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SUSTENTABILIDADE

Lojistas e indústrias adotam ações para descarte correto de lixo eletrônico

Foco é orientar sobre logística reversa | 25.10.22 - 15:52 Lojistas e indústrias adotam ações para descarte correto de lixo eletrônico (Foto: Green Eletron)
Fernando Dantas
 
Goiânia - A indústria eletroeletrônica faturou R$ 214,2 bilhões em 2021, crescimento de 7% em relação a 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). São números que representam equipamentos cada vez mais modernos e inovadores à disposição da sociedade. Se por um lado o crescente consumo traz reflexos positivos para a economia, por outro acende um sinal de alerta. É que a compra de novos aparelhos e itens eletrônicos tem contribuído para que a população deixe de lado celulares, tablets, smartphones, notebooks, baterias, fones de ouvidos, pilhas e outros equipamentos considerados velhos, gerando, assim, o chamado lixo eletrônico, também conhecido como resíduo eletrônico, Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou e-lixo. 
 
Se descartado de forma incorreta, esse resíduo pode se tornar um tipo de poluição que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo. No Brasil, são gerados mais de dois milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano, de acordo com estimativas da Green Eletron, gestora de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas. O país é, atualmente, o quinto maior gerador de resíduos eletrônicos no mundo - atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Japão - e ainda possui taxa muito baixa de reciclagem, menos de 3%. Em todo o planeta, os resíduos descartados cresceram 21% em apenas cinco anos, segundo o E-Waste Monitor 2020. 
 
Quando jogados no meio ambiente, pilhas e eletroeletrônicos, principalmente os mais antigos ou ilegais, podem conter substâncias que contaminam o solo e a água. Por isso especialistas da área ressaltam a importância de uma destinação ambientalmente adequada, que é a reciclagem responsável dos materiais e consequente transformação em matérias-primas para fabricação de novos produtos na indústria, por exemplo. “Descartar os eletroeletrônicos de forma inadequada representa também um enorme desperdício, já que foram necessários vários recursos naturais e energia para fabricá-los. De um aparelho eletrônico conseguimos extrair diversos tipos de materiais, como plásticos, metais, vidro e outros”, informa o gerente executivo da Green Eletron, Ademir Brescansin.
 
Neste cenário, os principais desafios são a gestão dos resíduos eletrônicos e a conscientização da população para iniciativas específicas de descarte e reciclagem. É saber desfazer e dar um fim seguro ao lixo eletrônico, além de reaproveitar. Porém, para uma mudança de cultura na sociedade é preciso, ainda, acabar com a confusão que existe sobre o que é lixo eletrônico, até porque é um problema recente que foi criado com a evolução da tecnologia. “O Brasil mesmo não tinha um sistema que concentrava a reciclagem desses materiais até o começo dos anos 2010. E como o descarte também depende de uma iniciativa do consumidor, que deve levá-lo até um Ponto de Entrega Voluntária (PEV), vemos que muitas pessoas ainda não estão dispostas a tomarem esse tipo de ação”, explica.
 
A pesquisa "Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2021" – divulgada pela própria Green Eletron -, traz dados sobre a percepção da população brasileira sobre lixo eletrônico. Conduzido pela Radar Pesquisas, o estudo apontou que 87% dos consumidores já ouviram falar sobre lixo eletrônico, mas somente 42% associam aos produtos quebrados ou sem uso, sendo que 33% acreditam se tratar de spam, e-mails, etc. Outros 87% dizem que guardam algum tipo de eletroeletrônico em casa e 30% dizem que guardam por mais de um ano.
 
(Arte: Fernando Rafael)
 
A boa notícia é que, a cada ano, cresce a adoção de práticas e projetos em todo o país, tanto na iniciativa privada quanto no setor público, com o objetivo de ampliar a conscientização da população em relação ao correto descarte de lixo eletrônico e a importância da logística reversa. Este último termo diz respeito aos procedimentos de pós-venda ou pós-consumo que garantem o reaproveitamento ou o descarte correto dos resíduos de produtos utilizados pelos consumidores. 
 
