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Política

Caiado articula com setor produtivo e fala em blindar Goiás de tarifaço

Governador se reuniu com lideranças | 23.07.25 - 20:11 Caiado articula com setor produtivo e fala em blindar Goiás de tarifaço Caiado articula com setor produtivo e fala em blindar Goiás de tarifaço. (Foto: Walter Folador e Lucas Diener)
 
A Redação

Goiânia
- O governador Ronaldo Caiado se reuniu, na tarde desta quarta-feira (23/7), com lideranças da mineração, soja e cítrico para discutir soluções alternativas para proteger a economia goiana dos impactos da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos da América (EUA). A medida foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump e tem previsão de entrar em vigor a partir de 1º de agosto. Essa foi a segunda reunião realizada pelo chefe do Executivo goiano, que pela manhã, recebeu os setores da saúde e do agronegócio. 
 
“Foi um dia com bastante reuniões e com resultados positivos no sentido de trabalhar e achar canais de diálogo para diminuir essa carga tributária”, frisou Caiado. Para ele, a diplomacia é a saída para a iniciar a conversa com o governo americano. “Vamos usar da articulação, como tenho feito, para ampliar essa discussão no sentido de mostrar que somos parceiros”, afirmou.
 
As reuniões setorizadas promovidas pelo governador Ronaldo Caiado ocorrem um dia após o Governo de Goiás divulgar o lançamento de linhas de crédito em apoio ao empresariado. Goiás foi o primeiro estado a tomar medidas efetivas com o objetivo de proteger a economia e os empregos.  
 
O presidente do Sindicato das Indústrias de Mineração de Goiás e do Distrito Federal (Minde), Luiz Antônio Vessani, citou efeitos já sentidos no Estado com o cancelamento de pedidos após o anúncio do presidente dos EUA. "Estamos preocupados, principalmente com a parte da vermiculita", explicou sobre o mineral que possui diversas aplicações industriais e agrícolas. 
 
Representante da Brasil Minérios, Lucas Campos, destacou que os EUA são o principal mercado importador da vermiculita produzida pela empresa em Goiás. "Do total que exportamos, 60% é para os EUA, que utilizam na construção civil", detalhou. "Temos buscado diálogo com agências de fomento dos Estados Unidos, que agora estão frias e fica difícil a conversa por conta do tarifaço", relatou o representante da mineradora TGM, Luiz Curado. A empresa produz bauxita, mineral usado principalmente para metalurgia de alumínio.
 
"Conseguimos colocar com bastante clareza como a tarifação atinge frontalmente a mineração e entendemos que a proposta de abrir linhas de crédito e criação de uma ouvidoria para os problemas que virão é extremamente útil. Vamos conseguir melhorar as consequências tão nefastas desse tarifaço", avaliou Luiz Antônio Vessani.
 
Agricultura e Pecuária
Em seguida, Caiado se encontrou com representantes da soja e cítrico. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás), Clodoaldo Calegari, relatou que os reflexos nas exportações de carnes atingem diretamente o segmento, que produz a base da formulação de ração para essa cadeia. “Mas tudo ainda demanda um estudo mais aprofundado de quão longe vai esse impacto”, reconheceu. 
 
Calegari relatou preocupação com a importação de máquinas e seus componentes, caso haja tarifação recíproca, e citou que no setor da agricultura a situação é mais complicada com tarifaço porque a produção, em razão do clima, já teve margens achatadas ou até negativas na atual safra. “Se tivermos mais um período desfavorável, as dificuldades se agravarão ainda mais”, acrescentou. Ele ainda destacou a queda no preço da arroba de boi e dos animais em leilão. 
 
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, Eduardo Veras, relatou efeitos indiretos para o setor de citricos, já que o Estado exporta laranja para São Paulo e Minas Gerais, que podem parar de comprar caso o envio do produto aos EUA seja afetado. No entanto, a maior preocupação é com relação ao café. No primeiro semestre de 2024, Goiás exportou U$$ 50 milhões. “Os Estados Unidos representam 16% do produto que nós exportamos. Os produtores goianos terão reflexos diretos no caso dessa taxação”, adiantou Veras. 
 
Ao final do encontro, o governador disse que o conselho inaugurado com essas reuniões ficará aberto sempre que houver necessidade para discutir soluções. “Serão sempre encontros por cada setor. Acho que foi mais inteligente porque conseguimos definir bem a preocupação de cada um”, destacou. A rodada de reuniões segue nesta quinta-feira (24/7) com o segmento de sucroenergético.

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