A Redação
São Paulo - Com duas cadeiras desocupadas na diretoria colegiada e sem data definida para sabatinas no Senado Federal, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) opera em meio a um vácuo decisório que preocupa o setor. A lentidão no processo de nomeações tem causado apreensão entre representantes, que cobram estabilidade e capacidade decisória plena por parte da autarquia.
Com mais de 50 milhões de beneficiários de planos de saúde no país, a ANS é responsável por decisões regulatórias sensíveis, especialmente nas áreas de reajuste de mensalidades, fiscalização de operadoras e incorporação de tecnologias. Atualmente, as vagas estão sendo ocupadas por diretores-substitutos, sem autonomia para implementar mudanças estruturantes ou decisões de maior impacto, o que tem limitado a atuação da agência.
Uma indicação oficial já foi enviada ao Senado, mas o nome enfrenta resistência por parte do setor regulado, que questiona a experiência e o alinhamento técnico do indicado com os desafios atuais da agência. Em paralelo, ganha força nos bastidores o nome de André Luis Fortes, ex-diretor adjunto de Fiscalização da ANS. Com perfil técnico e trajetória consolidada dentro da agência, André Fortes é visto por interlocutores do setor como uma alternativa que pode fortalecer a atuação regulatória com base em conhecimento institucional e capacidade de articulação.
A indefinição sobre as sabatinas não é exclusividade da ANS e atinge outras agências reguladoras federais, mas o vácuo decisório no setor de saúde suplementar levanta um alerta adicional diante das crescentes demandas por regulação eficiente e previsível.