Brasília -
Parte dos gestores municipais brasileiros que ficaram retidos em Tel Aviv após o início dos conflitos entre Israel e Irã, na última quinta-feira (12/6), conseguiu cruzar a fronteira com a Jordânia em segurança, nesta segunda-feira (16/6). Integra o grupo a vice-prefeita de Goiânia, Coronel Cláudia Lira. "Saímos de Israel pela Orla. Um beijo e logo logo a gente está de volta", disse ela em vídeo publicado em seu Instagram. O próximo passo é o deslocamento até a Arábia Saudita.
Cláudia faz parte do time de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais que viajaram a Israel com a justificativa de participar de uma feira de tecnologia e segurança. Além dela, fazem parte do primeiro grupo que conseguiu deixar Israel após as operações do Aeroporto Internacional de Tel Aviv serem suspensas:
Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte;
Márcio Lobato, secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte;
Welberth Porto, prefeito de Macaé (RJ);
Johnny Maycon, prefeito de Nova Friburgo (RJ);
Cícero de Lucena, prefeito de João Pessoa (PB);
Janete Aparecida, vice-prefeita de Divinópolis (MG);
Flávio Guimarães, vereador do Rio de Janeiro;
Gilson Chagas, secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ);
Francisco Vagner, secretário de Planejamento de Natal (RN);
Davi de Matos, chefe-executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas).
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel garantiu que fará “todos os esforços, em coordenação com a Embaixada do Brasil, para garantir uma saída segura para os demais brasileiros de todas as delegações, sempre que houver as condições adequadas para o deslocamento”.
Em uma mensagem de vídeo, o prefeito de João Pessoa, Cícero de Lucena, contou que, ao chegar à Jordânia, o grupo foi acolhido por funcionários da embaixada do Brasil. “Agora, vamos seguir para a Arábia Saudita, já que, lá, o espaço aéreo está aberto. Continuamos com bastante segurança e tranquilidade”, comentou Lucena.
Conflito
A viagem das autoridades públicas brasileiras ocorre em meio à guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas – conflito bélico que se arrasta há décadas e se intensificou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando e sequestrando civis em território israelense.
A partir daí, a reação militar israelense arrasou a Faixa de Gaza, ceifando milhares de vidas, incluindo de civis e crianças. Em resposta às ações do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo brasileiro estuda medidas para romper relações militares com Israel.
Além de ocupar a Faixa de Gaza, Israel abriu, na semana passada, uma nova frente de guerra, bombardeando o Irã durante a madrugada da última sexta-feira (13/6). Segundo Tel Aviv, os alvos dos ataques foram instalações militares e nucleares. De acordo com fontes iranianas, ao menos nove pessoas morreram e uma centena ficou ferida já neste primeiro ataque israelense.