A Redação
Goiânia - Alvo de críticas nas redes sociais, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) reforçou nesta terça-feira (20/8) sua posição contrária a produção e comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil. A declaração foi dada durante reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida pelo goiano e que é palco do debate sobre o tema. Na ocasião, a
pedido do próprio relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO), o projeto (PL 5.008/2023) foi retirado da pauta, adiada para o dia 3 de setembro.
Eduardo Gomes, que apresentou parecer pela aprovação do projeto da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), lamentou a quebra do acordo para análise do texto nesta terça-feira (20/8). Segundo ele, disputas eleitorais municipais e ideológicas acabaram "contaminando o debate" sobre o tema e "recaindo, injustamente, sob o mandato de Vanderlan".
Isso porque na noite desta segunda-feira (19/8), durante debate entre os candidatos a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL) levantou o tema, deixando a entender que Vanderlan (que também disputa a cadeira do Paço Municipal) estaria de acordo com a liberação do dispositivo eletrônico.
Reunião
Durante a reunião desta terça-feira (20/8), Vanderlan disse que o presidente da comissão não pode pautar “somente aquilo a que ele é favorável” e criticou a circulação de desinformações sobre a condução dos trabalhos na CAE. "Eu nunca tomei decisão aqui que não fosse de acordo com a comissão. São 27 senadores e senadoras titulares e 27 suplentes nesta comissão. Então essa desinformação que tem sido levada à população tem prejudicado muito o nosso trabalho. Em especial, eu estou falando sobre esse projeto", declarou.
Na ocasião, ele destacou seu compromisso com a saúde e o bem-estar da população, reafirmando sua posição contrária à liberação dos cigarros eletrônicos, mas reforçou que seu dever, como parlamentar democrático, é colocar todas as pautas em votação, independentemente de sua opinião pessoal. "Sou contra a liberação do cigarro eletrônico e sempre serei a favor da saúde e do bem-estar da nossa gente. No entanto, como parlamentar democrático, meu dever é colocar todas as pautas em votação, mesmo quando sou contra", afirmou Vanderlan.
Apoio
A senadora Damares Alves foi uma das primeiras a manifestar apoio a Vanderlan, destacando sua preocupação com os ataques. "Eu vi os ataques contra o senhor e fiquei muito preocupada. Eu tenho legitimidade para falar quem é o senhor para o segmento evangélico. Esse ato não lhe define e não pode anular toda a sua história e trajetória com o segmento evangélico e com o segmento conservador. Sei do seu compromisso com as pautas conservadoras e com a igreja, sei que é um dos maiores defensores do segmento evangélico", declarou, em tom de desabafo. "Fiquei triste com o ocorrido. O senhor é um representante muito digno do segmento evangélico de Goiás e quero que receba toda a minha solidariedade", concluiu a senadora.
O senador Izalci Lucas também expressou seu apoio ao colega, sublinhando que as pautas da CAE são fruto de acordos entre os parlamentares. "Quero manifestar minha solidariedade à Vossa Excelência, pois essa questão da pauta foram os parlamentares que apresentaram e houve acordo, inclusive, para pautar essa matéria. Então, Vossa Excelência está totalmente isento dessas acusações que foram feitas", afirmou Izalci.
O senador Omar Aziz, por sua vez, ressaltou a transparência e a democracia com que Vanderlan preside a CAE. "Eu participo de várias comissões e Vossa Excelência preside essa Comissão de forma muito transparente e democrática. O Senado não pode deixar de pautar uma matéria porque muitos são contra e outros a favor. Não é assim. Vossa Excelência é presidente da CAE, mas não é dono da CAE. As pessoas acharem que o senhor pode ou não pautar e que o senhor tem esse poder, estão muito equivocadas", enfatizou Aziz.
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