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História de Goiás

Os cinco diretores do Ginásio Estadual de Campinas na década de 1950

Todos se destacaram em suas atividades | 13.08.21 - 14:53 Os cinco diretores do Ginásio Estadual de Campinas na década de 1950 (Foto: Arte/AR)
Jales Naves
*Especial para A Redação

Goiânia - Campinas, que surgiu como arraial em 1810, era uma cidade importante de Goiás quando o interventor federal Pedro Ludovico Teixeira decidiu construir uma nova Capital, diante das condições insalubres de Vila Boa, e escolheu o novo local (Decreto estadual nº 3.359, de 18 de maio de 1933) por diversos motivos, dentre os quais a melhor localização geográfica, abundância de água, terreno plano etc. A pedra fundamental foi lançada no dia 24 de outubro desse ano e Goiânia criada dois anos depois (Decreto estadual nº 327, de 2 de agosto de 1935), quando Campinas voltou à condição de bairro e, naturalmente, por sua estrutura, em polo de desenvolvimento da nova Capital.
 
Desrespeitando compromissos com as lideranças políticas, de deixar em Vila Boa hospital, escola etc., Ludovico trouxe para a Capital os professores, móveis e equipamentos do Liceu e o implantou no centro da nova cidade. Essa decisão resultou no rompimento político entre eles, dentre os quais Hermógenes Coelho, que presidiu a Assembleia Legislativa do Estado, e, com a redemocratização, em 1946, ficaram em partidos diferentes, opostos em suas trajetórias.
 
Pouco foi acrescentado, até então, a Campinas.
 
No Governo de Coimbra Bueno, eleito em 1947, o secretário de Saúde e Educação do Estado, médico Hélio de Brito, ao reformular o ensino secundário, criou três escolas públicas em Goiânia, uma delas para atender o bairro/mãe, cumprindo a promessa de campanha.
 
O Ginásio Estadual de Campinas foi criado pela Lei nº 18, de 29 de outubro de 1947, que previa seu funcionamento, no primeiro ano, somente com a primeira e segunda séries, e teria sete professores, um secretário, um chefe de disciplina e um porteiro. A lei, no entanto, só foi publicada no “Diário Oficial” do Estado dois anos depois, no dia 23 de julho de 1949, e sua instalação se deu no ano letivo de 1950, em março. Ele funcionou durante 10 anos, até 1959, e teve cinco dirigentes, que deram início ao trabalho de transformá-lo num dos maiores e mais respeitados estabelecimentos públicos de ensino do país, na década de 1960, o Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’.
 
Em seu início dividiu espaço com o Grupo Escolar ‘Henrique Silva’, um no turno matutino, o outro no vespertino, e ainda teve a companhia de uma terceira unidade educacional, privada, a Escola Técnica de Comércio de Campinas, no período noturno. As três instituições tiveram papel importante na educação em Goiás.
 
A história dos cinco diretores do Ginásio
O professor Louvercy Olival foi nomeado para o exercício do magistério, padrão “T”, interinamente, pelo Decreto de 17 de fevereiro de 1950, e designado para a direção do Ginásio Estadual de Campinas (GEC) pela Portaria nº 66/50, de 7 de março, a partir do dia 17 desse mês.


Louvercy Olival, primeiro diretor (Foto: álbum de família)
 
Louvercy Olival, nascido em 29.07.1929, em Jundiaí, SP, filho de Luiza Marcondes Olival e Antônio Alberto de Olival, fez seus estudos primário e ginasial em São José dos Campos, SP, onde morou até a adolescência. Após o falecimento do pai, e acompanhando a irmã mais velha que iria se casar em Goiânia, ficou na cidade, fez o curso de Direito na Faculdade Federal, graduando-se em 1950. Lecionou no Colégio Estadual de Goiânia e no Ginásio Estadual de Campinas, sendo seu diretor. Foi professor da Universidade Federal de Goiás e fundador do Departamento de Linguística e Semântica. Fundou a livraria de livros didáticos, na área do Campus Universitário, cujo maior objetivo era dar acesso à leitura aos estudantes mais carentes. Foi gerente do Banco do Estado de São Paulo e trabalhou como assessor na Secretaria da Educação e Cultura do Estado. Homem voltado para a educação, trabalhou grandemente para que o jovem pudesse ter boas oportunidades de futuro.
 
