João Unes e Taíssa Queiroz
Goiânia - “Defendemos que quem arrumar emprego não perca o Bolsa Família, porque assim ele vai buscar o emprego”, defendeu Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), durante reunião com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, nesta quinta-feira (3/7), em Goiânia. O encontro fez parte da agenda do ministro na capital e abordou temas como funcionamento do comércio em feriados e a proposta de mudança na jornada de trabalho.
“Hoje, em virtude da penalidade de perder o benefício (Bolsa Família), muitas pessoas estão optando em não buscar emprego. Temos vagas sobrando em todos os setores, os maiores restaurantes de Goiânia oferecem mais de mil. O Bolsa Família pode estar sendo um dificultador para que as pessoas decidam trabalhar”, destacou o presidente da Fecomércio-GO.
Outras pautas defendidas
Entre as pautas levadas ao ministro, Baiocchi também ressaltou a preocupação do setor com a Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01), que entra em vigor em janeiro de 2025. Ele defendeu que a nova norma seja interpretada como uma diretriz de assistência aos trabalhadores, e não apenas como mais um motivo para multas. “Queremos que ela sirva como instrumento de orientação, não de punição”, disse.
Outro tema debatido foi a exigência de convenção coletiva para o funcionamento do comércio em feriados. Baiocchi afirmou que, embora os domingos já sejam regulamentados, a obrigatoriedade de acordo sindical para abrir aos feriados tem gerado insegurança e prejuízo ao setor. “Quando não há acordo entre os sindicatos, quem sai prejudicado é o lojista. Por isso, defendemos que essa exigência deixe de ser obrigatória”, argumentou.
Baiocchi também se posicionou contra o projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que propõe a adoção da jornada 4x3 (quatro dias de trabalho e três de descanso). Para ele, o modelo atual 6x1 deve ser mantido, pois a proposta traria um impacto financeiro elevado para as empresas. “O 4x3 representaria um ônus muito grande e inviável para boa parte do setor produtivo”, afirmou.
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