A Redação
Goiânia - Ao que tudo indica o mistério em torno do assassinato de Pedro Moreira da Silva, 23 anos - crime que chocou o Estado em junho de 2022, está perto de ser desvendado. Em um trabalho junto à Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), o Grupo Antissequestro da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) prendeu na segunda-feira (23/1) o suspeito por tentar extorquir a família do jovem. Na ocasião ele tentou fazer convencer a mãe da vítima a depositar R$ 5 mil para resgatar o filho que supostamente havia sido sequestrado. Descobriu-se, no entanto que o menino, desaparecido no Setor Parque Oeste Industrial, em Goiânia, já estava morto.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Marcelino, a polícia investiga agora se o suspeito, um homem de 27 anos que não teve a identidade revelada, também está envolvido no homicídio. Em caso afirmativo, ele deve responder ainda por homicídio qualificado.
"Com a investigação em andamento chegamos ao número de celular utilizado para tentar extorquir a mãe - contato que foi feito por meio do Whastapp. A partir dos registros, chegamos ao investigado que foi preso na data de hoje . A prisão ocorreu quando ele chegava em seu apartamento, situado no bairro Jardim Goiás. A investigação ainda está em curso para esclarecer se houve a participação de outra pessoa", explica Marcelino.
Entenda o caso
Pedro desapareceu no dia 26 de junho de 202, quando a mãe do jovem recebeu uma suposta ligação do filho pedindo R$ 2 mil, pois teria sido sequestrado. No dia 15 de julho, outra pessoa entrou em contato com a mulher, desta vez pelo whatsApp, e cobrou R$ 3 mil para libertar o menino. Neste intervalo, a mãe realizou duas transferências bancárias, toralizando R$ 1,7 mil, mas o filho não deu sinal de vida.
Em agosto de 2022 a polícia descobriu que Pedro havia sido morto no dia 28 de junho, conforme laudo cadavérico e de confronto de DNA. Até o momento, seis pessoas foram presas no inquérito que apura a morte. O que se sabe até agora é que Pedro era usuário de drogas e que o dinheiro do resgate seria, na verdade, para pagar dívidas que o jovem teria feitos com traficantes. “A motivação foi ele ter ido até o local, usado drogas, mantido relações com garotas de programa e saído sem pagar, ou seja, realmente dívidas de drogas”, explica Daniel Marcelino.
Analisando as datas, o delegado entende que o suspeito preso realizou as cobranças mesmo após o assissinato de Pedro, o que torna o caso ainda mais delicado, pois o homem pode ter aproveitado a fragilidade da mãe para tentar ganhar vantagem.