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Medida está em vigor desde dezembro | 21.01.25 - 10:02
Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO (Foto: divulgação) A Redação
Goiânia - O Sistema OCB/GO vê com preocupação a cobrança do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) sobre energia solar em Goiás. Isso porque, desde dezembro, o governo do Estado cobra alíquota de 19% do imposto.
O ICMS incide sobre cerca de 66% do valor total da tarifa normal, o que representa uma desvalorização de cerca de 12% da energia produzida por fontes alternativas em relação à convencional. Para a OCB/GO, a medida causará impactos negativos para toda a cadeia, tanto na geração, sobretudo para mini e microgeradores no estado, quanto para consumidores residenciais e micro e pequenos empresários.
A instituição avalia que a cobrança do ICMS torna os investimentos em produção de energia solar menos atrativos em Goiás, penalizando especialmente as cooperativas de consumo de energia, onde pequenos consumidores se unem para compartilhar a geração da energia solar. Além disso, desestimula novos investimentos no Estado, que perde competitividade para outras unidades da Federação, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
Para Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, o cenário ideal para estimular novos investimentos em produção de energia limpa em Goiás é a isenção da cobrança de ICMS. Contudo, caso não seja viável essa reivindicação do setor, o dirigente defende o que considera uma solução intermediária, mas com amplo alcance social e reflexos positivos na economia goiana.
"Defendemos a criação de uma faixa de isenção do ICMS para geração de energia fotovoltaica classificada como GD I ou GD II, com potência instalada abaixo de 500 kW. Essa medida democratizaria o acesso de pequenos consumidores e micro e pequenas empresas à energia renovável a um custo mais acessível, por meio da geração própria ou da formação de cooperativas de consumo", diz Luís Alberto Pereira.
Impactos
O presidente do Sistema OCB/GO cita como exemplo de impacto da incidência do ICMS um consumo mensal de 860 kWh, com compensação de 550 kWh. Neste caso, o aumento no valor a pagar, em razão da recente tributação, será de 22,5%. "Quanto maior a participação da energia compensada no consumo mensal, maior será o aumento relativo no valor da conta a pagar", explica Luís Alberto.
Para Norival Hubner, presidente da Cooperativa de Créditos em Energias Renováveis - Sol Invictus, que entrega mensalmente 100 mil KWh aos seus mais de 150 cooperados em Goiás, a tributação prejudica toda a cadeia da energia fotovoltaica já estabelecida em Goiás, inclusive as cooperativas. "O cooperado, a cooperativa e principalmente o gerador sofrem impacto imediato e significativo, de cerca de 20%, com essa tributação", ressalta.
Haverá uma grande perda de viabilidade para os empreendimentos futuros, alerta Norival, e Goiás também será prejudicado com o redirecionamento de investimentos para outros Estados onde a energia fotovoltaica é isenta de impostos estaduais. "A estimativa do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel) é que nos próximos cinco anos o Estado pode perder investimentos que somam quase R$ 10 bilhões", enfatiza.