A Redação
Goiânia - A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) realizou, nesta quarta-feira (29/1), um mutirão de atendimentos voltado à retificação de prenome e gênero, além de uma campanha de doação de sangue em parceria com o Hemocentro Goiás e a Unitrans. A iniciativa, promovida pelo Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), registrou 143 atendimentos e fez parte das ações em celebração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans.
O mutirão ofereceu atendimento jurídico especializado, garantindo o reconhecimento das identidades de pessoas trans e não-binárias. Ao longo do dia, 92 pessoas buscaram os serviços da Defensoria para realizar a retificação de seus documentos.
Paralelamente, a campanha de doação de sangue teve o objetivo de incluir a população LGBTQIAPN+ nas ações de doação, em conformidade com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5543, que permite a doação de sangue por pessoas trans que não estejam em tratamento hormonal. Ao todo, 51 pessoas realizaram a coleta de sangue, e cada bolsa pode beneficiar até quatro pacientes, ampliando o impacto da iniciativa para mais de 200 pessoas.
Eduardo Araújo, integrante da Unitrans, destacou a importância do evento. "É uma oportunidade de trazer nosso público para conhecer os serviços da Defensoria Pública e também para que possam ter acesso aos seus direitos", afirmou.
Para Raquel, secretária da Unitrans e integrante do Instituto Nacional de Mulheres Redesignadas (Inamur), a doação de sangue reforça a visibilidade trans. "É muito importante para que a sociedade saiba que todas as pessoas podem doar sangue. É a segunda vez que eu faço doações", ressaltou.
Solenidade de abertura
A programação contou ainda com uma solenidade na parte da manhã. O coordenador do NUDH, defensor público Tairo Esperança, enfatizou a relevância do mutirão. "Estamos aqui para garantir o direito de modificar o próprio nome na Certidão de Nascimento para adequar aquilo que é a própria identidade autopercebida", declarou.
A subcoordenadora do NUDH, defensora pública Ketlyn Chaves de Souza, reforçou o compromisso da DPE-GO com a comunidade LGBTQIAPN+. “Temos uma pasta na Defensoria Pública específica para demandas dessa população, justamente porque a Instituição entende as dificuldades que ela enfrenta no dia a dia”.
Denyse Goulart, diretora geral da Rede Hemo, destacou a importância educacional da campanha. "Nosso objetivo é aumentar a cultura da doação de sangue no estado de Goiás. Precisamos quebrar paradigmas, pois ainda há uma falsa ideia de que a doação de sangue é restrita a determinados grupos. Na verdade, todas as pessoas que têm boa saúde, que atendem os critérios de idade e peso, podem ser doadoras", afirmou.
(Foto: DPE-GO)A Redação