Casou-se em 24 de dezembro de 1951, na Catedral de Goiânia, com a professora Moema de Castro e Silva, doutora em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, e de quem foi professor de Matemática no Colégio Estadual de Goiânia. Teve quatro filhos: Ana Maria de Castro e Silva Olival, Maria Cristina de Castro e Silva Olival, Maria Lúcia de Castro Olival Tolentino e Antônio Alberto de Olival Neto, oito netos e nove bisnetos. Faleceu em 30 de dezembro de 2005.
 
O segundo foi o professor Joaquim Gomes Filho, com o Registro nº D-13.640, nomeado por Decreto de 22 de novembro de 1951 para duas funções: exercer o magistério, padrão “T”, cumulativamente com o padrão “W”, interinamente, no Colégio Estadual de Goiânia, ficando lotado no GEC, e para desempenhar a função gratificada de Diretor do Ginásio Estadual de Campinas, tendo assumido seis dias depois, dia 28. O Decreto de 9 de fevereiro de 1952 revalidou o exercício de professor padrão “T”, a partir de 21 de fevereiro de 1951. Foi exonerado, a pedido, pelo decreto de abril de 1954, a partir do dia 18 de novembro de 1952.


Joaquim Gomes Filho, segundo diretor ( Foto: desenho do artista plástico Amaury Menezes, coleção do TCE-GO)
 
Joaquim Gomes Filho nasceu em Pirenópolis, GO, em 1910, filho de Joaquim Gomes da Silva Rocha e Ana Francisca da Rocha. Casou-se em 1939 com Reginalda Fleury. Fez o curso ginasial em Uberaba, MG; o curso de contabilidade em São Paulo, no Lyceu Coração de Jesus; e diplomou-se pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, no Rio de Janeiro, cidade onde lecionou, de 1933 a 1936. Retornando a Goiás foi professor e diretor de colégio em Pirenópolis, em 1937; lecionou Português no Colégio Sant’Anna, na cidade de Goiás, 1938-42, no Colégio Estadual de Goiânia; e diretor do Ginásio Estadual de Campinas, em 1952. Colaborou em diversos jornais, fazendo literatura. Em Goiânia, foi diretor do jornal “O Social”, que realizou concurso, em 1936, que deu nome à nova capital do Estado.
 
“Bom apreciador de cerveja, confiado e sem cerimônia, chegava à turma costumeira de bate-papo e já ia pegando o copo de qualquer um que estivesse bebendo”, afirmou o escritor Bariani Ortêncio. “De uma vivacidade mental fabulosa, bom orador, foi deputado estadual pelo PSD, de 1947 a 1951”, completou, para ressaltar que era um dos melhores trocadilhistas do Brasil. Aprovado em concurso público de provas e títulos, ingressou em 1952 como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, do qual foi um dos três membros fundadores, tendo presidido o TCE em 1954, 1957, 1960 e 1963, e se aposentado em 1966. Faleceu em Goiânia, em 3 de outubro de 1994.
 
O terceiro foi o professor Newton Paranhos, Registro nº D-14.589, que havia sido nomeado pelo Decreto de 27 de abril de 1951, em caráter interino, para o exercício do magistério, padrão “T”, constante da Parte Permanente, tabela II, do Quadro Geral do Funcionamento Público do Estado, tendo assumido o cargo no dia 4 de maio e sido empossado seis dias depois, 10. Pelo Decreto de 5 de dezembro de 1952 foi nomeado para exercer a função gratificada de Diretor do Ginásio, que assumiu no dia seguinte, 6. Professor catedrático, foi reclassificado no padrão “M” (Cr$ 3.000,00, mensal) a partir de 1º de janeiro de 1955, conforme a Lei nº 1007, de 29 de novembro de 1954.


Newton Paranhos, terceiro diretor (Foto: álbum de família)
 
Culto, católico e solidário, sempre ajudando as pessoas que o procuravam sem alardear seus feitos, Newton Paranhos estudou em internato em Silvânia, quis ser padre, contrariando os pais, Galeno Paranhos e Maria Vicente da Silva, e ingressou no Seminário de Mariana, MG. Estudou Filosofia e Teologia, chegou a usar batina, mas foi dissuadido de seguir a vida religiosa pelos primos quando de uma visita a Goiânia já devidamente paramentado. Instalando-se na capital goiana, fez o Curso de Direito na Faculdade Federal, lecionou História, dirigiu o Ginásio Estadual de Campinas, trabalhou no sistema de segurança e depois ingressou no Serviço Social da Indústria em Goiás, quando foi enviado para a Brasília que estava nascendo para implantar o Sesi na Capital Federal, onde se fixou. Foi um dos fundadores da Federação das Indústrias de Brasília, que estruturou, mas não aceitou a indicação para a presidência da entidade.
 
