A Redação
Goiânia - Investigado pelo assassinato da companheira, Marcela Luíse de Souza Ferreira, em maio de 2024, o fisiculturista Igor Porto Galvão foi condenado, pelo Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia, a 20 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. A sentença foi proferida nesta quinta-feira (26/6) e, segundo a decisão, tratou-se de um crime de feminicídio com quatro qualificadoras: motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e violência de gênero.
O juiz Leonardo Fleury Curado Dias, presidente do Tribunal do Júri, afirmou na sentença que a brutalidade do crime foi agravada pela desproporção de força física entre o réu — professor de fisiculturismo — e a vítima. “O meio cruel restou demonstrado pelos vários ferimentos apresentados pela vítima, indicativo de espancamento”, destacou. Ele também apontou que Marcela era submetida a violência psicológica e humilhações constantes, com ameaças relacionadas à guarda da filha do casal.
Além da condenação, o magistrado determinou que Igor continue preso e cumpra a pena em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade. “A morte da vítima deixou uma filha menor desamparada, sem o apoio material e emocional da mãe”, frisou o juiz ao justificar o aumento da pena base, fixada em 21 anos e posteriormente reduzida em razão da confissão.
Relembre
Em maio de 2024, Igor levou a companheira a um hospital de Aparecida de Goiânia, onde o casal morava, alegando que ela teria escorregado enquanto limpava a casa. A vítima chegou a unidade de saúde inconsciente e seguiu dias em coma, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
No Boletim Médico, a informação foi de que a mulher teve fraturas na cabeça, clavícula e costelas, além de ferimentos e hematomas na boca, olhos, pernas e braços. A perícia na casa onde o casal morava apontou, no entanto, que as lesões não são compatíveis com uma queda como alegou o suspeito.
Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia, na ocasião, o hospital entrou em contato com a delegacia informando que trata-se de múltiplas lesões, o que não é condizente com uma queda. "Ela teve traumatismo craniano dos dois lados da cabeça e na base do crânio, fraturou a clavícula, oito costelas e teve várias escoriações pelo corpo”, informa o Boletim de Ocorrência.
Histórico
A investigação polícia descobriu que o fisiculturista tem um histórico de violência doméstica, que inclui antecedentes de Maria da Penha contra uma ex-namorada e contra a atual companheira. Nesse primeiro inquérito, a vítima pediu uma medida protetiva, porém, quando o casal reatou o relacionamento, o pedido foi retirado.