Ludymila Siqueira
Goiânia — O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou estar tranquilo em relação às negociações tarifárias com o governo americano. “O Brasil respeita o diálogo, não é um gringo que vai dar ordem a este presidente. Eu sei a quem devo respeitar neste país, e se chama povo brasileiro”, disse durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), nesta quinta-feira (18/7), em Goiânia.
O petista se refere ao anúncio de Donald Trump sobre tarifa de 50% sobre produtos brasileiros vendidos no mercado americano. O discurso do presidente foi marcado por duras críticas ao atual cenário da relação comercial com os Estados Unidos e também às movimentações bolsonaristas.
“Vamos responder da forma mais civilizada possível, mas deixar claro que não aceitamos que ninguém se meta em nossos problemas internos. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Mauro Vieira estão em negociações desde a primeira taxação de 10%”, afirmou.
Lula ainda ressaltou o plano de golpe. “É a primeira vez que temos três generais de quatro estrelas presos porque tentaram dar um golpe de Estado, com insinuações de matar o presidente, seu vice e o ministro Alexandre de Moraes. Essa gente vai ser julgada não porque o Lula quer, mas porque se autodelataram. Se Trump morasse no Brasil e fizesse o que fez no Capitólio, certamente também seria julgado”, disse Lula.
O presidente ainda usou tom de ironia ao abordar as acusações do deputado Eduardo Bolsonaro sobre o tarifaço, que tem previsão de entrar em vigor a partir de agosto. “Fica pedindo: ‘Liberta meu pai’. Eles agora têm que ser tratados como traidores da história deste país. Se escondam na própria covardia e deixem este país viver em paz, porque não se preocuparam com o que essa taxação vai gerar para os brasileiros”, disse.
Lula também afirmou que a bandeira do Brasil “voltará a ser do povo brasileiro”. “Ele [Bolsonaro] ainda vai ser processado pelo que fez durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), quantas pessoas morreram por descaso dele. Vá pedir ajuda para o Trump, abraçado com a bandeira americana. Patriota falso. Transfira seu título para os Estados Unidos e vá votar lá”, defendeu.
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