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"Jogo do perde-perde", diz presidente do Sistema Faeg/Senar sobre tarifaço

Schreiner defendeu diplomacia brasileira firme | 22.07.25 - 00:20 "Jogo do perde-perde", diz presidente do Sistema Faeg/Senar sobre tarifaço "Jogo do perde-perde", diz presidente do Sistema Faeg/Senar sobre tarifaço. (Foto: Reprodução)
 
A Redação

Goiânia
- O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, analisou nesta segunda-feira (21/7), os impactos da nova taxação de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, com foco nos reflexos para Goiás e para o agronegócio nacional. 
 
Schreiner classificou a medida americana como "extremamente forte", gerando "grande temor e insegurança" para os setores exportadores, especialmente o de carnes e açúcar de cana, cruciais para Goiás. Segundo ele, 61% das exportações goianas para os EUA são de carne, um mercado de nicho que paga bem, mas cuja queda na "arroba do boi" já é sentida pelo produtor. O impacto do tarifaço no PIB brasileiro poderia chegar a 0,4% a menos de crescimento. 
 
O presidente da Faeg descreveu a situação como um "jogo do perde-perde", afetando tanto consumidores americanos quanto importadores brasileiros de máquinas e fertilizantes.
 
Entre a diplomacia e a ideologia
Para o líder do agro, a reversão da tarifa de 50% depende de uma "diplomacia brasileira firme", baseada no diálogo. "Não podemos ter uma diplomacia que prejudique o setor agropecuário", sentenciou, citando negociações bem-sucedidas com a China em casos semelhantes. Schreiner criticou a postura do governo brasileiro de já considerar a tarifa uma realidade, classificando-a como um "equívoco", visto que ainda há tempo para negociar. "A ideologia jamais deve prevalecer", afirmou, lamentando a radicalização observada em declarações como a do presidente Lula, que, ao rejeitar imposições estrangeiras, acabaria por aceitar a taxação.
 
O presidente da Faeg demonstrou preocupação com a polarização política no Brasil, citando pesquisa que indica 80% dos brasileiros "cansados" da divisão ideológica. "Precisamos deixar as questões ideológicas e pensar mais no país", defendeu, em defesa do livre mercado, geração de empregos e liberdade de imprensa.
 
Licenciamento ambiental
Ao abordar o licenciamento ambiental, Schreiner contestou a "narrativa" que tenta culpar o agro, explicando que a nova lei abrange todos os setores, mineração, indústria e obras públicas. Ele destacou que o agronegócio já possui rigorosas regulamentações, como o Código Florestal. O ponto central da nova legislação, segundo ele, é a retirada do poder excessivo do Conama, cujas resoluções "ultrapassam qualquer marco legal", em detrimento da prerrogativa do Congresso Nacional. 
 
O novo modelo simplifica renovações anuais de licenças para atividades já consolidadas e introduz a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), um mecanismo autodeclaratório com penalidades claras em caso de não cumprimento. O líder do agro ressaltou a importância do setor para o país, responsável por 27% do PIB e que contribuiu para a eliminação da dívida externa brasileira, além de ser fundamental para a segurança alimentar global.
 

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