As instituições que representam comércio, lojas, segmento de serviços e indústrias, por exemplo, têm abraçado a causa e buscado levar informações aos seus públicos. Em março deste ano, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia) lançou o projeto CDL Verde. Em pontos localizados em sua própria sede e em lojas associadas ou não à entidade, foram instalados contêineres e são coletados equipamentos velhos e eletrônicos ultrapassados, com defeito ou que não funcionam mais. O trabalho é realizado em parceria com a Desctec Natureza e Tecnologia, empresa goiana que faz a coleta de lixo eletrônico. A ação sustentável e social é desenvolvida em paralelo com outro projeto da entidade, chamado de CDL do Bem. A coordenadora de Marketing da instituição, Cleire Araújo, explica que houve a integração, porque todo o material recolhido é revertido em cestas básicas. Até o momento, já foram doadas cerca de 500 cestas às entidades cadastradas no projeto. 
 
De acordo com ela, a CDL já realizava, internamente, ação de coleta de materiais eletrônicos. A partir dessa iniciativa, a instituição percebeu a necessidade de levar o projeto para a sociedade. “Isso porque houve aumento na geração de lixo eletrônico nos últimos anos e as pessoas ainda desconhecem como realizar o descarte corretamente. Então, nós unimos forças e criamos alguns contêineres, que são os pontos de coleta, onde consumidor, empresa e população podem fazer o descarte do lixo eletrônico”, informa. 
 
Atualmente, são 18 pontos de coleta espalhados pela região metropolitana de Goiânia, mas Cleire alerta que a quantidade pode aumentar, de acordo com o interesse de empresários. Tanto empresas quanto sociedade em geral podem acessar o site e se tornarem parceiros do projeto. “Os interessados entram e são direcionados para um formulário, onde poderão cadastrar a solicitação. Após isso, a CDL faz a avaliação de disponibilidade de contêiner”, reforça. Ela acrescenta que não há custo e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia é responsável, junto com parceiros, por toda logística, da entrega do contêiner até o recolhimento do material. 
 
Co-founder da Desctec, Dario Hernan em um dos pontos de coleta espalhados por Goiânia (Foto: divulgação/Desctec)
 
Desde 2020, a Desctec Natureza e Tecnologia atua com o intuito de atender a capital e região em relação ao descarte de resíduos eletrônicos. Neste ano, se tornou parceira da CDL Goiânia no projeto CDL Verde, exatamente na logística de coleta dos resíduos descartados nos contêineres. Segundo o co-founder da Desctec, Dario Hernan Ferrari, a empresa coleta todo tipo de resíduo eletrônico, sendo que 95% se concentram em informática e periféricos, e o restante em eletroeletrônicos do lar. 

De acordo ele, o foco é atingir o tripé da sustentabilidade – ambiental, econômico e social. “Temos vários objetivos, entre eles, ser multiplicador de consciência ambiental, expandir nossa capacidade como também nosso ramo de atuação, adicionar valor agregado aos processos, além de criar novos projetos sociais”, enfatiza. Ele exemplifica, ainda, que cada quilograma de material recuperado representa um quilograma a menos extraído da natureza, além de ser oportunidade para impulsionar novos negócios e criação de empregos. 
 
Esse formato de atuação segue também preceitos da economia circular, conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais. De acordo com informações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na economia circular, os materiais são aproveitados em cadeia de forma cíclica e os recursos naturais são valorizados em todas as etapas produtivas, pois o objetivo é reduzir a extração e ampliar a disponibilidade. Dessa forma, existe potencial para reverter danos ambientais como o aquecimento global e a poluição. Um exemplo é a reutilização de peças que podem ser extraídas de equipamentos das diferentes linhas de lixo eletrônico – verde, azul, marrom e branca -  para a fabricação de outros materiais.
 
