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Operação Monte Carlo

Procuradores pedem abertura de inquérito para investigar Andressa

Acareação será realizada na próxima semana | 30.07.12 - 17:58 Procuradores pedem abertura de inquérito para investigar Andressa Procuradores da República concedem entrevista à imprensa (Foto: Randes Nunes)

José Cácio Júnior
 
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), Daniel Salgado e Léa Batista, responsáveis pela operação Monte Carlo, pediram a abertura de inquérito para investigar se Andressa Mendonça participa do grupo do marido, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Eles acreditam que Andressa se tornou "mensageira" do grupo comandado por Cachoeira.
 
A suspeitas surgiram depois que Andressa foi ao gabinete do juiz Alderico Rocha Santos, responsável pela audiência do caso Cachoeira, na quinta-feira (26/7), um dia depois da audiência que ouviu os réus do caso. Na ocasião, Andressa teria pedido ao juiz para liberar Cachoeira, preso no presídio da Papuda, em Brasília, ou antecipar a sentença do julgamento. Caso contrário, segundo os procuradores, ela divulgaria um dossiê contendo informações da vida social do magistrado.
 
"No ofício que o juiz nos encaminhou, ele alega que Andressa afirmou que teria feito levantamento da vida social do magistrado e que divulgaria o documento. É um indício de que a organização continua se movimentando e não está desarticulada. (...) Não descartamos a possibilidade de ela estar no comando do grupo", afirmou o procurador na entrevista. Segundo relatos do juiz aos procuradores, Andressa teria repassado bilhete ao magistrado com nomes de pessoas com quem teria se relacionado.

No início da entrevista, Daniel Salgado explicou que o juiz recebeu Andressa depois de muita insistência na quinta-feira. Alderico pediu para uma servidora, identificada apenas como Kleine, ficar na sala. Depois de alguns minutos de conversa, Andressa pediu para a servidora sair do gabinete, pois queria conversar com o magistrado sobre as visitas íntimas com Cachoeira.
 
Depois que a servidora saiu do gabinete Andressa então teria informado sobre o dossiê. Diante da situação, o juiz Aldericou enviou ofício ao MPF no mesmo dia que recebeu a visita. Daniel Salgado entende a ação de Andressa como uma intimidação aos trabalhos da Justiça e do MPF. O procurador afirmou que "é típico de grupos mafiosos utilizarem esse expediente."
 
A visita ao juiz do caso e a susposta intimidação renderam a Andressa a abertura de um inquérito na Polícia Civil (PC) para investigar a participação dela na organização de Cachoeira. "Ela também responderá a processo por corrupção ativa a funcionário público." De acordo com o delegado Sandro Paes Sandre, da Polícia Federal, uma acareação entre o juiz federal Alderico Rocha Santos e Andressa Mendonça será realizada na próxima semana.
 
Laranja
O inquérito sobre corrupção é o segundo ao qual Andressa responde. Na quarta-feira (25/7) foi aberto uma investigação para analisar se ela é laranja do marido. A Justiça suspeita que Cachoeira teria colocado uma fazenda a 100 km de Brasília, avaliada em R$ 22 milhões, no nome de Andressa para despistar sobre seus bens. A pena para quem for condenado por ser laranja pode chegar a dez anos, e a de corrupção ativa até 12 anos.
 
Por conta da visita ao juiz e a suposta intimidação, Andressa ficou impedida de visitar Cachoeira na Papuda e de manter contato com os outros sete réus da operação Monte Carlo. Ela se comprometeu a pagar fiança de R$ 100 mil dentro de três dias, para que fosse liberada da superintendência da Polícia Federal (PF) em Goiânia. "O valor é um quinto do que ela gastou para reformar a própria casa", comparou Daniel, em relação à casa no condomínio de luxo Alphaville.
 
O procurador afirmou que a investigação do MPF não se baseia apenas na palavra de Andressa contra a do juiz. O bilhete entregue pela mulher de Cachoeira e outros indícios da operação Monte Carlo são algumas das provas citadas de forma genérica por Daniel Salgado.
 
Entre os nomes do bilhete, estavam o do ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB). Léa Batista afirmou que não existem vínculos das pessoas citadas no bilhete com a operação Monte Carlo.
 
Diligências
Até o final desta segunda-feira, os procuradores não haviam sido informados se os advogados dos réus haviam protocolado pedido de novas diligências sobre a audiência realizada na semana passada. Depois das novas provas, os procuradores terão cinco dias para apresentar as alegações finais, prorrogáveis por mais cinco dias, mesmo prazo para os advogados de defesa. Depois disso o juiz tem até 30 dias para divulgar a sentença. (com Agência Estado)
 

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