir nos hospitais depois de 15 dias”, explica. “A guarda não pode ser baixada”, pede o chefe da fiscalização.
Para aqueles que desejam fazer reclamações sobre perturbação do sossego, a Amma disponibiliza o telefone 161. No aplicativo "Prefeitura 24 horas" podem ser feitas, também, denúncias de aglomerações.