Pesquisa da CNI mostra que 76,5% das empresas do país adotam alguma prática de economia circular. Para as indústrias, o modelo circular apresenta vantagens como otimização da utilização de matérias-primas, menos desperdício, aumento da geração de empregos, maior eficiência operacional, crescimento econômico, conscientização da população, oportunidade para novos negócios e geração de empregos. 
 
 
(Arte: Fernando Rafael)
 
Coleta e descarte de lixo eletrônico
O co-founder da Desctec, Dario Hernan Ferrari, destaca que colocar o material na lixeira de reciclagem hoje já não é mais suficiente. “É preciso fazer a coleta ou descartar resíduos nos pontos distribuídos pela cidade”, afirma. No caso da Desctec, quando o material é recolhido, os resíduos são pesados e passam por uma triagem, de acordo com três critérios. Na primeira situação, o resíduo de informática, mesmo não funcionando, tem possibilidade de recuperação e, assim, vai para o laboratório de remanufatura para voltar a funcionar. Na segunda estão os itens de informática que não são passíveis de recuperação, por isso são descaracterizados (ou seja, totalmente desmontados) e cada componente é destinado para parceiros que realizam a reciclagem. Já no terceiro caso estão os restantes dos resíduos, que são encaminhados para parceiros, em São Paulo, que têm a capacidade de tratá-los da forma correta. Somente em Goiânia, a Desctec já coletou, aproximadamente, 10 toneladas de lixo eletrônico. 
 
O Grupo Saga é uma das empresas goianas que faz o trabalho de descarte de lixo eletrônico e realiza a coleta por meio da Desctec. O grupo adota a estratégia relacionada ao ESG, sigla em inglês usada para se referir às práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. O termo pode ser usado para dizer o quanto um negócio busca formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno, além de manter os melhores processos de administração. 
 
Segundo o coordenador de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) da Saga, Evandro Morgado, a ação é realizada por meio do Programa Saga Verde e visa garantir a proteção de dados e fomento à logística reversa de resíduos. “Reconhecemos a prevenção da poluição como função estratégica dentro dos nossos objetivos empresariais. Por isso, nos empenhamos em buscar, continuamente, a diminuição dos impactos ambientais de nossas atividades, incluindo a gestão de resíduos, na qual o lixo eletrônico faz parte”. 
 
Equipes do Grupo Saga fazem a separação de lixo eletrônico para o descarte (Foto: divulgação/Grupo Saga)
 
Ele explica que equipes das áreas de Tecnologia de Informação (TI)/Field ficam responsáveis por recolher e identificar todos os eletrônicos que não estão em funcionamento e encaminham ao programa Saga Verde para posterior coleta junto a Desctec. Por meio da ação, em 2021 foram descartados 385 quilos de itens como impressoras, gabinetes, monitores, cabos, tonners, telefone, TV, periféricos, servidores, entre outros. 
 
A Green Eletron, por meio de parceiros, também possui pontos para a coleta de lixo eletrônico em Goiás. Atualmente, são 26 PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) de eletroeletrônicos - que também recebem pilhas - e 172 exclusivos para o recebimento de pilhas. Os pontos de entrega voluntária recebem pequenos eletrodomésticos, como notebooks, impressoras, eletrônicos de escritório, tablets e celulares, acessórios de informática, câmeras, cabos e carregadores, eletroportáteis, ferramentas elétricas e outros. Até o momento, já foram coletadas mais de 47 toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas em Goiás, por meio dos PEVs ou em campanhas realizadas em parcerias com municípios. A lista completa do que pode ser descartado como lixo eletrônico está disponível no site
 
 
(Arte: Fernando Rafael)
 
Engajamento e responsabilidade
O tema ‘Logística Reversa e Descarte de Resíduo Eletroeletrônico em Goiânia’ foi abordado, neste ano, na dissertação de mestrado do professor Marco Antônio Cabral, na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). O objetivo dele foi mostrar que existe uma logística, que se aplicada conforme a lei, resolve o problema do descarte inadequado desse tipo de resíduo. 
 