Goiano de Catalão, casou-se com a prima Laís da Costa Paranhos, neta do escritor Ricardo Paranhos; o casal teve dois filhos, Luiz e Fernando da Costa Paranhos. Ele gostava de viajar, e em muitas levou a irmã, Doris, que tem boas lembranças desse período. Citou uma viagem a Israel quando, em visita a Jerusalém, o grupo deixou de seguir o guia da excursão para acompanhar Newton em suas explicações, que encantavam a todos, pelo seu conhecimento.
 
O quarto foi o professor Sebastião Veloso Peleja, Registro nº D-3.760, nomeado interinamente para o exercício do magistério, padrão “T”, da tabela, lotado no Ginásio, tomando posse no dia 24 de novembro de 1951, data em que assumiu a função. Pela Portaria nº 20, de 13 de outubro de 1953, da Secretaria da Educação do Estado foi designado para o cargo, nomeação confirmada pelo Decreto de 30 de novembro desse ano, com revalidação de seu exercício a partir do dia 13 desse mês. Ele foi reclassificado no padrão “M” por Decreto de 3 de janeiro de 1955, a partir de 1º desse mês, com base na Lei nº 1.007, de 29.11.1954; e pela Portaria nº 18, de 28 de setembro de 1955, da Secretaria da Educação do Estado, foi designado para reger a cadeira de Português.


Sebastião Veloso Peleja, quarto diretor (Foto: álbum de família)
 
De origem humilde, com os pais lutando muito para sustentar a família, que era numerosa, o filho mais velho, Sebastião Veloso Peleja, começou a trabalhar cedo, vendendo bolo de arroz que sua mãe produzia em dois locais: Mercado Municipal e porta do Quartel da Polícia Militar do Estado. Sabia os horários de troca de plantão e movimentação de tropas e aparecia para oferecer os bolos, muito apreciados pelos soldados. Tão logo esvaziava a bandeja, ele a colocava na cabeça para a mãe – que morava longe dali, numa casa ao lado do morro, na rua do Fogo, próximo do cemitério, depois da ponte do rio Vermelho – para chamar a atenção dela. Era o sinal para começar a produzir mais bolos. Também ajudou seu pai, que era pedreiro, nas construções que fazia, e depois quando ele montou um pequeno armazém na frente da casa onde moravam. Foi, ainda, alfaiate.
 
Analfabeto, sem condições de estudar, ele sempre quis aprender a ler e a escrever. Um dia, aproveitou o momento de entrada de diretores e professores do Lyceu de Goyaz e foi até a secretaria, para indagar sobre como deveria fazer para ingressar na escola. Foi uma decepção, ao ser informado que ali só estudavam pessoas de cor branca, o que o excluía, por ter pele mais escura. A sua sorte foi que o amigo e professor Carlos Brandão, que ali lecionava Latim, viu a cena e saiu sem que ele o notasse, e o abordou tão logo deixou aquele local para se prontificar a lhe ensinar o básico, o que foi feito.
 
Sua luta não ficou aí. Continuou a brigar para ter a chance de frequentar a escola e acabou conseguindo entrar no Lyceu de Goyaz, mesmo diante da má vontade de diretores, professores e colegas de sala, pela sua condição humilde – como não tinha dinheiro para comprar material escolar, ele mesmo o produzia, recortando as folhas de papel para embrulho, no armazém, fazendo as linhas com uma régua, que costurava e se tornavam seus cadernos.
 
Goiano da antiga capital, onde nasceu no dia 25 de fevereiro de 1909, filho de Benedito de Souza Peleja e Anna Velloso Peleja, ele casou-se na cidade de Goiás, com a Neli da Silva, com quem teve uma filha, Lisemi da Silva Peleja, e faleceu no parto da segunda, mesmo com a assistência do médico Tasso Camargo, que fez a cirurgia.
 
