Catherine Moraes
Goiânia – Depois de 12 anos do crime, Renatha Xavier Alves Muniz, de 36 anos, condenada por um homicídio em Goiânia foi presa em Curitiba, no Paraná. O crime aconteceu em 12 de agosto de 2010 e a vítima, Íris Júlia Barreto Rodrigues Vieira, que trabalharia como ‘garota de programa’ foi assassinada com seis tiros, sendo quatro no rosto. O homicídio ocorreu na área de um condomínio residencial que estava e construção às margens da GO-020. Renatha, que era ‘amiga da vítima’, planejou a morte.
De acordo com as investigações na época do crime, Renatha e Íris trabalhavam como ‘garotas de programa’ e eram amigas. Íris teria acumulado R$ 30 mil no banco e um dia após morte dela, Renatha chegou a realizar três saques de R$ 800 cada; dois foram registrados pelas câmeras de um shopping. A jovem, que tinha 24 anos, foi morta em uma emboscada. Um ‘programa’ foi agendado com dois homens, mas quando eles chegaram, simularam um assalto e assassinaram Íris.
O crime
Paulo Fernando Ramos teria sido contatado por Renatha para matar a vítima. Paulo, por sua vez, teria entrado em contato com outros dois homens: Clayton dos Santos Silva, de 29 anos na época, e Jean Radson Amaral de Oliveira, que tinha 19. Clayton dirigia o carro no dia do crime e Jean foi quem atirou. Câmeras de segurança de um posto de combustível registraram Renatha e os três suspeitos que dividiriam R$ 2 mil pelo crime.
No dia do homicídio, Renatha também fingiu ser vítima e acompanhou a execução. “Ela chegou a debochar de Jean, que atirou. Disse que ele estava tremendo e parecia não ter coragem de atirar”, explica o delegado Ernane Cazer, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH).
Logo depois da morte, Renatha fugiu para Manaus, mas voltou para a capital de Goiás após descobrir que o marido tinha sido preso, suspeito de participar da morte. A participação dele, entretanto, foi descartada pelas investigações.
Depoimento
A suspeita de ser mandante do crime foi presa na época e deu outra versão à polícia. Ela disse que havia depositado R$ 12 mil na conta de Íris para que o marido não desconfiasse que ela fazia ‘programas’. Isso porque eles tinham uma conta conjunta e ela queria comprar um carro. Afirmou que teria mandado matar a jovem porque ela teria se recusado a entregar o dinheiro. A versão foi contestada pela Polícia Civil e ela foi indiciada por latrocínio, roubo seguido de morte.
O delegado explica que antes da condenação, ela conseguiu responder pelo crime em liberdade e desde que saiu a sentença, foi considerada foragida. Agora, em operação conjunta com a Polícia Civil do Paraná, foi localizada. A mulher foi presa em Curitiba, mas será trazida para Goiás.
O carro utilizado no dia do crime tinha sido roubado em uma concessionária e Clayton também foi autuado por receptação na época. Todos os envolvidos responderam por formação de quadrilha, além do homicídio. A Polícia Civil não informou, entretanto, se os outros três envolvidos continuam detidos.
A reportagem não teve acesso à defesa dos citados até o fechamento da matéria. O espaço permanece aberto para respostas.