A legislação brasileira específica para o tema é a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305/2010), que prevê a implantação da logística reversa e delega ao fabricante a responsabilidade em destinar corretamente o montante de resíduos criado por seus produtos. “Porém, esse acordo só se tornou formal em 2020, através do decreto nº 10.240, que responsabiliza vários atores, especialmente os fabricantes. Entre as conclusões que cheguei com a dissertação, uma é que se torna impossível lançar qualquer política no país e obter resultados satisfatórios, principalmente relacionado ao descarte de qualquer material, sem o engajamento da sociedade através do poder público”, acrescenta. 
 
Para Marco Antônio, a conscientização da sociedade deve ter o apoio dos governos em todas as escalas para a criação de políticas públicas que abordem a problemática e que as escolas sejam formadoras e disseminadoras de cidadãos que cobrem e façam sua parte, desde crianças, sabedoras da importância de dar uma destinação correta aos resíduos. “Sem informação, conhecimento e participação não há consciência. Primeiro há que se falar do lixo e depois falar de suas especificidades. Esse é um trabalho de gerações, porque separar o lixo não é um ato simples, apesar de parecer que é”, alerta. 
 
Além de fabricantes, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos destaca a responsabilidade de importadores, distribuidores e varejistas que comercializam eletroeletrônicos de uso doméstico, de viabilizarem um sistema de logística reversa. A intenção é operacionalizar o descarte, a coleta e o transporte desses materiais até uma recicladora homologada, que então deverá transformar os resíduos em novos insumos para diferentes indústrias e descartar corretamente o que não pode ser reaproveitado. “Essas empresas também ficam legalmente responsáveis por desenvolver comunicações que conscientizem a população e divulguem os locais de coleta. Ao consumidor fica a tarefa de encaminhar seus equipamentos sem uso até o coletor mais próximo. Sem esse movimento, o ciclo não tem continuidade. No caso dos governos, a responsabilidade é a de fiscalização das empresas”, esclarece o gerente executivo da Green Eletron, Ademir Brescansin.
 
Ele enfatiza, ainda, que apesar de a instalação de pontos de coleta e o investimento em informação para o descarte ambientalmente correto ser uma obrigação legal do varejo, o serviço se torna mais um diferencial, visto que os consumidores estão cada vez mais conscientes e acabam se identificando com marcas comprometidas com o meio ambiente. “Já para a indústria, o reaproveitamento dos materiais e componentes dos eletroeletrônicos e pilhas vai permitir que sempre haverá matéria-prima para a fabricação de novos produtos, evitando assim, o fim dos recursos naturais”, informa.
 
(Arte: Fernando Rafael)
 
Na área industrial, instituições representativas e de ensino e até empresas têm adotado iniciativas, de diferentes formas, para descartar e reaproveitar resíduos eletrônicos. Na Faculdade Fatesg, unidade do Serviço Nacional da Indústria (Senai Goiás), em Goiânia (GO), é feito o descarte de lixo eletrônico, de acordo com o regime de contratação. Se os equipamentos foram adquiridos no formato de comodato - empréstimo de bem que não pode ser substituído e deve ser entregue ao final -, os resíduos são devolvidos à empresa contratada. Já as sucatas de outros tipos de equipamentos, adquiridos diretamente pela Faculdade, têm como destino leilão, com algumas exceções como, por exemplo, restos de fios, cabos elétricos, pilhas e baterias, que são entregues às empresas de reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos. 
 
Já a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio do Conselho Temático de Meio Ambiente, realiza reuniões e eventos, frequentemente, com o propósito de discutir e traçar ações relacionadas ao problema do lixo e resíduos no Estado, além de atenção à logística reversa. O tema é debatido com instituições representativas como Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Ministério Público e Universidade Federal de Goiás (UFG), além de ser trabalhado junto às indústrias em Goiás. 
 
