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Brasil por fim entra no mercado regulado de apostas

Regras blindam o apostador brasileiro | 03.06.25 - 10:41 Brasil por fim entra no mercado regulado de apostas (Foto: reprodução)Depois de sete anos de indefinição, o Brasil estreou em 1º de janeiro de 2025 um marco regulatório completo para apostas de quota fixa. A virada foi arquitetada ao longo de 2024 pela recém-criada Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, por meio de um pacote de portarias.

A principal delas, a nº 615, disciplinou o fluxo de pagamentos entre casas e apostadores, proibiu crédito para apostas e vedou bônus de entrada. Logo nos primeiros três meses de 2025, a cobrança da taxa de fiscalização já injetou R$21,4 milhões nos cofres federais, sinal de que a engrenagem arrecadatória começou a funcionar sem sobressaltos.

E a própria Fazenda projeta que, até dezembro, a taxa some R$1,8 bilhão, um valor alto, mas ainda modesto se comparado ao potencial do mercado, avaliado em R$120 bilhões por ano por consultorias do setor. Nesse novo ambiente, as casas de apostas handicap asiático terão que obedecer regras rígidas se quiserem continuar operando no país.

Regras que blindam o apostador brasileiro

A legislação já estabelecida, a chamada “Lei das Bets”, nº 14.790/23, impôs critérios inéditos no país. Por exemplo, reconhecimento facial, CPF validados em bases oficiais, domínio exclusivo “.bet.br” para operadores licenciados e monitoramento diário das transações pelo Sistema de Gerenciamento de Apostas (Sigap) desenvolvido pelo Serpro.

Isso, além de obrigações rígidas de prevenção à lavagem de dinheiro. Segundo o Estudo Especial 119/2024 do Banco Central, as transferências via Pix para sites de apostas oscilaram entre R$18 bi e R$21 bi por mês em 2024, o que significa algo próximo de R$240 bi movimentados no ano, dos quais cerca de 15% ficam retidos como receita das casas.

A portaria da SPA exige que esses volumes transitem por contas de titularidade única, o que dificulta fraudes, impede uso de cartões de crédito e coíbe a participação de menores. Para o consumidor, o ganho imediato é tangível. Pagamentos de prêmios agora precisam ser concluídos em até duas horas.

Depósitos também só podem partir de contas bancárias em nome do próprio apostador e qualquer padrão atípico de aposta, valor muito acima da média ou sequência acelerada de bilhetes, gera alerta automático, podendo levar à pausa preventiva da conta até que o usuário comprove capacidade financeira.

Impacto econômico e tecnológico para o país

A outorga de R$30 milhões por licença, válida por cinco anos e limitada a três marcas por CNPJ, já atraiu 46 grupos estrangeiros e 11 nacionais, de acordo com levantamento interno da SPA divulgado em abril de 2025. A estimativa oficial é de 288 mil postos de trabalho diretos e indiretos até 2028.

Impulsionados principalmente pela localização de data centers, estúdios de streaming para apostas ao vivo e sedes administrativas em capitais fora do eixo Rio-São Paulo, como Recife e Goiânia. Do ponto de vista fiscal, a alíquota efetiva sobre GGR (gross gaming revenue) ficou em 12%, e 82% dessa arrecadação têm destinação carimbada.

Sendo saúde, segurança pública, educação e programas de esporte de base. Os repasses começaram em maio, quando o Tesouro disponibilizou R$45 milhões para o Ministério do Esporte financiar centros de formação de atletas em comunidades de baixa renda. Mas essa não é a única fonte.

Uma pesquisa publicada em março de 2025 mostra que todos os 20 clubes da Série A do Brasileirão têm acordos com casas de apostas como patrocinadoras principais, um feito inédito no futebol nacional. O Flamengo lidera a tabela de valores, recebendo R$115 milhões por temporada.

Por outro lado, Atlético-MG e Botafogo firmaram contratos de R$60 milhões e R$55 milhões anuais, respectivamente. Somados, os patrocínios máster de camisa projetam cerca de R$1 bilhão em receitas para os clubes apenas em 2025, segundo estimativa do Estadão, volume 36% superior ao recorde anterior, registrado em 2024.

Isso com as bets respondendo por 90% desse montante. Um relatório de um portal especializado do setor reforça a tendência ao relatar que o aporte das operadoras já supera R$1 bilhão quando se contabilizam também placas de campo, backdrops e naming rights de centros de treinamento.

Essa injeção de recursos viabiliza investimentos em infraestrutura, categorias de base e tecnologia de dados dos clubes. A escalada dos patrocínios não apenas fortalece o caixa das equipes, mas também amplia a visibilidade disponível ao torcedor-apostador brasileiro. É claro que, haverá muitas medidas de segurança, agora que o mercado é regulado.

A Portaria 722 prevê que o Sigap entre em fase plena de cruzamento de dados fiscais em março de 2026, criando uma trilha digital do dinheiro apostado, ponto muito importante para coibir match-fixing e transferências a contas de laranjas. As propagandas do setor também terá que seguir certas regras. Tudo isso para que o Brasil prospere nessa nova fase em um mercado cheio de potencial.


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