Saiba mais sobre o ATR-72, modelo da aeronave que caiu em Vinhedo

 Aeronave ATR-72 da Voepass (Foto: Divulgação/Voepass)
 

Georges também comentou sobre a possibilidade de o acidente ter sido causado por conta do acúmulo de gelo nas turbinas do avião. "Está tendo uma frente fria que está subindo do Sul aqui para São Paulo. Muitos pilotos já tinham reportado que estava tendo uma formação de gelo. Essa formação de gelo ataca principalmente na parte da frente da aeronave, na parte frontal das asas. Isso altera o perfil aerodinâmico da asa fazendo com que essa aeronave precise de mais velocidade para que ela produza sustentação. O excesso de gelo pode fazer com que ela fique mais pesada. Isso altera o centro de gravidade", explicou.
 

Interior do avião ATR-72 (Foto: Reprodução)

 

O especialista também ressaltou que a aeronave possui um sistema para evitar que o acúmulo de gelo aconteça. "Essa aeronave tem um sistema chamado de De-Ice, que é um sistema anticongelante, feito para quebrar essa camada de gelo. Além disso, é muito difícil você acumular gelo nas hélices, porque muitas hélices têm um sistema elétrico que produz um aquecimento, que evita isso. Agora, se a formação de gelo for muito severa, aí então o piloto tem que mudar de nível, e tomar alguma atitude para evitar", afirmou.
 

Esquema do avião AR-72 (Foto: Reprodução)

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Trâmites jurídicos

Georges Ferreira também falou ao jornal A Redação os trâmites legais que devem ocorrer após o acidente aéreo. "Essas empresas como a Voepass têm um plano de emergência que p eles vão começar a atuar. Primeiramente, é preciso verificar quem estava a bordo. Enquanto isso a empresa, a partir do plano de emergência dela, começa a tratar de questões como serviços funerários, identificação dos corpos, questões para acolhimento das famílias, das vítimas, amigos ou responsáveis", elucidou.

 

Advogado e professor de direito aeronáutico nacional e internacional, Georges Ferreira (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Georges afirmou que a empresa deve prestar todo o suporte necessário para as famílias das vítimas. "A empresa já colocou um canal para fazer contato. Enquanto o processo de identificar os corpos acontece, a empresa aérea vai fornecendo auxílio psicológico e auxílio material, porque obviamente vai ter que dar hotel, vai ter que acolher todo mundo. Além disso, essas pessoas também têm direito a um seguro, que é o seguro de responsabilidade do transportador aéreo. Então é preciso acionar para que elas recebam esse seguro", explicou.

 

"A empresa precisa orientar as famílias sobre quais serão os procedimentos, o que vai ser disponibilizado, como é que as famílias poderão acompanhar a investigação, como é que as famílias poderão acompanhar a liberação dos corpos, eventualmente essa liberação dos corpos, se vai ser necessário coleta de DNA, uma vez que os corpos estejam disponibilizados, onde que será o enterro, as famílias terão total acompanhamento em relação ao todo auxílio funerário", completou.

 

Georges ainda explicou sobre como funcionam as investigações sobre a queda. "A investigação é feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que é um órgão da Força Aérea. Isso é algo que demora, obviamente, devido à própria condição das minúcias. Não adianta as pessoas ficarem especulando, porque isso só vai provocar dor, só vai provocar mais desespero em pessoas que estão agoniadas" alertou.