Adriana Marinelli
Goiânia - Mato alto, túmulos quebrados e abandono. Essa é a realidade do Cemitério Municipal Parque, no Setor Urias Magalhães, em Goiânia. O local, alvo de críticas recorrentes de familiares e amigos de pessoas sepultadas ali, expõe a falta de manutenção por parte do poder público. Além do descaso, denúncias apontam insegurança em razão da presença de usuários de drogas no espaço.
No local, o matagal avança sobre túmulos, muitos deles quebrados, e, segundo relatos recentes, até cobras circulam no local. “Já vi cobra mais de uma vez perto do túmulo do meu pai. É assustador. Parece que estamos entrando numa floresta, não num cemitério”, conta a dona de casa Marly Maria, que sepultou o pai ali há menos de um mês. “A gente paga imposto, paga taxa de sepultamento, tudo em dia. Mas cadê o serviço? O cemitério está largado. Não tenho coragem de ir sozinha visitar meu pai. Tenho medo do mato, das cobras e, pior, de encontrar algum bandido escondido ali.”
Segundo ela, a prefeitura chegou a iniciar uma ação de roçagem recentemente, mas o trabalho foi interrompido antes de ser concluído. “Passaram a roçadeira só em uma parte e sumiram. O resto está do mesmo jeito, coberto de mato. É um desrespeito com quem está ali e com quem vem visitar”, completa a dona de casa.
Outro ponto de crítica recorrente é a ausência de muro na parte da frente do cemitério, um problema antigo que, segundo os moradores da região e também visitantes do local, contribui diretamente para a invasão do espaço por usuários de drogas e vândalos. “Tem mais de 10 anos que meu amigo está sepultado no Cemitério Parque. O túmulo dele foi quebrado e nunca ninguém fez nada”, relata Reinaldo Lima, morador da região. “Já denunciamos, já falamos, mas ninguém aparece. Cadê a prefeitura? A manutenção é nula. Só aparecem quando é pra cobrar alguma taxa. Isso aqui virou terra de ninguém.”
A sensação de insegurança é unânime entre os frequentadores do local. Com a falta de muro e a presença constante de pessoas em situação de vulnerabilidade, muitos evitam visitar seus entes queridos desacompanhados. “É um abandono completo. A gente não sabe o que vai encontrar”, reforça Marly.