A Redação
Goiânia - Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e com a Universidade Regional do Cariri (URCA), investigou as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do pequi. O estudo resultou no desenvolvimento de um óleo formulado com soluções nanotecnológicas para o tratamento da osteoartrite, doença que afeta as articulações.
A UFG é responsável pelo desenvolvimento das soluções nanotecnológicas que aprimoram a formulação do óleo de pequi. A nanotecnologia tem o potencial de melhorar a absorção e promover a liberação controlada dos ativos. Segundo Ricardo Marreto, professor da Faculdade de Farmácia (FF) e coordenador do projeto, juntamente com a professora Stephania Taveira, do Laboratório NanoSYS da UFG, a aplicação da nanotecnologia na formulação do óleo de pequi possibilita uma liberação mais eficiente dos seus compostos bioativos. "Ao incorporar o óleo de pequi em sistemas nanotecnológicos, conseguimos melhorar a penetração dos compostos ativos na pele, promovendo um alívio mais eficaz da dor e da inflamação nas articulações."
Ensaios clínicos foram realizados na UFS, nos quais o produto foi testado em 50 mulheres com osteoartrite no joelho. Observou-se uma melhora significativa na dor e na funcionalidade das articulações após o uso do spray de pequi formulado com nanotecnologia, superando as limitações observadas em outras tentativas de uso do óleo de pequi como tratamento.
A osteoartrite é uma condição degenerativa que afeta as articulações, especialmente as de carga, como joelhos, quadris e coluna. A doença é uma das principais causas de dor crônica e limitações de mobilidade, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, é uma das enfermidades mais prevalentes, especialmente entre mulheres, devido à predisposição genética, idade avançada e fatores hormonais.
O tratamento convencional, com o uso de anti-inflamatórios e analgésicos, pode causar efeitos colaterais como úlceras gástricas, hipertensão e problemas renais. O projeto visa utilizar a nanotecnologia para aprimorar a entrega dos compostos ativos do óleo de pequi, proporcionando um tratamento mais eficaz e com menos riscos.
Apesar dos avanços, o projeto enfrenta desafios significativos, principalmente em relação à produção em larga escala do spray de pequi. Para viabilizar a comercialização, a equipe de pesquisa busca parcerias com o Polo Farmacêutico de Goiás, que pode apoiar a produção, além de garantir a qualidade e a segurança dos produtos.
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