Samuel Straioto
Goiânia - A federação entre PP e União Brasil foi selada na noite de terça-feira (23/4), em Brasília, com participação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. A união entre os dois partidos amplia o poder político da nova legenda e reforça os planos de Caiado para disputar a Presidência da República em 2026.
A federação PP-União Brasil ainda deve anunciar oficialmente sua formalização em evento previsto para a próxima terça-feira (29), às 15 horas, com a presença de seus principais líderes. A tendência é que Ronaldo Caiado seja nomeado como o primeiro presidente da federação, consolidando sua liderança no novo bloco político.
A aliança foi costurada por lideranças nacionais como Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), e conta com apoio ativo de nomes goianos ligados a Caiado. A movimentação, que fortalece a centro-direita, também pode influenciar o equilíbrio de forças nos estados. No acordo, o governador teria liberdade para trabalhar sua pré-candidatura à presidência.
Rueda e Nogueira, inclusive, tiraram uma foto juntos, e uma publicação no perfil do presidente do União Brasil deixou a entender o desfecho das negociações.
Rueda e Nogueira (Foto: reprodução)
Juntos, União Brasil e PP terão a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 108 parlamentares, e a terceira maior do Senado, com 13 integrantes.
Federação consolida bloco de centro-direita
A criação da federação entre União Brasil e PP foi confirmada nesta quarta-feira (23), em Brasília, após semanas de articulações. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), esteve na capital federal e participou de reunião com o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. Mais tarde, prestigiou o lançamento de um livro do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, evento que também contou com a presença de Ciro Nogueira, presidente nacional do PP.
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), também participou tanto da reunião, quanto do lançamento do livro de Marcos Peira. No acordo, entre os diversos acertos, Caiado terá que aparecer melhor nas pesquisas de intenção de voto, atingindo ao menos 10%, e a federação a ser formada dará espaço em propaganda partidária e recursos para o desenvolvimento do projeto eleitoral.
A federação vai reunir formalmente os dois partidos em uma estrutura partidária única, com estatuto comum, instâncias compartilhadas e fidelidade partidária entre seus membros. O objetivo, segundo dirigentes, é garantir maior estabilidade política e musculatura eleitoral para 2026, evitando a fragmentação das siglas e fortalecendo a atuação no Congresso Nacional.
Conforme as negociações, o primeiro presidente do bloco será o governador de Goiás e pré-candidato à presidência da República, Ronaldo Caiado, do União. Caiado faz linha de oposição ao governo do presidente Lula (PT) e é tido como alternativa ao campo político da Direita.
Projeto presidencial de Caiado ganha tração
Internamente, o governador é visto como um nome importante entre setores conservadores e moderados do novo bloco. Seu histórico como parlamentar e governador de Goiás, além da interlocução com o agronegócio e com setores evangélicos, o colocam como alternativa viável para o campo da centro-direita.
Caiado intensificou a presença em eventos nacionais, em entrevistas à imprensa e nos bastidores partidários. A costura com o PP ajuda a garantir palanques robustos em vários estados, especialmente no Centro-Oeste e Nordeste, regiões em que a nova federação pretende ampliar presença.
Apoio local e repercussão em Goiás
O cenário goiano também foi impactado diretamente pela articulação nacional. O presidente do Detran-GO e ex-deputado federal Delegado Waldir chegou a afirmar em entrevistas, ainda durante o período de negociações, que a federação representaria “um novo capítulo para a política nacional e um trunfo para Goiás”. Segundo ele, a aliança é um indicativo claro de que o União Brasil e o PP “estão alinhando forças para um projeto maior que passa, necessariamente, pelo protagonismo de Caiado”.
Adesão, resistência e próximos passos
Apesar do entusiasmo de líderes estaduais e nacionais, a federação ainda depende de ajustes estatutários e da aprovação formal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve ocorrer até o mês de maio.
Os partidos já trabalham em uma minuta de estatuto e em um programa comum de atuação. A federação terá que funcionar como uma legenda única até pelo menos 2028, mantendo unidade de votos e fidelidade entre parlamentares.
A movimentação também será observada com atenção por outros grupos políticos. Partidos como o PL, o PSD e o Republicanos podem reagir com reconfigurações regionais ou buscando alianças paralelas. O tabuleiro de 2026 começa a se desenhar agora — e Goiás, mais uma vez, está no centro das atenções.