Posteriormente, ele se mudou para Goiânia, fez o Curso de Direito na Faculdade Federal, no início dos anos 1950, ao mesmo tempo em que lecionou no Ginásio Estadual de Campinas, quando lutou pela construção de uma sede para o educandário. Portador do Registro nº D-3.760, do Ministério da Educação e Cultura, foi nomeado interinamente para o exercício do magistério, padrão “T”, tomando posse no dia 24 de novembro de 1951, data em que assumiu a função. Pela Portaria nº 20, de 13 de outubro de 1953, da Secretaria da Educação do Estado foi designado para o cargo, nomeação confirmada pelo Decreto de 30 de novembro desse ano, com revalidação de seu exercício a partir do dia 13 desse mês. Ele foi reclassificado no padrão “M” por Decreto de 3 de janeiro de 1955, a partir de 1º desse mês, com base na Lei nº 1.007, de 29.11.1954; e pela Portaria nº 18, de 28 de setembro de 1955, da Secretaria da Educação do Estado, foi designado para reger a cadeira de Português. No período, foi professor também de Latim e História Geral, do Brasil e de Goiás.
 
Em 1957 casou-se com Haydée Maria Berquó, de família abastada, que se mudou ainda jovem para Goiânia, quando o pai Joaquim Berquó a matriculou, interna, no Colégio Santa Clara, um dos mais tradicionais do bairro de Campinas, exclusivo para mulheres. Posteriormente, conseguiu um emprego para ela no Governo do Estado, que montou um escritório para venda de lotes em Goiânia num dos prédios que ficam ao lado do Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. Nesse espaço ela recebeu a visita de Sebastião, que já havia trazido seus familiares para morar na nova capital, quando ele adquiriu um imóvel na rua P-16, no setor dos Funcionários, onde construiu sua casa. Passaram a se encontrar e esse relacionamento frutificou na união do casal.
 
Também em 1957 Peleja classificou-se em 18º lugar, entre 22 aprovados no 13º Concurso do Ministério Público de Goiás, como registrou o livro “Os 50 Concursos do MPGO. 1948-2018”, do promotor de Justiça Jales Guedes Coelho Mendonça, e foi designado para atuar em Santa Cruz de Goiás. Na cidade vizinha de Pires do Rio nasceram três filhos: Edgar Berquó Peleja, no dia 22 de outubro de 1958, em parto feito por vovó Dócia, e hoje médico; Ernesto Berquó Peleja, administrador de empresas e corretor de imóveis, em 1959; e em 1960 Edla Maria Berquó Peleja, bacharel em Música pela UFG. Ele foi Promotor de Justiça, ainda, em Paraúna, Mossâmedes e Goiânia, quando se aposentou.
 
Aposentado, Sebastião voltou a residir na cidade de Goiás, quando foi convidado pelo prefeito Jerônimo de Carvalho Bueno, da Aliança Renovadora Nacional (1966/70), para ser o Secretário Municipal de Turismo. Foi também um dos fundadores e diretor da Escola de Belas Artes da cidade.
 
Nesse retorno à antiga Vila Boa, ele advogou, trabalhando causas de pessoas que não podiam pagar. Na época, a pedido do juiz da comarca, dr. Mário do Vale Monteiro, passou a atender mais a advocacia social, porque os outros profissionais da cidade não queriam fazer esse atendimento e ainda não existia a Defensoria Pública.
 
Quando o filho Edgar passou no vestibular para fazer o Curso de Medicina na UFG os pais voltaram a residir em Goiânia, e posteriormente voltaram para a cidade natal de Sebastião.
 
Uma das características dele era viajar e escrever. A cada viagem fazia um circunstanciado relato por onde passava, descrevendo as cidades, as paisagens e o roteiro feito, além das conversas com moradores, mas não publicou nenhum livro. Deixou ainda outras obras para serem publicadas.
 
Faleceu de aneurisma aos 83 anos, no dia 16 de novembro de 1992, em Goiânia.
 