Um exemplo é o Laticínios Bela Vista, indústria goiana dona da marca Piracanjuba, que vai além das atividades exigidas pela legislação em relação ao meio ambiente e desenvolve iniciativas tecnológicas, atentas às necessidades locais, das comunidades vizinhas e da conscientização dos parceiros. Em 2021, R$ 31,7 milhões foram investidos na operação de quesitos ambientais, representando um crescimento de 47,4% em relação a 2020. Além disso, R$ 10,7 milhões foram aplicados em novos projetos na área ambiental, número quase quatro vezes maior que o ano anterior. A cultura de valorização dos recursos naturais é expandida entre colaboradores por meio de treinamentos, capacitações e divulgação de informações sobre as ações da empresa.
 
Também no ano passado, a empresa reciclou ou reaproveitou 30,8 mil toneladas, com índice de reciclagem ou reaproveitamento de 87,0%. No Laticínios Bela Vista, 71,4% da matéria-prima das embalagens dos produtos é de origem renovável. A parceria com a empresa Eureciclo insere a empresa no processo de logística reversa, atendendo o quesito de reduzir a quantidade de resíduos em aterros.
 
Reciclagem e cuidados
Criado pela Green Eletron, o movimento “Eletrônico Não é Lixo” é uma ação, que se soma às outras desenvolvidas em todo o País, voltada para informar sobre a importância da logística reversa. O foco é mudar o pensamento da população, incentivar a separação dos resíduos e o correto descarte. “Estimulamos toda a cadeia de reciclagem, promovendo a geração de empregos e evitando a extração de matérias-primas virgens da natureza, além de impedir que os resíduos cheguem aos aterros sanitários e lixões e causem impactos negativos ao meio ambiente”, reforça o gerente executivo da Green Eletron, Ademir Brescansin.
 

Gerente executivo da Green Eletron, Ademir Brescansin afirma que a reciclagem ajuda na criação de emprego e evita impactos no meio ambiente (Foto: divulgação/Green Eletron)
 
É preciso, ainda, em todo o processo de descarte de lixo eletrônico adotar medidas de segurança. A recomendação geral é que o consumidor apague todos os dados pessoais ou confidenciais antes de descartar dispositivos eletrônicos como computador, celular ou tablet. Para isso, basta restaurar o dispositivo do seu aparelho nas configurações de fábrica, o que normalmente é feito no menu de configurações do dispositivo. Também é recomendado excluir dados confidenciais em qualquer dispositivo de armazenamento interno, como memória ou cartão SIM. “Para que não haja dúvidas, a Green Eletron sempre recomenda que o consumidor entre em contato com o fabricante do seu dispositivo eletrônico. No caso dos aparelhos que possuem baterias acopladas, como celulares, a orientação é que sejam descartados montados, da forma como vieram na caixa”, acrescenta Ademir. 
 
A prática segura de descarte e reciclagem ajuda a evitar possíveis riscos oferecidos por esses produtos. Por isso, é importante nunca desmontar dispositivos em casa e deixar esse processo para profissionais especializados. Já as pilhas podem ser transportadas em sacolinhas plásticas fechadas, enquanto elétricos e eletrônicos devem ser depositados inteiros, com a bateria ainda dentro da carcaça. De acordo com a Green Eletron, diferente do que se pode pensar, o desmonte feito em casa não facilita o trabalho de reciclagem.
 
Um dos muitos impactos positivos da reciclagem dos resíduos eletrônicos é a redução de CO2 (gás carbônico) na atmosfera. Por meio do ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) e tomando como base os eletroeletrônicos coletados nos anos de 2019 e 2020, foi evitada a emissão de 890 toneladas de CO2 na atmosfera, o que corresponde às emissões anuais de 143 pessoas no Brasil. Esse termo ACV é dado à técnica que estuda os aspectos e impactos ambientais (positivos e negativos) ao longo da vida de um produto ou serviço, desde a extração da matéria-prima até a destinação final. 
 
 

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