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Joaquim optou pela vida religiosa | 29.12.23 - 08:02
Padre Naves (Joaquim Naves Pereira) / Foto da Arquidiocese de CuritibaJales Naves Especial para A Redação
Goiânia – Uma vida difícil, apertada, com muitos sacrifícios, problemas de toda ordem e situações as mais diversas. Assim foi a dura e sofrida trajetória do casal Conceição Naves Pereira e José Marques Pereira Filho, ambos de Altinópolis, SP, que ali nasceram na segunda década do século passado. Conceição teve 23 partos e conseguiu criar 12 filhos que nasceram; no total, ela ficou uns 17 anos grávida. Foram 77 mudanças de local onde moravam, em fazendas, entre Ribeirão Preto, SP, e Londrina e região, no Paraná, em 43 anos de vida em comum, e às vezes até três grandes viagens num ano. Sem citar as dificuldades de criar a primeira filha, Maria Aparecida, que não comia, não falava e nem andava, tomava um litro de leite a cada 12 horas e faleceu aos 12 anos de idade. Dona de casa e trabalhando nas lavouras, Conceição Naves morreu aos 64 anos, em 1990, em Serrana, SP, e José Filho, igualmente lavrando a terra para terceiros, aos 68 anos, em 1992, em Osasco, SP.
Sobrevivente desse período, quem conta essa história repleta de dificuldades é o filho caçula, dentre os homens, Joaquim Naves Pereira, que nasceu em 1965, em Rolândia, PR, e construiu uma sólida carreira religiosa, depois de muito esforço pessoal: foi cortador de cana em Serrana e operador de máquinas agrícolas, dos 18 aos 21 anos; mudou-se para Curitiba em 1988, trabalhando como instalador de telefones. Em dezembro de 1990 participou de encontro vocacional no Seminário de São José, na capital paranaense; no ano seguinte, aos 26 anos, concluiu o II Grau; em 1993 cursou Filosofia no Seminário Bom Pastor; e em 1996 fez Teologia. Foi o único dos filhos a conseguir fazer curso superior.
Para superar a timidez, fez cursos de comunicação, rádio, jornal, televisão e teatro.
Sacerdote
A vocação para a vida religiosa ele descobriu mais tarde, aos 25 anos, quando participou de um encontro no seminário em Curitiba e conseguiu ingressar nesse centro de estudos religiosos, no qual concluiu o ensino médio. A partir daí foi se especializando: primeiro estudou Filosofia e, depois, Teologia, já se habilitando para a nova atividade.
Adotou o nome de Padre Naves, foi pároco na Paróquia Santa Cecília, em Campo Largo, da Arquidiocese de Curitiba; ordenado Diácono por dom Pedro Fedalto, na Catedral Basílica da capital paranaense, em 1999, com o lema “Amemo-nos uns aos outros porque Deus é amor”; e ordenado Sacerdote, igualmente por dom Pedro Fedalto, na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Bigorrilho, em Curitiba, em 2000, com o lema “Ser Padre é questão de muito Amor e Fé”.
Como vigário trabalhou em Rio Branco do Sul por um ano. Em 2001 assumiu a Paróquia Santa Cecília, em Campo Largo, por nove anos; Santo Antônio do Parolim, Curitiba, por seis anos; por um ano a Paróquia Santana no Tatuquara, em Curitiba; e em 2017 foi designado por dom José Antônio Peruzzo para a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição em Palmeira, quando teve a graça de celebrar o bicentenário desse centro católico.
Em 2018 o Arcebispo agregou a Paróquia Menino Jesus de Porto Amazonas, PR, à Paróquia Imaculada Conceição de Palmeira, que contava com mais um sacerdote, para as celebrações das missas na cidade – padre Adriano de Levedove, que residia nessa casa, atendendo 52 comunidades entre as duas paróquias, a mais distante a 55 km. As missas nas Capelas e na Matriz continuaram acontecendo normalmente, adequando alguns horários dominicais. Nos domingos, o pároco celebrava a missa na cidade; antes, visitava alguns enfermos da comunidade, apelando à sociedade por melhores condições de tratamento e atenção às pessoas doentes e idosas, seja nos hospitais, postos de saúde ou mesmo em casa.
“Para mim foi uma experiência fantástica: essa riqueza cultural e religiosa que tem em Palmeira, isso edifica os padres. Sempre deixei muito claro para meus bispos que onde eles me enviassem eu ia a serviço da Igreja. É isso que eu vim fazer em Palmeira como vocês acompanharam nestes três anos e meio. Vim para trabalhar e servir. Depois de padre adotei uma frase assim: ‘Eu quero ser padre pastor, estar junto das minhas ovelhas’. Acredito que talvez não fiz tudo que precisava fazer, mas fiz o que estava ao meu alcance, o que foi possível”, disse o sacerdote.
Em 2020 Padre Naves assumiu a Paróquia Santíssima Trindade, na Vila Oficinas, em Curitiba, sendo o quarto sacerdote na função nos 25 anos de existência dessa comunidade religiosa, onde permanece.