Michelle Rabelo
Goiânia - Presa agora há pouco, na noite desta quarta-feira (20/12), a advogada Amanda Partata, suspeita de matar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, e a mãe dele, Luzia Alves, envenenados, em Goiânia, foi alvo de vários ataques na página do Instagram onde ela publica resenhas e indicações literárias, com cunho comportamental. A última postagem, feita no último dia 11 de dezembro, já possui centenas de comentários que fazem alusão ao caso. "Em pleno 2023 alguém ainda acha que envenenamento é uma boa opção", escreveu um internauta. "Só pode ser louca pra fazer uma atrocidade dessas", disparou outro. "Que fique mofando na prisão", emendou um terceiro.
Na Bio da rede social, a mulher se apresenta como psicóloga, terapeuta cognitivo comportamental, advogada aposentada, leitora, viajante e "mãe de pet". O Conselho Regional de Psicologia de Goiás - 9ª Região (CRP09) informou, no entanto, que Amanda não tem registro ativo cadastrado no banco de dados da entidade. A inscrição como advogada, porém, aparece como ativa e, na área, segundo consta em uma plataforma profissional, ela teria chegado trabalhar com Direito Privado.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) também se manifesrou, alegando que a Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP) da entidade acompanhou a prisão de Amanda e "continuará acompanhando as investigações para garantir que os procedimentos legais e as garantias constitucionais sejam respeitados integralmente, tanto em relação à profissional envolvida quanto ao devido processo legal."
O caso
Amanda está no centro de um caso classificado pela própria Polícia Civil de Goiás (PCGO) como "complexo, visto que envolve um grau de psicopatia", disse o delegado Carlos Alfama, nome à frente do caso e responsável por acompanhar a mulher até a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), onde ela segue sendo ouvida.
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O caso começou a ser investigado na segunda-feira (18/12) após a morte de mãe e filho depois de um café da manhã com a mulher no domingo (17/12) e durante o qual os três teriam ingerido um bolo de uma famosa doceria da capital. Cerca de três horas depois. Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, além de também apresentarem vômitos e diarreia. Mãe e filho foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas os dois não resistiram e morreram ainda no mesmo dia.
Em um primeiro momento, a linha de investigação apontava para um possível caso de intoxicação alimentar, versão foi totalmente descartada. A partir daí, a polícia voltou a trabalhar com a hipótese do envenenamento, chegando a descobrir que Amanda teria adquirido uma substância tóxica na mesma semana do ocorrido.
Na entrada da DIH, nesta quarta-feira (20/12), Amanda chegou a afirmar categoricamente que não cometeu nenhum crime, que ama a família do ex-namorado e que está grávida.