Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Língua Portuguesa

Professor Ernani Pimentel critica acordo ortográfico e aponta incoerências

Confira as observações do especialista | 21.12.12 - 15:17
Brasília – O maior problema do acordo ortográfico são as regras do hífen, na opinião do professor de língua Portuguesa, Ernani Pimentel. Especialista em gramática e autor de livros, o professor já ensinou o idioma para mais de 500 mil alunos. “O grande problema [é que] não se quis pensar na regra. A rigor, o latim nunca teve hífen. Há quem defenda até a inexistência do hífen. A Alemanha acabou com ele. É possível simplificar as regras”, assegura.

Dentre o que considera “incoerências” do acordo, o professor destaca palavras como mandachuva, que não tem escreve sem hífen e guarda-chuva, que manteve o sinal.. “Como você pode dizer que cor de café, cor de abacate se escrevem sem hífen e cor-de-rosa se escreve com hífen? Faz sentido isso, regras com exceções? Não faz mais sentido”.

Outro exemplo é o uso das letras “j” e “x”. “Você estudou que se usa “j” nas palavras derivadas do tupi e do árabe, mas como você vai saber que elas vieram do tupi e do árabe? Você vai escrever com “x” as palavras derivadas do árabe e do africano, mas como saber se a palavra é derivada do árabe ou do africano? Você não tem condição de saber”.

No caso das consoantes que não se pronunciam, Pimentel lembra que o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas, por isso óptimo passou a ser escrito ótimo quando o “p” deixou de ser pronunciado. “Então, [se] o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas porque que o “h” inicial não foi jogado fora? Ele é uma consoante não pronunciada. Então existem regras que se contradizem”.

Ao citar a palavra super-homem, que é com hífen e com “h”, Pimentel lembra que esse hífen está dizendo que o “h” é importante, tem que ser mantido. Por outro lado, a palavra desumano é sem hífen e sem “h”, o que significa que o “h” não é importante e pode ser jogado fora. “Qual o critério? O “h” é importante ou não? O italiano já jogou o “h” inicial fora e é uma língua latina. Porque a gente não aproveita isso"?

No que diz respeito ao acento diferencial, o professor defende que o da forma verbal para (terceira pessoa do singular do verbo parar no presente do Indicativo) deve ser restituído, “ porque a pronúncia dele é muito diferente no verbo e na preposição”. Pimental explica que há uma intensidade na pronúncia [do verbo] e essa intensidade tem que ser reproduzida no acento porque muda o significado.

No caso do trema, Pimentel é radical: “É absurdo é ter tirado o trema, porque o acordo é ortográfico, só pode mexer na escrita e o trema não é ortográfico, é ortofônico [é um sinal que significa que a letra sobre a qual há tema se pronuncia]. Ele [o acordo] mudou a pronúncia”.

Para o professor o trema não poderia ser suprimido pelo acordo. “Por exemplo: farmácia era com ph e lei, com y, mas [quando essas letras foram substituídas] não se alterou a fonética, houve mudança ortográfica. O trema não pode ser mexido por um acordo ortográfico”. (Agência Brasil)

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
  • 25.10.2014 12:31 ARNALDO GOOTTMBERGUE MANGUEIRA

    e o acento de feiura era extremamente desniecessário, visto que não tem como pronuciar essa palavra de outra forma, como por exemplo, SAÚDE que pode se pronunciar saude.

  • 04.09.2013 23:49 Heloisa Maria Bressane Neno Rosa

    Esperando qualquer comunicação

  • 04.09.2013 23:46 Heloisa Maria Bressane Neno Rosa

    Sou uma pessoa de certa idade,e desde que comecei a ler e a escrever luto com esta nossa lingua - Morando quando menina,em uma chácara, longe de qualquer escola, fui alfabetizada por uma senhora portuguesa, ,professora aposentada- conclusão: comecei pela ortografia antiga, alem do que ela trocava ao falar o V pelo B outras peculiaridades da pronúncia. Quando enfim parti para o ginásio começou o drama que trago até hoje. - Alem das novidades sobre hífen (esta é uma palavra portuguesa?) e trema, ainda hoje, fico intrigada: por que se escreve por exemplo - Girafa e Jibóia - berinjela ou beringela como está grafada no "Lello Universal". Este é um pequeno começo desta angustiosa luta. Obrigada por me... ler até aqui. Se me permitir, continuarei por outros dias. Com admiração pelo seu trabalho por uma lingua limpa de incoerências. Heloisa

  • 03.01.2013 16:56 Flávio Coutinho

    Nossa, que pergunta... o cara é especialista em gramática, autor de livros e já teve mais de mais de 500 mil alunos.

  • 30.12.2012 10:25 Izabel Afonso

    Qual a formação do Prof Ernani Pimentel? Ele tem mestrado ou algum conhecimento científico mais aprofundado?

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351