A Redação
Goiânia - A equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel (UB) propôs, em um documento de 27 de novembro, o fechamento de 30 escolas que ofertam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na rede municipal de Goiânia. A medida, que busca transferir parte dos alunos para a rede estadual, foi tema de uma audiência pública que ocorreu, na última semana, na Câmara Municipal da capital. A iniciativa de debater o assunto foi da vereadora Kátia (PT), que condenou a intenção.
“Como pedagoga e única vereadora professora nessa legislatura, me senti na obrigação de trazer essa discussão para a Casa”, explicou Kátia. “Não podemos permitir esse desmonte da Educação de Jovens e Adultos no município de Goiânia”, completou.
A audiência pública contou com a participação de educadores, alunos e servidores da rede municipal de educação e também da diretora de políticas de alfabetização e educação de jovens e adultos, Cláudia Borges, do Ministério da Educação. A equipe de transição do prefeito eleito havia confirmado participação, mas não mandou representante.
Cenário
Atualmente, há 3.240 alunos matriculados na EJA municipal, que é oferecida em 55 escolas e atende estudantes acima de 15 anos no período noturno, com algumas extensões de alfabetização nos turnos diurno, matutino e vespertino.
A equipe de transição definiu o fechamento de 30 unidades e que os estudantes do segundo segmento sejam encaminhados para a escola estadual mais próxima de suas residências que oferte a modalidade. Os alunos do primeiro segmento (1º ao 5º ano) continuarão na Rede Municipal de Educação, enquanto os do segundo segmento (6º ao 9º ano) serão transferidos para a Rede Estadual de Educação.
“Esse desmonte do EJA tem sido gradativo. Só em 2019, no primeiro ano do governo Ronaldo Caiado, foram fechadas 112 escolas de EJA no Estado”, argumentou a vereadora. “Não podemos aceitar a justificativa de transferir para o governo estadual sob a alegação de que ele é um exemplo na educação, porque isso não é verdade. O governo estadual também age na contramão do que defendemos para a EJA”, criticou Kátia.
Segundo Kátia, essa decisão coloca em risco o direito de milhares de pessoas terem acesso ao aprendizado e ao crescimento pessoal. A vereadora também se comprometeu, com base nos argumentos e números apresentados na audiência pública, a elaborar um documento que será encaminhado ao prefeito Rogério Cruz e também ao prefeito eleito Sandro Mabel orientando para o não fechamento de escolas da EJA.
“Fui professora da EJA por muitos anos em Senador Canedo e conheço a fundo a importância desse programa na transformação das pessoas e do País”, explicou. “Não podemos permitir esse fechamento de unidades. Temos de lutar e brigar é pela ampliação de vagas”, concluiu.
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