Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Segurança econômica

Seguros de vida crescem como oportunidade de planejamento financeiro

Aumento registrado na pandemia é de 36% | 01.11.20 - 08:38 Seguros de vida crescem como oportunidade de planejamento financeiro Foto: DivulgaçãoCarolina Pessoni

Goiânia
- O planejamento financeiro é, sem dúvidas, algo que é preciso fazer para que a pessoa consiga atingir seus objetivos ao longo da vida. Nesse aspecto, muito se discute sobre investimentos, mas o que poucos levam em consideração, no entanto, é que a contratação de um seguro de vida faz parte deste planejamento.
 
O corretor de seguros e professor da Escola Nacional de Seguros e diretor de Comunicação do Sindicato dos Corretores de Seguro de Goiás (Sincor-GO), Hailton Costa Neves, explica que é preciso enxergar o seguro de vida como um verdadeiro investimento. "Os latinos, em geral, têm a tradição de pensar que vão viver para sempre, que Deus protege de todos os perigos, mas esse é um pensamento sentimental. Na prática, o seguro de vida é um bom alento para quem fica. Não traz a pessoa de volta, não cura a dor, mas ameniza a falta", pontua.
 

Diretor de Comunicação do Sincor-GO, Hailton Neves, destaca que o seguro de vida deve ser pensado como um investimento (Foto: Divulgação)

Para se ter uma ideia da relevância de um seguro de vida, é possível que uma mesma pessoa contrate várias apólices, enquanto para um seguro imóvel ou automóvel isso é proibido e, ainda, considerado crime. "Mais de uma apólice de seguro para um carro, por exemplo, é tentativa de estelionato. Já para o seguro de vida isso é permitido, porque a vida é incomensurável. Se uma pessoa tem 10 apólices de seguro de vida, todas são obrigadas a pagar totalmente o valor contratado ela venha a faltar", explica Hailton.

O corretor de seguros Alessandro Marlangeon compartilha da mesma opinião. Para ele, o brasileiro ainda tem um pensamento muito otimista de que nada acontece com ele, e, por isso, relega o seguro de vida a segundo plano. "O seguro de carro é mais comum, porque as experiências em que é preciso acioná-lo são mais presentes no nosso dia a dia. Esse perfil de comportamento tem mudado após a pandemia, principalmente com o surgimento da ferramenta do seguro resgatável, que despertou interesse nos últimos tempos", diz.
 
O seguro resgatável ou dotal misto é aquele que oferece as coberturas comuns de um seguro de vida, mas que permite o resgate de parte ou de todo o valor após um período definido. Depois do pagamento dos valores, o seguro é automaticamente cancelado, mas, enquanto vigente, a apólice tem os benefícios como qualquer outro seguro de vida.
 
Alessandro ressalta que a contratação depende do perfil de cada pessoa para que se escolha a modalidade que mais vai atendê-la no momento em que se encontra na sua vida. "Por isso é importante entrar em contato com um corretor especializado, que vai entender o momento de vida, as especificidades e real necessidade da pessoa", diz.
 
Na mesma linha, Hailton destaca que tudo depende do objetivo do cliente. "O seguro de vida é uma individual e muito personalizada. Dependendo da modalidade, por exemplo, em caso de doença grave, a pessoa pode receber um adiantamento de até 50% do valor contratado para aplicar no tratamento e isso faz uma grande diferença, porque pode tirar a pessoa da fila do SUS, por exemplo", ressalta.
 
Quem teve uma experiência assim foi o próprio Alessandro que, como corretor, pagou seu primeiro seguro à sua própria esposa. "Uma mulher jovem, aos 29 anos foi diagnosticada com câncer. Meu trabalho sempre foi dar exemplos como esse para meus clientes e, de repente, me vi nessa situação. Tive uma experiência positiva, porque o valor do seguro trouxe uma segurança financeira e emocional para proporcionarmos o melhor tratamento a ela. Hoje ela está super bem, curada, mas foi um momento difícil que vivemos e que foi amenizado pelo seguro de vida", conta.


Além de corretor, Alessandro foi beneficiado quando precisou pagar o seguro de vida de sua própria esposa, que precisou acionar a proteção para um tratamento de câncer (Foto: Arquivo Pessoal)
 
Outra experiência marcante na carreira de Alessandro foi, como corretor, pagar o seguro de um amigo pessoal, que morreu de forma inesperada enquanto fazia uma trilha. "Ele era o responsável financeiro pela família e o seguro trouxe um suporte importante em um momento de tanta dor", diz.
 
