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Capital recicla menos de 2% dos resíduos | 04.06.25 - 12:06
Luís Alberto Pereira com lideranças cooperativas e da prefeitura (Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – A cidade de Goiânia produz cerca de 1,2 mil toneladas de resíduos por dia e menos de 2% desse material é reciclado atualmente. Esse montante chegou a 7% em 2021 e a meta de reciclagem era alcançar 19% até o final do ano passado, mas caiu drasticamente, depois que a coleta seletiva deixou de ser realizada pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), aponta o Sistema OCB-GO.
Além do impacto ambiental para a capital, outro efeito negativo é social: a entidade afirma que as cooperativas de trabalho de reciclagem em operação têm perdido boa parte de sua renda. Elas são responsáveis pelo sustento de 300 a 400 famílias em Goiânia.
“A coleta seletiva com a Comurg, mesmo com seus problemas, conseguia manter as cooperativas. Com a transição para o consórcio LimpaGyn, o material começou a desaparecer, já que enviavam todo o material, tanto reciclável quanto não reciclável, para o aterro sanitário de Goiânia”, diz Milene Lima, presidente da cooperativa A Ambiental.
Dificuldades
Em Goiânia, existem 12 cooperativas do segmento de trabalho de reciclagem. Para a presidente da cooperativa A Ambiental, a solução ideal para as cerca de 400 famílias que dependem dessa fonte de renda é a conscientização da população sobre a importância de separar o lixo e o retorno urgente dos materiais para as cooperativas.
“Estamos trabalhando com muita dificuldade. As receitas das cooperativas caíram drasticamente, estão todas operando no vermelho, com as dívidas crescendo e a renda caindo. Temos que nos desdobrar para trabalhar o lixo que chega até nós”, afirma Milene Lima.
“Na transição da coleta seletiva da Comurg para o LimpaGyn, ficamos quatro meses sem receber resíduos. Com isso, ficamos praticamente sem renda, tanto a cooperativa quanto os cooperados”, afirmou Nair Rodrigues, presidente da rede de cooperativas Central Uniforte.
Soluções
O Sistema OCB/GO reuniu nesta semana na sede da entidade em Goiânia representantes das cooperativas e diretores da Comurg, liderados pelo presidente, o coronel Cleber Aparecido Santos. A reunião buscou alternativas para a falta de conscientização da sociedade quanto à coleta seletiva e para a coleta de resíduos sólidos às cooperativas do ramo.
Presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira reiterou que a conscientização da população é parte fundamental de um novo sistema de coleta em Goiânia. “O ideal é que a população esteja educada, que as cooperativas busquem o material e recebam por esse transporte, sem precisar de um subsídio do Estado ou da prefeitura”, disse.
Luís Alberto propôs, como solução a curto prazo, o retorno do serviço de coleta para a Comurg. Entretanto, a médio prazo, o objetivo do Sistema OCB/GO é que as próprias cooperativas de reciclagem recolham o material, sendo remuneradas por este trabalho. “Elas são as maiores interessadas, mas precisam antes se capacitar e terem condições econômicas para realizarem os investimentos necessários”, frisou.
Determinação
O presidente da Comurg afirmou que “o objetivo é fazer com que as cooperativas voltem a crescer”. “Há uma determinação do prefeito Sandro Mabel de tornar Goiânia referência nacional como cidade limpa e responsável ambientalmente e, para isso, é fundamental ampliarmos a coleta seletiva do lixo e a reciclagem. Inclusive para reduzir a pressão sobre o aterro sanitário”, disse Cleber Aparecido.