A Redação
Goiânia- O advogado goiano Bruno Pena, alvo de operação da Polícia Federal que apura desvios de recursos dos fundos eleitoral e partidário do Pros, hoje Solidariedade, afirma que não houve superfaturamento nos contratos que firmou com o partido político. Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (24/6), em Goiânia, juntamente com sua defesa - os advogados Julio Meirelles, Danilo Vasconcelos e Guilherme Augusto Mota - Pena falou sobre as acusações que resultaram na sua prisão e defendeu que "todos os fatos foram esclarecidos".
"O único crime que cometi foi de ter sido um advogado e agido de acordo com as normas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)", declarou. Segundo a defesa, haviam três contratos distintos com o Pros. Um para assessoria e consultoria ordinária ao partido, no valor de R$ 20 mil por mês. Um segundo relacionado à imunidade tributária do partido. E, por fim, outro para para as eleições de 2022. Ao todo, o advogado recebeu mais de R$ 800 mil.
Segundo a defesa, a delegada responsável pela investigação não averiguou todos os contratos cuidadosamente.
Bruno Pena, Julio Meirelles, Danilo Vasconcelos e Guilherme Augusto Mota (Foto: Taíssa Queiroz)
Bruno ainda disse que foi preso em Curitiba, sendo depois transferido para Brasília, totalizando dez dias. O advogado afirma que foi ouvido apenas uma vez pela delegada. "Pretendo tomar atitudes para que nenhum advogado do Brasil passe pelo que eu passei’’, declarou.
Relembre o caso
Bruno foi preso preventivamente na quarta-feira (12/6) durante a operação Fundo do Poço, da Polícia Federal (PF), que apura desvios de recursos dos fundos eleitoral e partidário do Pros, hoje Solidariedade, em 2022. Ele nega o envolvimento com qualquer situação criminosa.
De acordo com os advogados que representam Pena, "a prisão ocorreu em contexto de uma operação cercada de equivocadas e irresponsáveis suposições sobre a natureza dos honorários advocatícios recebidos após uma decisiva vitória no Supremo Tribunal Federal (STF)".
A Operação
A Operação Fundo no Poço foi autorizada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de Brasília Luiz Lizandro Garcia Gomes Filho e cumpriu, no dia 12 de junho, sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (Goiás e São Paulo) e no Distrito Federal (DF). O magistrado também determinou bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis.
Segundo a PF, o caso envolvendo as investigações ocorreu nas eleições de 2022, quando a agremiação teria utilizado “candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido”. Bruno Pena era o advogado do diretório nacional do Pros nas eleições de 2022.