Jales Naves
Especial para o jornal A Redação
Goiânia - A Academia Goiana de Letras abriu na quinta-feira, dia 7, em sua sede, Casa Colemar Natal e Silva, o Ano Cultural acadêmica Lêda Selma de Alencar, dando início a encontros e reuniões que, até novembro, vão discutir a sua produção (17 livros publicados, entre poemas, contos e crônicas e dois ensaios) e mostrar sua trajetória cultural, numa viagem memorial, conforme destacou o presidente Ubirajara Galli. Essas iniciativas começaram na própria solenidade inaugural, quando foram declamados três poemas da autora por Paulo Sérgio Reis de Abreu, que venceu diversos concursos de poesia falada em Goiânia e foi muito aplaudido nessa sua apresentação.
Ao saudá-la, o escritor Miguel Jorge manifestou seu júbilo “pela história de nossa personagem que conhecemos bem de perto: poeta, cronista, contista e animadora cultural, além de traços de outras múltiplas atividades. Como exemplo, a coordenadora do Concurso de Poesia da Sicoob Cultural, por iniciativa do dr. Hélio Moreira, evento brilhantemente bem sucedido. Esse tanto e muito mais é quanto a conhecemos em aconchego de amizade. O tanto que a lemos em versos de altos lirismos e em prosa, na simultaneidade de par a par com a realidade e os mistérios insondáveis da imaginação”.
“Sabemos de seu profundo respeito pelas artes e, em particular, pela literatura, sendo divulgadora e incentivadora dos desdobramentos iniciais daqueles que buscam luzes em seu caminhar”, afirmou, para completar: foi Rimbaud quem disse em seu livro “Iluminuras” que o “poeta faz-se valente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os sentidos”.
A homenageada da AGL – como ressaltou – traz consigo a visão poética de uma época e que prossegue em seu caminhar pela cidade, pelas ruas, ruelas ou pelas praias do rio Araguaia colhendo aqui e ali palavras, paisagens, gestos, visões e a medida exata que um poema precisa para ter a força e as substâncias necessárias da comunicação. “A visão poética de Lêda transcende os espaços e se firma entre os argumentos naturais de sua percepção de artista. E participa intensamente da esperança de que alguma coisa nova haverá de nascer, ou renascer em nossas almas com luminosidade e fulgor”.
Emocionada e agradecida
Ao falar de improviso, emocionada e agradecida, a escritora realçou cumprir as promessas de quando ingressou na AGL, há 22 anos, de ser uma acadêmica assídua, atuante, interativa e comprometida com os valores e as tradições da Academia. “Foi o que fiz, como acadêmica e como presidenta”, afirmou, para acrescentar: “Hoje estou certa de que honro a Cadeira nº 14, cujo patrono é o notável Hugo de Carvalho Ramos, com meu trabalho literário e ativismo cultural sérios e sempre em busca do meu aprimoramento intelectual e pessoal”.
Ela ofereceu a homenagem à mãe, Lousinha Carvalho, “início de tudo em minha trajetória literária, responsável pela publicação do meu primeiro livro, e a meu filhote José Geraldo de Alencar Júnior, maior fã e difusor dos meus feitos, que estrelizou em uma sexta-feira da paixão”.
Leda agradeceu a Galli pela distinção; à sua família, citando em especial a filha Cíntia e o marido José Geraldo, “que colaboraram como voluntários com a AGL, durante quatro anos”; aos empresários Alan Alvarenga, da Toctao Engenharia; Syd Oliveira, do laboratório Núcleo; Marta Pires, da Edição Extra; Caio Gama, da Digital Master; ao Sicoob UniCentro BR e José Evaristo dos Santos, ex-presidente da Federação do Comércio do Estado, “parceiros fiéis, que abraçaram a causa da AGL em meus dois mandatos”. Externou sua gratidão, ainda, aos escritores Emílio Vieira e Miguel Jorge, “pelo apoio que me deram nos primeiros passos da minha caminhada”.