O alerta da concessionária ganha força com a chegada das férias escolares e o aumento de crianças e adolescentes soltando pipas. Apesar de parecer uma brincadeira inocente, a prática próxima à rede elétrica pode causar acidentes graves e interrupções no fornecimento de energia para milhares de pessoas.
Aumento expressivo reforça atenção para o problema
O crescimento acelerado das ocorrências tem preocupado a Equatorial Goiás. As cidades com maior número de registros em 2025 foram: Aparecida de Goiânia (84), Goiânia (70), Anápolis (23), Águas Lindas de Goiás (19), Rio Verde (17) e Caldas Novas (13). Essas regiões concentram grande parte dos desligamentos provocados por pipas enroscadas na rede, resultando não apenas em prejuízos operacionais, mas em transtornos para a população.
De acordo com o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás (COI), Vinicyus Lima, o crescimento nas ocorrências está relacionado à falta de informação e de conscientização sobre os riscos de empinar pipas em locais inadequados. “Quando uma pipa fica presa na fiação, a tentativa de retirá-la com objetos como vergalhão, cano de metal ou vara de bambu pode ser fatal. Mesmo as linhas sem cerol são condutoras de eletricidade se estiverem molhadas, o que amplia o perigo”, alerta o gerente.
Segundo o gerente, os desligamentos causados por pipas geram impacto direto em unidades de saúde, comércios, indústrias e residências. “Não se trata apenas de uma brincadeira. Quando uma pipa atinge a rede, temos que fazer manobras para isolar o trecho afetado, mobilizar equipes, o que demanda tempo e compromete o fornecimento de energia para um número expressivo de consumidores”, explica Lima.
Cerol e rede elétrica são combinações perigosas
Além dos riscos já citados, o uso de cerol e da chamada linha chilena, produtos abrasivos aplicados na linha com o objetivo de cortar pipas adversárias, é crime e traz riscos adicionais. Essas substâncias são altamente cortantes e já provocaram acidentes graves com pedestres, ciclistas e motociclistas. Na rede elétrica, o cerol é capaz de romper fios e cabos, gerando curto-circuito, incêndio e quedas de energia.
“O uso de cerol é ilegal e extremamente perigoso. Além de ser um risco para vidas humanas, ele causa danos estruturais à rede elétrica. Um cabo rompido não afeta apenas o local do incidente, mas pode comprometer o fornecimento de bairros inteiros”, alerta Lima.
A concessionária ressalta que a utilização de cerol é proibida pela Lei Estadual nº 18.627/2014, e o descumprimento pode acarretar multa e apreensão do material. É fundamental que pais e responsáveis fiscalizem o tipo de linha utilizada e evitem o uso desses produtos.
Como soltar pipa em segurança
Não soltar pipas/arraias perto da rede elétrica. A linha pode conduzir a energia e provocar queimaduras;
Escolha lugares abertos e espaços livres, como campos de futebol, praças e parques;
Se a pipa enroscar nos fios, nunca tente usar varas ou subir em postes para retirar;
Não use material ou fio metálico para fazer pipas, pois conduzem eletricidade;
Os “temperos” das linhas, feitos com vidro moído, também são extremamente perigosos, pois podem cortar os fios elétricos;
Evite a utilização de “rabiolas”, pois elas agarram nos fios elétricos, desligando o sistema e provocando choques, muitas vezes fatais;?
É aconselhável ter sempre um adulto responsável acompanhando as crianças no momento da brincadeira;
Atenção com motos e bicicletas. A linha pode ser perigosa para quem dirige estes veículos.
Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica
O local deve ser isolado para que outras pessoas não se aproximem;?
Não se deve retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desligada;?
Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Equatorial Goiás, pelo 0800 062 0196.