A Redação
São Paulo - O governo dos Estados Unidos anunciou o cancelamento dos vistos de entrada não apenas do ministro Alexandre de Moraes, mas também de outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), seus familiares e o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, na noite de sexta-feira (19/7), após operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, classificada como retaliação à decisão de Moraes que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, acirra ainda mais a tensão entre o Brasil e o governo americano.
A decisão foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no X. A justificativa, segundo comunicado, é de que as pessoas atingidas se enquadram em situações que “possivelmente teriam consequências adversas e graves para a política externa dos Estados Unidos”.
Além dos ministros do STF, faltam destacar nomes que circulam nos bastidores como também afetados pela medida, incluindo o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, o diretor-geral da Polícia Federal Andrei Rodrigues e o delegado da PF Fábio Schor.
Esses nomes, no entanto, não foram oficialmente confirmados pelo governo americano e aparecem em listas divulgadas por veículos de imprensa com base em fontes políticas e diplomáticas. Até o momento, os Estados Unidos não publicaram uma lista oficial de autoridades brasileiras que tiveram o visto cancelado, o que significa que essas informações ainda estão no campo das especulações.
Confira a publicação:
Ministros atingidos pela revogação:
Alexandre de Moraes
Luís Roberto Barroso
Dias Toffoli
Cristiano Zanin
Flávio Dino
Cármen Lúcia
Edson Fachin
Gilmar Mendes
Além dos ministros, a medida também atinge familiares diretos.
Quem ficou de fora:
André Mendonça
Luiz Fux
Nunes Marques
Contexto
Os ministros atingidos foram alvos frequentes de críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores, principalmente após decisões do STF em processos relacionados à tentativa de golpe de Estado.
A decisão provocou reação imediata em Brasília. A ministra das Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como uma “afronta ao Poder Judiciário brasileiro e à soberania nacional”. O STF, oficialmente, não se manifestou até o momento.
Crise
A medida agrava o cenário de crise diplomática e política envolvendo o Brasil, os Estados Unidos e o entorno bolsonarista. O episódio também expõe o crescente envolvimento de atores internacionais em temas da política interna brasileira.