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Ônibus do transporte coletivo de Goiânia (foto: divulgação) Samuel Straioto
Goiânia – A tarifa técnica do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana foi reajustada para R$ 12,51 por decisão da Agência Goiana de Regulação (AGR) e publicada no suplemento do Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (14/5). O novo valor é resultado de uma revisão anual e não impacta diretamente no que o cidadão paga, pois a diferença continua sendo subsidiada pelo poder público.
Valor real do bilhete segue inalterado para o passageiro
Apesar do aumento de 4,73% na chamada “tarifa de remuneração” — que passou de R$ 11,94 para R$ 12,51 — os passageiros que utilizam o sistema metropolitano continuam desembolsando os mesmos R$ 4,30 por viagem.
O restante do valor é arcado por meio de subsídios pagos por prefeituras da região e pelo Governo de Goiás, que complementam o custo das empresas operadoras.
Essa estrutura foi consolidada para garantir o acesso da população ao transporte público sem sobrecarregar financeiramente os usuários, mesmo diante do aumento nos custos operacionais, como combustíveis, peças e reajustes salariais. O anúncio ocorreu após deliberação do Conselho Regulador da AGR com base na Nota Técnica nº 14/2025/AGR/GERE.
Como funciona a compensação do subsídio
O sistema metropolitano opera em regime de complementação tarifária: os valores recebidos pelas empresas de transporte são compostos por três fontes principais — o que o passageiro paga, o que é transferido via bilhetagem gratuita (como meia-entrada e gratuidades) e o valor subsidiado pelos entes públicos.
Esse modelo busca equilibrar financeiramente o serviço diante de um valor técnico que é superior ao valor de face da tarifa cobrada dos usuários.
A diferença entre o que se arrecada na catraca e o valor técnico da tarifa é coberta pelo Consórcio RedeMob. A AGR calcula anualmente esse custo com base em critérios técnicos, como quilometragem rodada, frota ativa e número de passageiros transportados.
Risco de perda da meia-tarifa em cidades da região
Apesar de a estrutura funcionar com subsídio coletivo, a inadimplência de alguns municípios tem comprometido o equilíbrio do modelo.
Trindade e Goianira, por exemplo, deixaram de pagar suas parcelas do subsídio, o que levou a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) a alertar que essas cidades podem ser retiradas do programa da meia-tarifa, prejudicando diretamente os moradores locais.
Em abril, as prefeituras alegam dificuldades financeiras para manter os repasses, mas o não pagamento pode inviabilizar os descontos para os usuários dessas regiões.
Dívidas acumuladas no início do ano
Em janeiro deste ano, a Prefeitura de Goiânia acumulava uma dívida superior a R$ 62 milhões com o sistema de transporte coletivo, o que pressionou as contas da RedeMob e provocou alertas quanto à sustentabilidade do modelo.
Apesar das dificuldades, a política de subsídio foi mantida, com esforço conjunto entre o estado e os municípios.