Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

TRINDADE

Romaria do Divino Pai Eterno é marcada por histórias de fé; conheça algumas

Nova edição do evento começa nesta sexta (27) | 27.06.25 - 07:15 Romaria do Divino Pai Eterno é marcada por histórias de fé; conheça algumas Histórias de fé marcam a Romaria do Divino Pai Eterno (foto: divulgação)
Caroline Louise

Goiânia
- Após duas perdas gestacionais e uma promessa carregada de fé, Helena Ribeiro, de 30 anos, vive a graça de uma gravidez muito sonhada. Moradora de Goiânia, ela é uma dos milhares de fiéis que fazem o percurso de 18 quilômetros ligando o trevo do Terminal Padre Pelágio, da capital goiana, até Trindade, durante a Romaria do Divino Pai Eterno. Há mais de dez anos participando do evento, este ano, mesmo sem poder caminhar por causa da gestação, decidiu viver a tradição de outra forma. “Vou entregar água aos romeiros. É minha forma de agradecer. O Divino Pai Eterno nunca me desamparou.”

Além da devoção pessoal, Helena Ribeiro também compartilha a fé com o noivo, Bruno Costa, que este ano vai participar pela segunda vez da Romaria. Tocada por graças recebidas, ela levou o companheiro pela primeira vez em 2023, e desde então ele também se tornou um romeiro do Divino Pai Eterno. “É uma emoção muito grande. A gente sente uma energia diferente ali, é como se estivesse mais perto de Deus. Voltei com o coração cheio e agora quero estar todo ano”, conta Bruno.


Helena Ribeiro e Bruno Costa na Romaria de 2024 (foto: divulgação)

Outro exemplo de fé que se renova a cada passo é o da jornalista Dayane Rodrigues, que completa 10 anos de Romaria neste ano. Para ela, a caminhada com o Divino Pai Eterno vai muito além da tradição. Ela guarda no coração histórias de cura, superação e milagres que marcaram a vida dela e da família. “Mesmo quando achamos que tudo está perdido, Ele aparece. Ele cura. Ele transforma. E é por isso que todo ano eu volto, com gratidão e fé renovada”, disse.
 
“Minha ligação com o Pai Eterno começou desde pequena. Cresci num lar católico, com pais devotos, mas foi em 2013 que a fé virou experiência de vida”, conta. Naquele ano, Dayane enfrentou uma anemia grave. “Eu não conseguia andar, perdi sangue, estava fraca, o médico disse que precisava de transfusão urgente. Mas eu falei que não ia fazer, o Divino Pai Eterno ia me curar”, lembra.
 
Mesmo diante da descrença do médico, que exigiu que ela assinasse um termo de responsabilidade, Dayane recusou a transfusão. “No mesmo dia fui para Trindade. Meu pai teve que me carregar porque eu não andava. Quando entrei no Santuário, desabei. Estava tão fraca que deitei no chão e ouvi a missa daquele jeito. O padre falou: ‘Você que veio aqui pedir por saúde, entregue com fé’. Aquilo me atravessou.”
 
Três dias depois, já em casa, a jornalista fez novos exames. “Meu exame tinha melhorado. Não precisei de transfusão, só um medicamento. O milagre aconteceu.”
 
Mas o caminho de fé não parou ali. “Na mesma época, minha irmã descobriu um tumor. Achei que ia perdê-la. Foi quando entreguei ela ao Pai Eterno e prometi: enquanto eu tiver pernas, eu vou a Trindade todo ano, mesmo com minha asma e bronquite. E assim tem sido. Porque minha irmã foi curada.”
 
Dayane, que também teve a oportunidade de trabalhar no Santuário do Divino Pai Eterno, conta que os testemunhos de outros romeiros só reforçam sua certeza. “A gente é apaixonado pelo Divino Pai Eterno. Porque mesmo quando achamos que acabou, Ele vem. Ele aparece. Ele cura. Ele é nosso Deus.”
 

