Bela Vista de Goiás tem primeira cooperativa de agricultoras familiares

 

“Unidas somos filhas da terra. Viemos florescer a terra e fazer a ponte campo e cidade”, afirma Ihasminy Teixeira, presidente da Associação dos Agricultores Familiares de Bela Vista (Afabev-GO) e da Floryá. Esta iniciativa, promove a visibilidade das mulheres no campo e o fortalecimento das comunidades tradicionais, favorecendo, também, a agricultura local 

 

Segundo a empreendedora, tudo começou em 2018, com o surgimento da Afabev-GO. “Em um dos cursos do projeto Negócio Certo Rural (NCR) decidimos criar a associação. Logo em seguida conhecemos um pouco mais sobre o associativismo e então regulamentamos tudo”, lembra. Com o passar do tempo, adquirindo experiência e avançando nos resultados, elas perceberam que a essência comercial se destacou, surgindo então as condições ideais para a criação da cooperativa.

 

Ihasminy detalha o objetivo da nova entidade: “A cooperativa terá o foco em escoamento de produção das famílias cooperadas. Acreditamos que o produtor tem que se preocupar em produzir, o que já é muito. Dar a essas famílias fôlego financeiro para que possam aumentar suas produções e a qualidade de vida também”, afirma. Já a associação, segundo ela, permanecerá focada em projetos de impacto socioambiental e desenvolverá a agroecologia.

 

União 

Marcia Santos é uma das mulheres que já se juntaram à Floryá e elogia a iniciativa: “A compra de insumos em massa fica mais em conta para os cooperados. Juntos conseguimos abastecer Bela Vista e região com produtos frescos e de qualidade”, analisa.

 

O apoio institucional também tem sido vital para a Floryá. A prefeita de Bela Vista de Goiás, Nárcia Kelly Alves da Silva, afirma: “Acredito na força da cooperação. O cooperativismo movimentou mais de R$ 20 bilhões em 2022. É uma filosofia de vida que transforma, além de ser uma saída importante pra quem precisa se unir pra ficar mais forte”.

 

As lideranças predominantemente femininas, desde a associação, é um valor forte da cooperativa. Inhasminy conta que existem muitas mulheres no campo, mas com pouca visibilidade. “Elas precisavam desse reconhecimento. Além disso inserimos a força das comunidades tradicionais, povos kalunga e indígenas. Juntamos a tecnologia social, digital e natural para impulsionar a agricultura familiar.”, reforça a presidente.

 

Marcelo Moura, gerente do Sebrae Goiás, menciona o papel da Instituição na formação da cooperativa. “A instituição fazia um atendimento individual aos produtores familiares de Bela Vista. Por meio do NCR, surgiu a Aafabev. No início o Sebrae apoiou a associação com consultoria para venda de produtos on-line. Com o passar do tempo identificamos a necessidade da cooperativa. Intermediamos a oficina de design sprint com a OCB, e de cara veio a confirmação: a cooperativa precisa nascer. Nessa nova etapa o Sebrae entra com serviços de planejamento estratégico para a entidade, captação de recursos e formatação de preços”, explica.

 

A Floryá tem a meta de expandir o benefício, reduzindo burocracia e custos. Já existem núcleos em Caiapônia, Chapada dos Veadeiros e Mambaí. “Serão núcleos, e não filiais”, explicou Ihasminy Teixeira.

 

Os membros da Floryá também apontam para a importância da economia solidária e tecnologia social para o sustento da agricultura familiar. Eles buscam aliar modernidade e tradição, agregando valor à produção e permitindo um maior desenvolvimento socioeconômico para a região. Esta história de sucesso é um exemplo de como a cooperação e o empreendedorismo podem transformar comunidades e construir um futuro mais sustentável e inclusivo.