A quinta diretora foi a professora Lígia Maria Coelho Rebello, Registro nº D-7.908, que tinha sido nomeada por Decreto de 28 de março de 1952, como professora primária, classe D do Grupo Escolar ‘Professor Vasco dos Reis’, para, em substituição e cumulativamente, exercer o magistério, padrão “T”, no Ginásio Estadual de Campinas, “enquanto durar o afastamento legal e temporário do titular, Helton de Morais Sarmento”. O Decreto de 12 de abril de 1952 revalidou o exercício do cargo de professora, padrão “T”, a partir de 1º desse mês. O Decreto de 4 de setembro de 1953 a nomeou para, interinamente, exercer o magistério, padrão “M”, na vaga decorrente da exoneração do professor Raimundo Dias Irmão, quando assumiu as cadeiras de Português, Desenho e Trabalhos Manuais; e foi reclassificada no padrão ‘M” a partir de 1º de janeiro de 1955, com base na Lei nº 1.007, de 29 de novembro de 1954. O Decreto de 1º de janeiro de 1956, nos termos do Art. 15, item I, do Decreto-Lei nº 4.920, de 28 de outubro de 1941, a confirmou como Diretora do Ginásio Estadual de Campinas, e a Portaria nº 24, de 15 de outubro de 1957, da Divisão do Ensino de Segundo Grau, da Secretaria da Educação do Estado, reafirmou a decisão, designando-a, como professora catedrática do ensino secundário, para Diretora do GEC, função instituída pelo Decreto nº 622, de outubro de 1957, a partir de 1º de janeiro desse ano.


Lígia Maria Coelho Rebelo, quinta diretora (Foto: álbum de família)
 
Filha de Guilherme Ferreira Coelho e Elgiva Coelho, Lígia Maria nasceu na cidade de Goiás, em 8 de setembro de 1917. Aos dois anos a família se mudou para Pouso Alto (Piracanjuba), onde fez o curso primário, já mostrando aptidão para declamar e discursar. Aos nove anos, foi estudar no tradicional Colégio Sant’Ana, onde se formou em 1933, sendo a oradora da turma. Em 1934, ingressou no magistério, indo lecionar no Grupo Municipal ‘Professora Nhola’. Em 22 de abril de 1935, com 17 anos, foi nomeada Diretora do Grupo Escolar “João de Araújo”, de Pouso Alto, e na cidade, na Escola Normal São José, lecionava a disciplina Psicologia. Em 14 de abril de 1937, casou-se com o farmacêutico Percival Xavier Rebello, quando se mudaram para Santa Rita do Paranaíba (Itumbiara), indo lecionar no Grupo Escolar ‘Rui de Almeida’.
 
Em 1939 o casal mudou-se para Rio Verde, onde lecionou na Escola Profissional Rural e na Escola Normal Santa Rita de Cássia, das Irmãs Agostinianas. Foi fundadora do Curso de Admissão ‘Pedro II’. Em 1943 lecionava no Curso de Madureza noturno e no Grupo Escolar Eugênio Jardim, de Rio Verde. Em março de 1949, com a criação do Ginásio Estadual ‘Martins Borges’, secretariou seu marido e lecionava Português e Desenho.
 
Em 1951 o casal se transferiu para a Capital, e ela lecionou no Grupo Escolar ‘Vasco dos Reis’, no Colégio Estadual de Goiânia, no Instituto de Educação de Goiás e no Ginásio Estadual de Campinas. Em 1955 fez parte da Banca Examinadora do vestibular da Faculdade de Direito Federal. À noite, lecionava Desenho no Ginásio ‘Professor Ferreira’. Em 1956, por Decreto, foi nomeada Diretora do Ginásio Estadual de Campinas, que contava com 180 alunos.
 
Em 1959, já no novo prédio, na Vila Abajá, foi criado o turno vespertino, com mais de 400 alunos, além do matutino. Em 1960 o Ginásio Estadual de Campinas foi transformado em Colégio Estadual de Caplinas e já funcionando as quatro séries, com um total de 1.000 alunos e mais as três séries do Curso Colegial. Em 1961 foi criado Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes' e implantado o Curso Clássico, com as três séries.
 
Em 1965, ano áureo do ‘Pedro Gomes’, o Colégio participou do campeonato de jogos escolares, sagrando-se vencedor em todas as modalidades de esportes, desfile escolar e 1ª classificação no Concurso de Bandas. Na época contava, então, com uma matrícula de 4.000 alunos, 180 professores, 765 funcionários, funcionando 47 salas de aula, laboratório de Física e Química, Biblioteca, além de aulas de Datilografia, ministradas em três turnos: matutino, vespertino e noturno. O esporte era animadíssimo em todas as modalidades. Em 14 de fevereiro de 1966, por portaria do então Secretário de Educação, foi dispensada do cargo de Diretora, voltando a lecionar, no mesmo Colégio, a disciplina Português, pela qual sempre mostrou preferência.
 
Ela faleceu na noite de 10 de outubro de 2016, em Goiânia, aos 99 anos.

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