Dayane Rodrigues em diversos momentos participando da Romaria do Divino Pai Eterno (foto: divulgação)

Para muitos, a fé e a tradição da Romaria do Divino Pai Eterno vão além das promessas e graças alcançadas. A estudante de publicidade Rafaella Ribeiro, de 21 anos, conta que a caminhada até Trindade é um ato de devoção que se renova a cada ano. “Eu vou desde 2018, mas minha mãe vai desde 2004. Nós só deixamos de ir em 2020 e 2021, por causa da pandemia”, contou. Ela revela que já participou algumas vezes por promessa, mas destaca tomou gosto e que, mesmo que não tenha promessa para pagar, vai mesmo assim, como forma de gratidão por graças alcançadas. “Eu gosto de ir mesmo que não faça uma promessa. A gente vai porque acredita, porque sente. Já virou parte da nossa vida.”


Rafaella Ribeiro (blusa rosa) com familiares e amigos na Romaria (foto: divulgação)

A jornalista Liv Costa carrega uma fé moldada desde a infância, vivida intensamente em Trindade, sua cidade natal. Para ela, a Romaria do Divino Pai Eterno é mais que um evento: é uma expressão viva de gratidão e espiritualidade. “Sou de Trindade, então sempre acompanhei e vi a Romaria do Divino Pai Eterno. Depois da pandemia, minha fé se fortaleceu ainda mais. Desde então, eu e meu padrasto temos a tradição de sair de madrugada pra assistir à primeira missa na Basílica”, conta.
 
A cada ano, Liv acompanha com entusiasmo a preparação da festa. “A gente acompanha cada etapa, a contagem regressiva, a divulgação do tema que muda a cada ano... acompanhamos tudo”. Em 2025, o momento ganhou ainda mais força com a chegada do sino Vox Patris. “Ver de perto foi marcante. Só quem é devoto entende o que essa fé significa e o quanto essa época é especial”, afirma. Pela profissão, Liv teve a oportunidade de estar bem próxima do maior sino de badalo do mundo. E é pela fé que ela promete continuar. “É uma tradição que vou levar pra sempre. Já tô ansiosa para a romaria deste ano.”
 

Liv Costa na Romaria e com o Vox Patris (foto: divulgação)

Já a história de Sebastião Afonso Teixeira, morador de São Miguel do Passa Quatro, é um retrato comovente da força que a fé pode oferecer mesmo nos momentos mais difíceis da vida. Devoto desde criança, guiado pela religiosidade da mãe, ele viu sua vida virar de cabeça para baixo ao perder os dois filhos e a esposa em um trágico acidente de trânsito. “Tenho muito a agradecer ao Pai Eterno por ter me dado a oportunidade de pelo menos ter convivido com eles, o amor da minha vida e meus filhos”, disse emocionado.
 

Sebastião com a esposa e os filhos que morreram no acidente (foto: divulgação)
 
A filha Marina, única sobrevivente da tragédia, ficou 28 dias em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os médicos diziam que não tinha esperança, mas Sebastião nunca perdeu a fé. “A todo momento eu pedia ao Pai Eterno”. Contra todas as previsões, Marina se recuperou totalmente. Hoje, vive uma vida normal, e para o pai, ter a filha nos braços é um milagre que ele jamais vai esquecer. “Tenho gratidão pelo resto da vida". 
 
 

Sebastião e a filha Marina (foto: divulgação)

Romaria do Divino Pai Eterno 2025
Os romeiros e a cidade de Trindade se preparam para a maior celebração religiosa do Centro-Oeste, que ocorre entre os dias 27 de junho e 6 de julho. Com o tema “Pai Eterno, fazei-nos peregrinos de esperança”, o evento deste ano marca os 185 anos de devoção ao Divino Pai Eterno e promete ser uma das maiores edições da história, com a expectativa de receber até 6 milhões de romeiros.
 
Um dos momentos mais esperados é a apresentação do sino Vox Patris, considerado o maior sino de badalo do mundo, com 55 toneladas, quatro metros de altura e 4,5 metros de diâmetro. A obra foi fabricada na Polônia e estará em exibição, junto aos sinos São João e São Lucas, no canteiro de obras da Nova Casa do Pai. “A festa deste ano tem como objetivo incentivar a fé e a esperança. Ressaltando a importância da peregrinação. Além de contarmos com a realização de um sonho, que é a chegada do sino Vox Patris”, afirmou o reitor do Santuário-Basílica, padre Marco Aurélio Martins.

Leia mais:
Divulgada programação completa da Romaria de Trindade 2025; veja


Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351