A Redação
Goiânia - Depois de concluir que os policiais goianos suspeitos de participar do suposto confronto que resultou na morte de dois homens no Setor Jaó, em Goiânia, no dia 1° de abril, tentaram dificultar as investigações, a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO) indiciou os seis agentes.
O processo faz referência aos crimes de homicídio, pela execução do autônomo Junio José Aquino Leite, de 40 anos, e do corretor de veículos Marines Pereira Gonçalves, de 42, e fraude processual, pela simulação de confronto. Foi aberto também um Processo Administrativo Disciplinar Ordinário que pode resultar de uma advertência até a expulsão dos agentes.
A fraude processual diz respeito às contradições dos agentes, lotados no Comando de Operações de Divisas (COD), sobre fatos como o horário e o local da ocorrência no dia 1º de abril, o motivo do atendimento e a quantidade de disparos efetuados durante a ação. Quando confrontados, os relatos sobre a abordagem feita às vítimas também apresentam discrepância.
Relembre o caso
Na ocasião do ocorrido, os policiais do COD relataram que receberam informações de três homens que teriam fingindo ser policiais e invadido uma fazenda para tentar sequestrar um rapaz e cobrar uma dívida. Sem sucesso, o trio teria extorquido e ameaçado os moradores de morte.
Segundo o relato da ocorrência, os três ainda teriam invadido a casa do homem que devia para eles e, por não encontrá-lo, roubaram vários eletrodomésticos. Com os detalhes do carro usado pelo trio, os policiais teriam iniciado uma busca pelo veículo e localizado com dois dos três suspeitos.
Os policiais afirmaram na época que, ao tentar abordar os ocupantes do veículo, eles foram recebidos com diversos disparos de arma de fogo e, por isso, teriam revidado. Relatam ainda que os dois suspeitos foram atingidos na troca de tiros. Um deles morreu no local e o outro foi socorrido, mas morreu no hospital.
Os agentes disseram ainda que os dois suspeitos tinham uma "extensa ficha criminal" pelos crimes de extorsão, estelionato, tráfico de drogas, ameaça, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, receptação, extorsão e cárcere privado.