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Nove anos depois

Valério Filho: “As coisas vão acontecendo e meu pai não está aqui para ver"

Cronista esportivo foi assassinado em 2012 | 05.07.21 - 12:32 Valério Filho: “As coisas vão acontecendo e meu pai não está aqui para ver" O cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira, que tinha 49 anos, foi assassinado a tiros quando saída da Rádio Jornal 820 AM no dia 5 de julho de 2012, há nove anos (Reprodução/PUC TV)
Augusto Diniz
 
Goiânia – “As coisas vão acontecendo. E ele não está aqui para ver, para compartilhar. Nem nunca mais estará.” O advogado Valério Luiz Filho, filho do cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira, que foi assassinado aos 49 anos na porta da Rádio Jornal 820 AM no dia 5 de julho de 2012, diz ao jornal A Redação que, nove anos depois, ficou a revolta. “A princípio, por causa das circunstâncias extremamente violentas em que tudo aconteceu, o sentimento predominante é o de revolta e vontade de que a justiça seja feita”, descreve.
 
Valério Filho tinha 24 anos quando o pai foi morto a tiros enquanto saía de carro da emissora de rádio naquela quinta-feira de 2012. Hoje, aos 33, o filho do meio de Valério Luiz revela que o sentimento de revolta e a busca pela justiça deixam todo o resto “meio entorpecido”. “Com o tempo, a revolta e a indignação permanecem, claro. Mas aparecem os sentimentos de falta por causa do tempo decorrido.” 


Ao sair da Rádio Jornal 820 AM na quinta-feira 5 de julho de 2012,
Valério Luiz foi assassinado a tiros (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Primeiro neto
As irmãs de Valério, Laura Gomes de Oliveira e Tamine Suilank de Oliveira, tinham 21 e 31 anos há nove anos, quando o pai foi baleado ao sair do trabalho. Valério Luiz não conheceu os netos. O primeiro deles, Felipe, filho de Tamine, nasceu um mês depois do assassinato, no dia 4 de agosto de 2012. A esposa, Andrea Gomes, hoje com 50 anos, tinha 41 no dia da morte do marido.

“Na verdade, convivi pouco com meu pai”, conta Tamine, que é irmã de Valério Filho e Laura por parte de pai. A partir do momento em que passou a gestar Felipe, o laço entre Valério Luiz e a filha mais velha deu sinais de fortalecimento. “Mas, logo quando ele soube da minha gravidez, me ligou demonstrando estar muito feliz, contente porque ia ser avô. Que queria poder estar mais perto, levar o neto para pescar.” 
 
A primogênita do cronista esportivo lamenta o convívio que o neto Felipe nunca teve com o avô Valério. “Com a morte, nos foram tiradas todas as oportunidades de um relacionamento, de um novo momento em nossas vidas. Pois, ele não simplesmente morreu, lhe foi tirada a vida.” Tamine descreve que “são nove anos de tristeza, de vazio”.

(Na foto, a esposa Andrea Gomes, o marido Valério Luiz de
Oliveira e os filhos Laura Gomes de Oliveira e Valério Luiz Filho - Foto: Arquivo pessoal)


Família maior
Os outros netos são mais novos. Aos 30 anos, Laura é mãe do pequeno Benício, de 2 anos. Valério Filho é pai do Francisco, que tem 1 ano e 2 meses. Para o único filho homem do cronista esportivo, que leva o nome do pai no registro de nascimento, a espera hoje é a de o juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara Criminal de Goiânia, definir a nova data de início do julgamento do caso no Tribunal do Júri.
 
No dia 11 de fevereiro de 2019, o magistrado que substituiu no caso o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 4ª Vara Criminal da capital, marcou a data do início do julgamento para 23 de junho de 2020. Mas aí veio a crise sanitária causada pela covid-19. “Em março, dois meses antes, sobreveio a pandemia.”

Retomada do caso
Valério Filho afirma que o caso pode ser retomado a qualquer momento. “O processo está em vias de ir a júri. Não falta mais nenhum recurso. Nada”, observa. O filho da vítima aguarda apenas que o magistrado decida a data de início do Tribunal do Júri porque, segundo Valério Filho, “existem condições sanitárias” para retomar a análise do processo. 
 
Ele afirma que, naquele momento, seria “impossível” realizar o julgamento na data inicialmente definida pelo juiz Lourival da Costa, terceiro magistrado à frente do caso. Antes de Jesseir Coelho, Antônio Fernandes de Oliveira, da 3ª Vara Criminal de Goiânia, era o responsável pelo processo.

Acusações
Depois de anos de recursos das defesas dos cinco réus apreciados em todas as instâncias da Justiça, as acusações foram mantidas contra os pronunciados ao Tribunal do Júri. O empresário e ex-cartorário Maurício Sampaio, que à época era vice-presidente do Atlético Clube Goianiense, é apontado como o mandante do crime. 

A acusação contra Urbano de Carvalho liga o réu à contratação do cabo Ademá Figueiredo, da Polícia Militar, que teria efetuado os disparos contra Valério Luiz. Outro policial, sargento Djalma da Silva, tem contra si a alegação de tentar atrapalhar as investigações. E o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier é acusado de ter ajudado a planejar e prestar auxílio logístico no assassinato do cronista esportivo. 
 
Valério Luiz no casamento da filha mais velha, Tamine Suilank de Oliveira, em 2010. Primeiro
neto do cronista, Felipe nasceu um mês depois de sua morte, em 4 de agosto de 2012 (Foto: Arquivo pessoal)

 


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