Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Goiânia 2030

Campanha propõe revitalizar Setor Sul com cultura e urbanismo

Iniciativa é do urbanista Fred Le Blue Assis | 25.06.25 - 11:37 Campanha propõe revitalizar Setor Sul com cultura e urbanismo Goiânia 2030 propõe revitalização urbana e cultural do Setor Sul (foto: divulgação)

A Redação

Goiânia
O urbanista e ambientalista Fred Le Blue Assis lançou a campanha “Sul Real: Goiânia 2030”, com propostas urbanísticas, ambientais e culturais para o Setor Sul, um dos bairros mais históricos da capital goiana. A iniciativa busca resgatar a identidade local por meio de arte urbana, turismo cultural e revitalização dos fundos de viela, atualmente marcados pelo abandono e precariedade: mato alto, calçadas quebradas, iluminação precária, violência pública, bem como a falta de manutenção e renovação de equipamentos públicos de lazer, esportes e cultura. O projeto também propõe a criação de um Plano de Bairro, conforme previsto no Plano Diretor.
 
O projeto
O Sul Real é um projeto de revitalização e manutenção comunitária e sustentável da arquitetura paisagística dos fundos de viela do Setor Sul, e valorização e incentivo da cultura e arte urbana do bairro, para fins de lazer e sociabilidade pública, preservação e educação patrimonial, e turismo cultural e ambiental.
 
Contexto histórico Segundo Lefvebre vida cotidiana, amiúde, desvirtua ou reapropria simbolicamente o planejamento do espaço moderno, por meio de usos não pensados pelo arquiteto. A cidade como cotidiano inventado é uma criação coletiva. Porém, um descompasso abissal entre o plano e a realidade pode ser capcioso, causando, em alguns casos, desertificação dos espaços, como no caso Plano Piloto de Brasília, por sua monumentalidade, ou até mesmo, guetificação, como no do Setor Sul em Goiânia: bairro próximo ao Centro, composto por vielas, fundos de vielas e praças.
 
Pensada a partir do conceito de cidade-jardim (urbanismo moderno inglês) na década de 30, pelo arquiteto Armando de Godoy, os fundos de viela (cul-de-sac), que foram projetadas para ser a área principal de acesso às moradias que teriam uma outra entrada, por onde ficariam também as garagens, acabaram tendo suas funções iniciais invertida, muito em função da valorização do automóvel para circulação nas grandes cidades após os anos 50.
 
Em função disso, esses espaços livres de verde urbanizado, que eram para integrar o ser humano com a natureza, passaram a ter um comportamento ambiental de labirinto fantasmagórico, atraindo toda sorte de problemas de segurança e saúde pública, o que desqualifica um dos mais importantes sítios patrimoniais paisagísticos, urbanísticos e ambientais da cidade e do Brasil, passível de ser turistificável e tombado pela UNESCO.
 
Objetivos
  1) Minorar o efeito de marginalização socioespacial dos fundos de vielas do Setor Sul que vivem um processo de esquecimento e invisibilização coletiva por parte da população goianiense e do poder público municipal, em termos de identidade e gestão territorial, respectivamente;
 
2) Valorizar e preservar a modulação equilibrada dos usos recreacionais e preservacionais dos espaços livres e as escalas micros e macro do ambiente natural e ambiente construído do Setor Sul com o seu complexo urbano de vazios e cheios, formas e funções, através do fortalecimento da campanha de tombamento do seu traçado urbano (conforme sugerido na campanha). 
 
2) Melhorar a urbanidade e convivialidade dos moradores do Setor Sul através de um projeto de redesign urbano com adequação paisagística sustentável e responsivo que preserve ao máximo as características originais do ambiente natural e construído do bairro em termos estéticos, estruturais e funcionais, por meio de planejamento urbano participativo que consensualize as diferenças de definição e uso dos espaços livres comunais do bairro com as atuais demandas de serviços ecossistêmicos de sustentabilidade como: permeabilização territorial (drenagem urbana), lixo zero, horta urbana, jardim sensorial e microclima;
 
3) Criar programas e projetos de educação (eco)turística e patrimonial, como Museu do Bairro, para criar conscientização histórica sobre a relevância na memória coletiva do urbanismo brasileiro e internacional;
 
4) Exigir dos poderes públicos, por meio de articulação de todos os movimentos sociais, empresas privadas e universidades públicas e privadas do Setor Sul e as suas zonas envoltórias, a transformação do bairro em parque linear ecotecnológico de vizinhança para todas as idades com incremento das políticas públicas de limpeza, sanitária, segurança (com Vigilância Eletrônica Monitorada), mobilidade, acessibilidade, infraestrutura, esporte, saúde, inclusão, cultura e lazer (ativo e passivo) em toda a sua área comum;
 
5) Proibir qualquer projeto arquitetônico que venha acarretar o adensamento e a verticalização excessiva, mormente, se através de alienação de áreas públicas, ou de permissão de remembramento dos lotes adquiridos nas vias de eixo viário que atravessam o bairro com os lotes de fundo, que dão para praças ou ruas secundárias;
 
6) Salvaguardar a indevassabilidade do horizonte, garantindo a vista, a ventilação, a solarização das edificações, e a permeabilização do solo dos fundos de viela, atuando contra a privatização, adensamento e verticalização do Bairro, em prol de contribuir para a drenagem de águas pluviais, visando minorar os riscos de alagamentos e inundações no Córrego Botafogo, que deverá ser despoluído e reintegrado à paisagem urbana;
 
7) Criar o Museu Aberto de Arte Urbana, incentivando e patrocinando nas paredes dos fundos das casas a produção de grafite local com conteúdos educativos, bem como, o intercâmbio com grandes nomes da cena nacional e mundial, em prol de incluir Goiâniana rota do turismo cultural sustentável e acessível no Brasil;
 
8) Integrar e ampliar os equipamentos culturais e esportivos, com ênfase para o Trap, o Hip-Hop, o Rock Underground, e o Skate, o patins e a bicicleta, respectivamente;
 
9) Desenvolver uma malha de circuitos de mountain bike e ciclovias roteiros de passeios ciclísticos acessíveis e sustentáveis pelas vias públicas locais sugerindo missões percussivas temáticas, com roteiros psicogeográficos, com graus diferentes de dificuldade, visando: atrair turistas e praticantes do esporte de outras regiões, impulsionar o turismo e comércio local e criar ferramentas de inclusão social, que proporcione uma atividade física acessível a crianças, adultos e idosos.
 
10) Realizar estudo de impacto patrimonial das descaracterizações e modernizações das praças, ruas e rios em torno da Praça do Cruzeiro, Faculdade Universo, Rua Cora Coralina, Travessa Maria Joana, Rua 115 (às margens da Marginal Botafogo, onde fora previsto o Parque Linear Botafogo) com proposições de modificações atenuadoras ou uniformizadoras, em relação à morfologia urbanística do mobiliário urbano do restante do bairro.
 
Leia mais:
Moradores e comerciantes reclamam da falta de luz em viela do Setor Sul

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351