A Redação
Goiânia - O apoio a projetos culturais tem se mostrado fundamental para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. Segundo levantamento do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia criativa representa atualmente 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e emprega 7,4 milhões de trabalhadores. A expectativa é que até 2030, esse número aumente para 8,4 milhões, com a criação de um milhão de novos empregos no setor. É nesse contexto que o Edital do Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br, que chegou à sua 4ª edição em 2025, atingiu a marca histórica de 905 inscrições.
Neste ano, o Instituto destinou R$400 mil para o financiamento das propostas selecionadas. Para o coordenador do Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br, Fernando Cupertino, é uma maneira de a cooperativa financeira estar presente na vida cultural e artística da comunidade. “Nós sabemos que os eventos artísticos e culturais nem sempre conseguem, com facilidade, apoio financeiro de instituições públicas ou privadas. É justamente por isso que o Instituto Cultural se dedica a promover e apoiar ações como essa, reafirmando nosso compromisso de fomentar a cultura e contribuir para a inclusão, a educação e o desenvolvimento cultural da nossa sociedade.”, afirma.
Cupertino avalia que, ao promover esse tipo de iniciativa, a instituição aposta na transformação social por meio da arte. “Os projetos comunicam valores e isso é extremamente importante no sentido de motivar a sociedade no seu comportamento, na sua forma de se conduzir, e o potencial para gerar resultados nas comunidades e nos públicos varia de acordo com a característica de cada trabalho”, pontua. A partir dessa perspectiva, a entidade apresenta quatro das iniciativas contempladas para demonstrar o impacto do programa no cenário cultural, com foco em educação, música, literatura e preservação da memória e patrimônio. Conheça-os a seguir.
Projeto Allegretto
Sob a coordenação da professora Consuelo Quireze Rosa, o Projeto Allegretto visa realizar concertos educativos voltados para o público estudantil da educação básica. As apresentações são direcionadas a instituições públicas e privadas que atendem crianças e adolescentes, com ênfase em escolas localizadas em bairros periféricos de Goiânia e Região Metropolitana.
Com o apoio dos recursos do Sicoob UniCentro Br, será possível custear elementos fundamentais da produção, como cachês dos pianistas, transporte, divulgação e equipe técnica. “Sem esse suporte, a execução plena e o alcance social e formativo do projeto seriam comprometidos”, ressalta Consuelo.
Concertos Centro Cultural Universidade Federal de Goiás (CCUFG)
Também sob a liderança da professora Consuelo, o projeto promoverá três recitais de piano em Goiânia, nos meses de agosto, outubro e dezembro de 2025. Os concertos, gratuitos e acessíveis, contarão com renomados pianistas como Bernardo Santos, Isabel Gabbe e Cristian Budu, beneficiando estudantes, professores, artistas, pessoas com deficiência, idosos e o público em geral. “É uma oportunidade rara de ouvir grandes pianistas em um espaço adequado.
Durante as apresentações, os intérpretes dialogam com o público, comentam as obras executadas e compartilham aspectos históricos e técnicos do repertório. Esse formato favorece a formação de plateia e amplia o entendimento sobre a música de concerto, promovendo transversalidade de saberes e acesso qualificado à experiência artística”, conta a professora.
Livro sobre membros da Academia Goiana de Letras (AGL)
Proposto pelo escritor Ubirajara Galli, membro da Academia Goiana de Letras (AGL), o projeto consiste na produção de um livro dedicado à vida e obra de três membros da AGL, falecidos no segundo semestre de 2024: Emílio Vieira das Neves, Gilberto Mendonça Teles e Martiniano José da Silva.
Segundo Ubirajara, a publicação servirá de apoio a ações culturais e educativas, beneficiando estudantes, pesquisadores e historiadores, além de contribuir para a preservação da memória intelectual de Goiás. “Ter o projeto desta obra contemplado pelo edital do Instituto Cultural Sicoob UniCentro Br me traz alegria e satisfação por poder contribuir para o enriquecimento da historiografia cultural de Goiás”, celebra o escritor.
Digitalização de manuscritos e partituras históricas
Sob a coordenação de Leonardo Vieira Lacerda, presidente da Fundação Frei Simão Dorvi, o projeto tem como objetivo digitalizar manuscritos e partituras dos séculos XVIII e XIX, além de criar um website de acesso público para disponibilizar esse acervo histórico. O projeto também inclui a digitalização de partituras históricas produzidas em Goiás, como obras barrocas, modinhas, marchinhas, músicas indígenas, quilombolas e folclóricas.
A iniciativa integra as ações de incubação do futuro Museu da Música em Goiás, reunindo famílias, instituições locais e o Departamento de Música da UFG. “É um trabalho de grande relevância para a história, a cultura, a formação de novas gerações e a preservação da memória brasileira. A aprovação foi recebida com júbilo e aplausos, não só por nós da Fundação, mas pelos dois bolsistas, pelos 15 estagiários voluntários que estarão envolvidos, bem como pelas instituições parceiras”, revela Leonardo.