A Redação
Goiânia - A cerâmica é o ponto alto de um projeto social que transforma vidas em Ipameri, a 198 km de Goiânia. Em uma área verde de 35 mil metros quadrados, funciona a Associação Adelino de Carvalho, que oferece aulas gratuitas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Música (flauta e canto), esportes, informática e reforço escolar também fazem parte das atividades.
Desde os 8 anos, os alunos têm contato com os fundamentos da arte cerâmica, aprendendo de forma lúdica a moldar argila e pintar pequenas peças. Aos 14 anos, tornam-se aprendizes e passam a manejar o torno – ferramenta utilizada para modelar a argila.
A Associação Adelino de Carvalho é a única escola de torno do Brasil. O processo de formação de um ceramista é delicado e demorado: leva, em média, três anos. Os estudantes começam com exercícios básicos no torno, criando formas ainda abstratas, que evoluem para peças mais elaboradas, maiores e com maior grau de dificuldade.
Os aprendizes recebem uma bolsa mensal que varia de R$ 150 a R$ 250, conforme a participação e frequência escolar. Para garantir o acompanhamento dos estudantes, há diálogo constante com as escolas públicas da cidade, que enviam relatórios mensais de desempenho.
As primeiras aulas de torno foram ministradas na década de 1970. Desde então, a associação já formou centenas de ceramistas, transformando Ipameri em um verdadeiro celeiro da cerâmica goiana. O projeto social impulsionou a vocação econômica da cidade, que hoje abriga diversas cerâmicas e gera empregos para a população.
A Associação também mantém um núcleo profissional formado por ex-alunos. Eles produzem xícaras, vasos, potes e outras peças na Cerâmica Boa Nova. Toda a renda obtida com a venda dos produtos é revertida para a manutenção do projeto social, que também conta com parcerias empresariais e incentivos por meio de leis como a Aldir Blanc.