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CPMI do Congresso Nacional

Organização de Cachoeira continua articulada, diz procuradora

Léa diz ter recebido ameaças | 21.08.12 - 15:29 Organização de Cachoeira continua articulada, diz procuradora Procudora presta depoimento no Congresso Nacional em Brasília (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)
Brasília - A procuradora Léa Batista de Oliveira afirmou nesta terça-feira (21/8) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira que a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira não foi desarticulada.
 
Segundo ela, isso está claro pela estratégia adotada pelos acusados, de permanecer em silêncio na comissão e na Justiça, e pelas ameaças a autoridades. Ela afirmou também que a parte empresarial do esquema ainda não foi atingida. "Enquanto não conseguirmos sufocar a parte financeira da organização criminosa, ela continua viva e operando, independentemente de o chefe estar preso ou não", disse.
 
Léa disse que recebeu dois e-mails ameaçadores, procedentes de Anápolis (GO), que é “reduto” da família de Cachoeira. Além disso, disse que foi surpreendida com uma tentativa de visita a seu prédio às 5h45 da madrugada, por uma mulher, que não teve êxito. Sua equipe de segurança foi abordada por PMs e seu carro foi marcado.
 
A procuradora lembrou ainda que, no início deste ano, as escutas telefônicas mostraram que integrantes da quadrilha haviam descoberto que estavam sendo investigados. Sabiam o nome da operação da PF e a Vara Federal responsável pelas investigações, por isso foi preciso antecipar a deflagração da operação Monte Carlo. “O juiz responsável pelo caso ficou vulnerável e, por isso, tivemos de deflagar a operação antes da hora”, afirmou.
 
Léa Batista disse que a organização tem atuação como máfia, seja pela forma estruturada de agir ou do código de silêncio pelos membros. “É uma organização criminosa armada, sofisticada, complexa e ousada com código de silêncio orquestrado”, afirmou.
 
"O silêncio orquestrado é típico. Normalmente, um dos envolvidos se dispõe a colaborar em troca de redução de pena. Neste caso, ninguém quer negociar", informou. Segundo ela, na ação penal, o silêncio dos acusados não vai influenciar nas condenações, pois há provas documentais dos crimes. Na área civil (desvio de recursos públicos), o silêncio atrapalha as investigações, que ainda estão em andamento.
 
Histórico
A procuradora fez um relato da atuação do Ministério Público, lembrando que as investigações da Operação Monte Carlo começaram em Valparaíso de Goiás – cidade localizada no entorno do Distrito Federal. As primeiras irregularidades foram detectadas em 2006. Em 2008, foi deflagrada a Operação Vegas. A Operação Monte Carlo foi iniciada em 2010.
 
Em março de 2011, o caso foi transferido para a Justiça Federal, em razão do envolvimento de um policial rodoviário federal.
 
Segundo Léa, a exploração de jogos ilegais ocorria em locais conhecidos e de modo explícito. Para que isso fosse possível, a organização criminosa de Cachoeira contava com a colaboração de servidores públicos nas esferas federal, estadual e municipal.
 
Como se isso não bastasse, disse ela, agentes do Estado eram utilizados para eliminar a concorrência, num claro controle territorial. “O recrutamento de policiais pela organização criminosa é claro e inconteste”, afirmou. (Agência Câmara)

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