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Movimento Reciclar

Mabel se compromete com metas para reaproveitar o lixo de Goiânia

Prefeito participou de lançamento de programa | 30.06.25 - 19:01 Mabel se compromete com metas para reaproveitar o lixo de Goiânia Presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, e o prefeito Sandro Mabel (Foto: Divulgação)A Redação

Goiânia - O prefeito Sandro Mabel assumiu, nesta segunda-feira (30/6), um pacto com o Movimento Reciclar para aumentar a reciclagem de resíduos sólidos urbanos em Goiânia. Lançada hoje, na sede do Sistema OCB/GO, a mobilização de várias entidades do setor privado tem como meta elevar o atual índice de reciclagem no município, de 1,8%, para 10% até 2026 — e atingir, no mínimo, 50% até 2033, data do centenário da capital goiana.
 
O Movimento Reciclar é uma mobilização de diversas entidades goianas, como o Sistema OCB/GO, Codese, Sebrae-GO e Fórum das Entidades Empresariais de Goiás (FEE), entre outras. Também participam o Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Retomada, o Ministério Público de Goiás (MPGO), a Prefeitura de Goiânia, a Câmara Municipal e instituições de ensino como UFG e PUC-GO.
 
Segundo o prefeito, o movimento pode ir ainda mais longe e chegar a até 100% de reciclagem em Goiânia. “Nós temos a fórmula para reciclar 100% do nosso lixo coletado e ainda retirar, diariamente, um porcentual que está no aterro do município. Vamos retirar e processar (os recicláveis). Com isso, vamos diminuir o tamanho do aterro”, afirmou.
 
De acordo com Mabel, a elevação para 100% no índice de reciclagem pode ser obtida com a implantação do modelo adotado pela cidade de Milão, na Itália. "Nós temos praticamente 8 anos (para atingir a meta). Em 4 anos colocaremos uma usina para funcionar e poderemos reciclar 100%", disse na solenidade.
 
  
Mobilização
O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, enfatizou que o Movimento Reciclar precisa da participação de toda a sociedade goianiense. "Trata-se de um problema complexo, que precisa de várias mãos para ser resolvido. São toneladas de lixo que são jogadas nos rios, nas praças e ruas da cidade", enfatizou.
 
O dirigente cooperativista ainda destacou o desperdício de recursos econômicos resultante do baixo índice de reciclagem. “Se esses resíduos sólidos estivessem passando por cooperativas de reciclagem, apenas em Goiânia, estaríamos aumentando a renda de 400 famílias”, afirmou.
 
A presidente do Codese, Helena Ribeiro, disse que a união de várias instituições públicas, privadas, acadêmicas e a Prefeitura pela criação do Movimento Reciclar é apenas o começo de um trabalho que pode transformar Goiânia em referência nacional. “Brasília, nossa vizinha, consegue um índice de 10% de reciclagem, mas nós estamos abaixo de 2%. E é esse número ruim que nos motiva a reunir projetos isolados em um grande projeto de impacto”, disse.


Diretor de Administração e Finanças do Sebrae Goiás, João Carlos Gouveia afirmou que o Sebrae está engajado no Movimento Reciclar. "O ESG, para nós, não é apenas uma sigla, nós desenvolvemos na prática (os pilares da sustentabilidade) e temos que fomentar iniciativas como essa, que beneficiam a comunidade." 

 Baixo aproveitamento
Segundo dados da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), na capital são coletadas cerca de 360 toneladas de resíduos recicláveis por dia. Entretanto, apenas 1,8% desse total é reciclado — índice superior à média estadual de 1,7%, porém inferior à média nacional de 4% e abaixo dos níveis registrados em outras capitais do Centro-Oeste, como Brasília (10,7%) e Campo Grande (3%).
 
No ranking nacional, segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Goiânia ocupa a 13ª posição em reciclagem entre as capitais. Cidades do Centro-Sul apresentam desempenho significativamente melhor, como Florianópolis (9%), Curitiba (6%) e Porto Alegre (5%).
 
   
Apesar de os projetos de coleta seletiva em Goiânia conseguirem separar até 5,26% dos resíduos domiciliares recicláveis, 65% desse material é devolvido ao aterro sanitário. Isso ocorre devido ao descarte inadequado feito pela população e à contaminação do material por resíduos orgânicos já na coleta.
 
A Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) estima que 29% do lixo coletado na capital poderia ser reaproveitado, mas acaba sendo perdido, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos — como poluição de mananciais, contaminação do solo, proliferação de doenças e perdas financeiras que podem chegar a R$ 38,4 milhões por ano.
 
Pacto institucional
Durante o lançamento, foi apresentada oficialmente a campanha do Movimento Reciclar e assinado um pacto cooperativo entre as instituições parceiras. Ele está estruturado em cinco etapas. A primeira, já em curso com a realização de um seminário, é a mobilização. A segunda fase prevê uma ampla campanha de conscientização e educação ambiental, voltada à população e aos setores produtivo e educacional.
 
A terceira etapa será o fortalecimento da coleta seletiva, com contratação de cooperativas, ampliação dos ecopontos e instalação de pontos de entrega voluntária. A quarta envolve a implantação da infraestrutura necessária para o funcionamento completo da cadeia da reciclagem, incluindo armazenamento, transporte e distribuição.
 
Por fim, a quinta etapa busca a integração com a indústria, tanto na origem — com a produção de materiais mais sustentáveis — quanto no reaproveitamento de matéria-prima reciclada. O Movimento também prevê o fortalecimento da logística reversa, incentivando maior responsabilidade da indústria no recolhimento de resíduos, especialmente de setores que já possuem obrigações legais, como fabricantes de bebidas e eletrônicos.
 

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