Roberto Gurgel aprova julgamento 'fatiado' por permitir voto de Peluso

Brasil 247 – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avaliou nesta terça-feira como positivo o formato do "fatiamento" do voto no caso da Ação Penal 470, o "mensalão".

A divisão foi escolhida definitivamente na sessão de ontem pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, após a defesa apresentar uma petição que ia contra a ideia, proposta pelo relator, Joaquim Barbosa.

Segundo Gurgel, a divisão por blocos permite que o ministro Cezar Peluso, que se aposenta do STF no dia 3 de setembro, participe da votação de ao menos alguns réus. Caso o voto fosse feito por inteiro, dificilmente Peluso ainda estaria no Supremo quando chegasse sua vez, explica.

 

"Eu acho que o ideal seria que o ministro Peluso pudesse votar em tudo. Mas se isso for impossível, é melhor que ele vote em alguma coisa do que não vote em nada, porque nós estaríamos desperdiçando o conhecimento que ele tem dos autos", disse Gurgel, segundo reportagem do jornal O Globo.

O chefe do Ministério Público acresentou que Joaquim Barbosa demonstra que é algo que torna a votação "mais facilmente compreensível". Gurgel também elogiou o voto do relator, que segue os pedidos da procuradoria-geral da República, apresentados por Gurgel antes da exposição das defesas dos 37 réus.

 

Sobre as críticas feitos pelos advogados de alguns réus de que a PGR estaria sendo privilegiada pelo STF, em detrimento da defesa, Gurgel rebateu dizendo que isso lhe parece "falta absoluta de assunto".

"O relacionamento do procurador-geral da República no Supremo Tribunal Federal caminha para 200 anos. Então me parece que pretender rever isso a partir do julgamento de um caso é no mínimo curioso", defendeu o procurador.