Catherine Moraes
Atualizado às 15h19
Goiânia - Internos e funcionários do projeto Metamorfose (casa de apoio a dependentes químicos e moradores de rua) passaram a noite na rua depois de serem despejados da clínica que funcionava na Rua 57-A, Centro de Goiânia, que foi interditada pelo Ministério Público Estadual nesta quarta-feira (15/8).
Mais de 60 pessoas, grande parte dependentes químicos, ficaram sem lugar para dormir. Enquanto a situação não se resolve, eles estão na rua com os móveis da casa. Segundo um dos internos, hoje eles se alimentaram na calçada, com marmitas que teriam sido entregue há dois dias. A Secretaria Municipal de Assitência Social (Semas), por meio da assessoria, informou que não foi notificada ainda.
De acordo com o Ministério Público, há dois meses o promotor Maurício Nardini acionou judicialmente o Estado de Goiás, a Prefeitura de Goiânia e a Associação Beneficente Metamorfose, pedindo a interdição da unidade e a transferência dos internos para instituição pública ou conveniada. Isso porque um laudo apontava risco de desabamento dos pavimentos térreo e superior, não oferecendo condições de segurança para os trabalhadores e internos.
Ajuda
Para tentar ajudar a solucionar o problema, a Organização das Voluntárias do Estado de Goiás (OVG) informou, através da sua assessoria, que conforme acordo feito com a Semas, está sendo providenciada a compra de 15 beliches e 30 colchões para ajudar no abrigo dos internos. Ainda de acordo com a OVG, os dependentes serão divididos entre a Casa da Acolhida, localizada no Setor Campinas, e a Comunidade Terapêutica Amanhecer, em Brazabrantes (GO), na região metropolitana de Goiânia.
Segundo a Semas, os internos ainda não foram questionados se querem ou não ir para os locais disponibilizados.
Ao relento
A presidente da clínica, pastora Sônia Maria Borges, conta que a noite foi horrível, mas que muitas pessoas estiveram no local para fazer doações de comida e cobertores. "Nós iremos improvisar na Casa da Acolhida, com colchões na área porque não cabe todo mundo. Ainda assim, tá bom porque pelo menos teremos banheiro, água e comida. Também iremos para um condomínio fechado próximo a Nerópolis e estamos fazendo a triagem para didvidir os moradores. Não é a decisão necessária, mas uma solução imediata", finaliza.