Planejamento
O diretor de comunicação do Sincor-GO destaca que as pessoas devem ficar muito atentas ao que contratam. "Seguro é igual vinho, não se pode mensurar pelo preço, mas pelo valor que traz ao beneficiário, e, normalmente, quanto mais barato, mais dor de cabeça ele traz", brinca.
 
Para Alessandro, o seguro faz parte do planejamento de riscos da vida das pessoas. "É uma parte importante do planejamento financeiro, assim como os diversos tipos de investimentos e aplicações. É uma preocupação com a terceira idade, e é importante ter tudo isso muito bem alinhado para as coisas ficarem mais fáceis no futuro", diz.
 
Por isso, os corretores indicam um passo a passo para a contratação do seguro de vida ideal. O primeiro passo é definir o objetivo; depois as coberturas que precisa; evitar cair na tentação da compra por negociação, como os seguros embutidos em cartões de crédito ou contas em banco; procurar uma seguradora e um corretor especializados em seguro de vida, que atendam realmente às necessidades; e, por fim, fazer um acompanhamento constante.
 
"O seguro de vida é semelhante a um testamento. Ele pode ser alterado constantemente, com a alteração de valores e beneficiários conforme a vida da pessoa também vai mudando. Por isso a importância de contratar a apólice com um corretor qualificado. Ele vai ser o seu consultor financeiro especializado em seguro de vida", pontua Hailton Neves.
 
Segurança
Os seguros de vida devem atender às necessidades específicas de cada pessoa, por isso é tão relevante que ele seja feito de forma personalizada, para que tenha as coberturas que o segurado realmente precisa. Pensando nisso, o árbitro de futebol Fabrício Vilarinho contratou a sua proteção. "O seguro é um planejamento de vida na qual resguardo possíveis intercorrências deixando amparada minha família. Mais do que um seguro de vida, é um seguro em vida", diz.
 
Ele afirma que, como depende do corpo para realizar o seu trabalho e prover financeiramente sua família e suas necessidades, esse planejamento o deixa mais tranquilo, já que o tempo passa para todos e os imprevistos podem acontecer a qualquer momento. "A vida é feita de escolhas, desde o like nas redes sociais, até a quantidade de água que tomamos durante o dia. Escolher se planejar faz parte da necessidade de um plano de carreira eficiente e eficaz em qualquer área. Dessa forma o seguro foi uma escolha necessária para o caminho que percorremos."


"O seguro é um planejamento em vida para resguardar minha família", afirma o árbitro de futebol Fabrício Vilarinho (Foto: Letícia Coqueiro)
 
Para fazer seu seguro, ele considerou principalmente o amparo à sua família, já que é casado e pai de três filhos, todos seus dependentes financeiramente. "A máxima que 'o seguro tem que morrer de velho' está no subconsciente. No consciente, as novas tendências devem sempre nos mover fora da zona de conforto. Na Europa, Ásia e Estados Unidos, por exemplo, a prática de fazer um seguro é cultural. Nos preocupamos com automóveis, casas e de certa forma nos esquecemos de nós mesmos e esse seguro me faz ter certeza que quem amamos estará amparado", ressalta.
 
Fabrício afirma ainda que, como a cada vez mais a arbitragem trabalha em alto nível, os profissionais da área têm buscado realizar seguros, já que dependem totalmente de um bom desempenho físico para exercer a profissão. "O corpo é a ferramenta e a mente é o sistema que organiza todo o processo. Os companheiros árbitros são conscientes disso e estão buscando essa prática", afirma.
 
Além do seguro de vida, o árbitro afirma que possui ainda seguro residencial e automotivo. Para ele, o seguro faz parte de um planejamento financeiro para sua vida. "Somos de carne, osso e escolhas. Planejar requer uma série de ações estratégicas em todas as áreas da vida. O dinheiro é fundamental para uma qualidade de vida e o planejamento é essencial para escolhas corretas", diz.
 
Além do seguro de vida tradicional, uma área que tem crescido é o seguro de vida com cobertura majorada ou específico para membros. "Esse é um tipo de seguro próprio para aquele profissional que depende daquele membro para exercer a sua profissão, é o principal objeto segurado", explica o diretor de Comunicação do Sincor-GO, Hailton Neves.
 
Para se ter uma ideia, as pernas do jogador de futebol Cristiano Ronaldo têm seguros que, em 2018, eram estimados em 103 milhões de euros em caso de lesão grave, o que correspoderia atualmente a cerca de R$ 690 milhões. Já o argentino Lionel Messi possuía um seguro também das pernas estimado em 51 milhões de euros, o que chegaria hoje a R$ 342 milhões, além de uma proteção pessoal que chegaria a mais de R$ 3,6 bilhões.
 
Essa não é uma novidade no mundo do futebol. Outros jogadores como o francês Zidane e o inglês David Beckham também contavam com esse tipo de proteção. "Entre os brasileiros, o jogador Ronaldo possuía um seguro milionário que protegia majoritariamente suas pernas, caso ele sofresse um acidente em atuação profissional", lembra Hailton, que reforça: "Esse tipo de seguro não é 'all risk', não vai cobrir exatamente todas as situações, mas normalmente quando o acidente acontece no exercício da profissão", diz.
 
Comum entre atletas de alta performance, a prática tem se estendido também para outros profissionais. O ortodontista Eduardo Vilela, por exemplo, possui, além do seguro de vida, o seguro de suas mãos, que são seu instrumento de trabalho. "Se eu machucar ou perder as as minhas mãos, não tenho como trabalhar mais, atuar na profissão. Devido à essa extrema importância, de ser um fator essencial, resolvi fazer o seguro", afirma.

Para proteger suas mãos, Eduardo (ao lado) refletiu a partir de casos de profissionais que se acidentaram de alguma forma e perderam a aptidão para trabalhar e exercer a profissão. "Foi uma escolha e uma necessidade, além de coerência com a minha profissão. A gente está sujeito a acontecer qualquer coisa, então temos que procurar nos resguardar e prevenir de todas as formas", destaca.
 
Ele afirma ainda que, apesar da importância, esse tipo de seguro ainda não é uma prática muito comum entre os dentistas, mas deveria ser. "Eu, sempre que posso, aconselho a fazer esse seguro, porque a gente está sujeito a um acidente a qualquer momento. Acho que pouca gente faz porque não enxerga a importância disso, não entende claramente os riscos que corremos todos os dias."
 
Além do seguro de vida e das mãos, Eduardo possui os seguros de responsabilidade civil, contra danos aos bens da empresa e automotivo. "Dependendo da apólice, o seguro é um planejamento financeiro sim, mas eu não fiz os meus pensando nisso. Fiz pensando na necessidade de, Deus me livre, talvez precisar usar um dia, realmente", brinca.
 
Pandemia – marco para os seguros
A pandemia de covid-19 parece ter mudado um pouco a visão do brasileiro com relação ao seguro de vida. Pesquisas da categoria indicam um crescimento de cerca de 36% no número de apólices desde março. "Como corretor já ouvi muito cliente falar que não queria deixar viúva rica ou que acreditava muito em Deus e que contratar um seguro era abrir mão da fé, o que é uma grande bobagem. O pensamento vem mudando, a sociedade vai evoluindo e as pessoas vão se atentando mais para a educação financeira, em cuidar da segurança da família caso ela venha a faltar", destaca o diretor de Comunicação do Sincor-GO.
 
Além do crescimento de contratações de seguros, a pandemia trouxe ainda mudanças nas apólices. Hailton explica que, antes do surgimento da covid-19, os seguros não tinham cobertura para a pandemia, o que começou a acontecer a partir de março deste ano. "Agora a lei obriga que exista a cobertura automática para pandemias. Entretanto, para novas apólices, há uma carência de 90 dias", ressalta.
 
O corretor Alessandro Marlangeon diz que a procura de novos clientes por seguros de vida tem aumentado. “As pessoas têm perdido familiares, pessoas próximas, e passaram a se preocupar com isso por conta da letalidade do vírus. É um momento único na nossa história e que pode ser considerada um marco para os seguros. A gente pensa que é uma coisa que nunca vai acontecer, mas a pandemia veio para mostrar de perto o quanto acontece.”
 
Para Hailton, a pandemia contribui também para difundir a cultura do seguro de vida e da importância dos seguros em geral no país. "Para se ter uma ideia, somente 9% das residências são seguradas em Goiás, número que vem aumentando depois que a quarentena obrigou as pessoas a ficarem em casa e fez com que elas tivessem mais atenção a esses detalhes. A maior carteira de seguros no Estado, que é de automóveis, tem uma estimativa de apenas 45% dos carros 0 km, número que cai para 40% para carros com até 5 anos e 10% para veículos de até 10 anos", ressalta.
 


Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351